Palavras não pensadas

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-CARLIE MASEN CULLEN, O QUE VOCÊ PENSA QUE ESTÁ FAZENDO?

O grito ecoou pela clareira, me deixando assustada. Afastamo-nos num pulo, Seth mantendo uma mão em minha cintura.

Isso pareceu enfurecer ainda mais o vampiro que estava há dezenas de metros de nós, sendo contido pelos meus tios.

Arfei arregalando os olhos. Meu pai estava muito bravo, como nunca vi antes.

-Pai, calma... - tentei, porém fui cortada com ele gritando.

-Você é só uma criança! - Meu sangue ferveu, e eu lutei por autocontrole, afim de não deixar as coisas piores.

-Pai, eu não sou mais uma criança. - falei baixinho, controlando a raiva em minha voz.

-É sim! E você vai para casa agora! - Ele disse entre dentes.

-Pai, eu n...

-Agora!

Encolhi meus ombros, sentindo lágrimas nos meus olhos. Ele nunca tinha gritado dessa maneira comigo.

Seth me ajudou a sair do lago.

-Seu vira-lata, ela é só uma criança. - meu pai rosnou com o Seth.

-Edward, eu... - ele começou a falar, mas eu não deixei. Usei meu poder e cobri os pensamentos de Seth, para as minhas próximas palavras.

-Seth, não precisa se desculpar, a culpa não foi sua. - Eu não tirei os olhos do meu pai enquanto falava.

Ah, droga, não acredito que a estou metendo nessa encrenca...

-Não foi? - Meu pai perguntou incrédulo.

-Não foi, pai. Eu que o beijei. - Senti uma alegria ao mencionar aquilo.

C-como assim? Do que ela está falando?

Meu pai me olhou boquiaberto enquanto eu o encarava. Eu sabia como ele se sentia, mas estava me magoando.

E então lançou um olhar confuso - ainda furioso - para Seth.

-Por que não consigo ler seus pensamentos, cachorro?

Era a primeira vez que meu pai se referia a Seth dessa maneira. Geralmente era somente com Jacob.

-Carlie, pare com isso já!

Seth estava tão surpreso como meu pai. Meus tios me lançaram um olhar desesperado, sabendo tão bem quanto eu como eu só piorava a situação.

E então um estalo me bateu: era a voz de Seth que eu ouvia na minha cabeça. Eu relaxei, e então o vinco entre as sobrancelhas do meu pai sumiu, assim como a outra voz.

-Vá para casa agora. - Ele trincou os dentes novamente.

-Você vai comigo! - Exigi.

-Não antes de eu acabar com esse cachorro. - Quando ele disse isso, meus tios, agradecidamente, o seguraram e me coloquei imediatamente na frente do Seth.

-Você não vai fazer nada com ele, pai. E se você fizer, eu juro que nunca mais falo com você.

-Carlie, não precisa fazer isso... - Seth tentou.

-Eu não vou deixá-lo te machucar. - prometi, olhando nos olhos do meu pai, lutando contra as lágrimas.

Algo no meu rosto fez meu pai respirar fundo para se acalmar.

-Vamos pra casa. - não querendo mais confusão, fui até meu pai dando um olhar de desculpas para o Seth, que me deu um sorriso me reconfortando.

Quando estávamos longe, meu pai começou a falar.

A Irmã de Renesmee (pós Saga Crepúsculo)Onde histórias criam vida. Descubra agora