Olhos Dourados

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Minha visão estava turva, e estava caminhando entre tropeços pela rua. Minha mente apenas dizia, ou melhor, gritava em minha mente as palavras "Fome" e "Madeleine".

Quando avistei Made na frente da lanchonete, eu não me aguentei.

Sentir o gosto de sua pele e seu sangue, ouvir seus ossos se quebrar... Era o meu desejo naquele momento.

Oh sim... Eu farei tudo para conseguir isso.

E consegui.

Avancei em direção à ela com uma rapidez incrível, seguindo meus instintos de predador mal lembro de ter usado minhas pernas para correr.
Sua boca sendo calada por minha mão abafando seus gritos inúteis, e aparecer no poço, foi minha satisfação.

Ouvir seus gritos e fazer tudo que eu desejava.. Ansiava, me trouxe paz.

Deixei o corpo atrás de uma lixeira grande, no beco ao lado da lanchonete.

O corpo de Madeleine estava irreconhecível.

E apenas.. Apareci em casa.

Uma semana depois...

Estava voltando de meu trabalho, já era outro dia, ou melhor, tarde, e analisava o movimento fraco das ruas da pequena cidade Derry.

Havia passado uma semana e o caso de Madeleine ainda estava em pé.

Hoje foi mais diferente do que os outros dias.

Receber olhares sobre mim, era normal. Mas olhares julgadores, como se já soubessem quem foi o assassino ou assassina de Madeleine.. Isso era novo. Me incomodava, e me tirava a paz e o sossego. O que me deixava confortável neste lugar, poucos dias atrás não me deixava mais tanto conforto.

Lembro do que disseram no noticiário da Tv, após tentarem encontrar provas de quem poderia ter feito o assassinato. Disseram que as câmeras haviam de ter sido queimadas, e as gravações serem apagadas.

Então o por que de me olharem assim deste que entrei e sair daquele restaurante, era uma ótima pergunta. Não podiam suspeitar.

Mas, aí eu lembrei. Eu era uma das únicas que não tinha uma boa convivência ali com Made.. E só por isso, desconfiaram.

Matt não havia vindo me buscar hoje. Não consigo mais o entender, sei que os dois eram namorados antes de eu aparecer na vida dele, mas.. Como ele ficou... Parecia que havia entrado em tamanha depressão.. Mas.. E eu..?

Reviro os olhos cansados, com este pensamento. Eu já estava dormindo sentada, quando sinto mãos agarrarem meu pulso e me puxarem para um beco.

Desperto desta vez, expulsando meu sono, e me deparo com três homens que davam risadas de forma maliciosa.

Aperto as mãos em punhos. Não seria a primeira vez disso acontecer, mas que irei chegar como um zumbi em casa.. Com certeza vou.

- E ae, garotinha... Será que a ruiva tem alguma coisa pra nós..?

Diz o que parecia ser o chefe do grupo.

- Hum.. Não sei.. Tenho?

Sorrio o olhando e logo lhe dou um chute no meio de suas pernas separadas.

- Filha da....

O fiz sentir uma dor forte em seu peito, onde se localizava o coração podre deste homem, o fazendo gritar e se ajoelhar, pondo a mão no local enquanto gemia.

- Ia mesmo xingar minha mãe?!

Olho os outros que estão assustados e assim que iam fugir, e apenas abro um sorriso. Meu braço se estende para frente, e minha mão estava em posição de uma arma, e puxo o falso gatilho com o polegar, fazendo as cabeças explodirem.

𝐴 𝐹𝑖𝑙ℎ𝑎 𝐷𝑎 𝐶𝑜𝑖𝑠𝑎 | IT A COISA +16Onde histórias criam vida. Descubra agora