2x34 Sob o véu da escuridão

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– Depois que chegamos em casa, eu não consegui dormir. – comecei. – Eu resolvi sair...

– De camisola? – ela me interrompeu, erguendo sua sobrancelha.

– Não dá para chamar aquilo de camisola. – me defendi. – Você sabe que é uma, mas é um vestido normal. – ela deu de ombros em concordância. – Eu resolvi sair para espairecer e quando eu vi, já tinha chegado lá naquela floresta. Eu não sabia que Adrian estava ali, e fiquei apavorada quando ele tentou me persuadir a ficar com ele. Fui ameaçada, e também beijada a força. – ela trincou os dentes com essa parte. – Ele disse saber a hora que ficamos sozinhas, no trabalho, em casa, e disse que se eu não ficasse com ele, ligaria para Tifanny e contaria que estou viva.

Apesar de conseguir manter a voz estável, meus olhos não seguraram as lágrimas. Finalmente eu estava contando para alguém. Estava entalado na minha garganta há mais de uma semana.

– Como assim ele contaria?... – ela falou, confusa.

– Segundo o que ele disse, Tifanny pensa que Seth arrumou uma namorada para tapar o buraco que eu deixei, então ele chama a menina de Carlie.

Ness ficou pensativa com essa minha declaração. Eu aproveitei para me deliciar com esse momento. Senti falta de cada segundo longe dela, tanto lá em Connecticut quanto aqui em Boston.

– E as bruxas. – relembrei.

– Bruxas... – murmurou, seus pensamentos longe. – Ontem quando nos falamos, quando você estava com o outro vampiro, tínhamos acabado de sair de um bar. A atendente era uma bruxa. Bom, daqui a pouco Jake e eu temos que voltar lá para dar o endereço de onde vocês estão.

– Para que?

– Ela é apaixonada por ele, e quer persegui-lo. Por isso é imprescindível que você fique aqui por uns dias. Os poderes dela são assustadores.

Ela estremeceu com alguma lembrança.

Ficamos um tempo em silêncio. Não havia mais declarações. As histórias estavam todas contadas. E eu esperava ter a sua confiança novamente.

– Carl, eu te entendo. – ela falou finalmente, quebrando o silêncio. – Não estou chateada contigo. Apenas comigo mesma, que fiquei chateada com você sem saber de nada.

– Você não tinha como saber. – eu disse, dispensando suas desculpas.

– Isso quer dizer "Claro que você está perdoada"?

– Pode-se dizer que sim.

A abracei.

– Tia Alice comprou nossas roupas para a festa. – ela falou, depois de um breve instante. – São maravilhosas. Nem acredito que estamos autorizadas a usar roupas curtas e sem alças. – riu. – Mas apenas Embry e Mendy, Jake, eu e você vamos.

Hesitei para lhe fazer uma pergunta, mas eu estava com medo da resposta por um motivo.

– Seth... vai?

Vai saber se ele não havia arranjado uma companhia. Vai que ele estava com outra garota tentando me esquecer.

Isso foi como enfiar uma faca no meu peito.

– Ainda está decidindo. – esclareceu. – Alice comprou uma roupa social para cada um dos meninos. Acontece que nenhum deles gosta muito de gravata. Apenas Seth se salvou. Ela falou algo como "Eu o visualizei nessa roupa e achei perfeito!". É claro que os outros ficaram com muita raiva dele.

Eu ri. Ela tinha razão. Seth detestava gravata por demais. Não sei o motivo, porque ele sempre ficou um deus grego de terno e gravata. No nosso casamento eu não achei que ele poderia ficar mais bonito, e lá estava ele, um top model me esperando no altar. E bem, apenas Seth ir sem gravata na festa com certeza deixava os outros dois indignados.

A Irmã de Renesmee (pós Saga Crepúsculo)Onde histórias criam vida. Descubra agora