Como ela sabe?

751 48 1
                                    


– Carlie - disse ele de novo. Só que desta vez queria chamar a minha atenção.

Abri os olhos, confusa. E não ajudou muito quando vi quem era a pessoa que me arrancava do meu maravilhoso sonho.

– Seth? – minha voz tremeu sem querer. – O que faz aqui? Cadê minha família? Meu pai está aqui?

Eu estava tentando controlar meu pânico. Não sei que tipo de conversa ele me faria ter se tivesse visto cada detalhe desse sonho tão íntimo. E com certeza eu não estava preparada para conversar sobre primeiro amor com papai.

– Hmm, não, só Esme. – franziu a testa, confuso. – Por qu-

– Nada. – falei rapidamente, e ele sabia que não era para ele. – Só... tive um sonho diferente. Me deixou confusa.

– Como foi? – perguntou, agora curioso, um sorriso brincando no canto do lábio.

– Não lembro. – falei rápido demais, e óbvio que ele percebeu que eu não queria falar sobre.

Ainda que se soubesse, seriam grandes as chances de isso atiçar os diabos do meu pai.

Confusa, olhei no relógio. E a confusão se transformou em surpresa. Olhei para a porta de vidro, notando a claridade entrar no quarto.

– O que faz aqui tão cedo? Não são nem sete e meia. - choraminguei. Eu só acordava tão cedo para estudar. - Por que acordei tão cedo?

– Sinto muito. - ele parecia culpado. - Você parecia estar tendo um pesadelo. Estava inquieta. E murmurando incoerente.

Sentindo minhas bochechas queimarem, assenti. Eu só esperava não ter murmurado algo incoerente e... indecente.

– Que bom que está aqui. – falei, querendo que meu sonho ficasse no esquecimento daquela conversa. – Quero aproveitar antes de viajar. Você só me viu crescer pela webcam. – provoquei.

– Sim. – suspirou, e desta vez chateado. – Você me abandonou por muito tempo, monstrinha.

O brilho nos seus olhos e seu tom de voz faziam a palavra se tornar um elogio.

– Não foi minha escolha. – ri, tentando deixar minha mente longe daquela armadilha. Mesmo com meu pai longe, ele poderia chegar a qualquer momento e ler meus pensamentos ridículos. – Espere. Se papai não está aqui, por que está no meu quarto?

– Eles foram caçar. Passaram na reserva para eu vir ficar com você. Esme está preparando seu café da manhã.

Eu bufei.

– Até parece que eu não sei tomar conta de mim mesma - eu disse sentindo um pouco de raiva e chateação. - Não é como se eu fosse o ímã para perigo que mamãe era.

Ele começou a rir de mim.

– Cala a boca - reclamei. Como não deu certo, peguei uma almofada grande e atirei contra o lado de seu corpo. Funcionou. Ele caiu no chão, surpreso.

Coloquei a cabeça onde ele estava e, sem conseguir me conter, comecei a rir histericamente. Pegando-me de surpresa, ele pulou em cima de mim e fomos pro chão, mas no caminho, nós pegamos uma almofada.

Começamos uma guerrinha de travesseiros. Parecíamos duas crianças rindo e brincando.

Quando paramos, estávamos rindo muito, estávamos ofegantes. Puxávamos o ar pela boca, quase desesperados pela repentina falta dele.

Olhei ao redor do quarto e estava tudo coberto de penas.

Toquei seu braço, dizendo que vovó iria nos matar se ela subisse e visse isso.

A Irmã de Renesmee (pós Saga Crepúsculo)Onde histórias criam vida. Descubra agora