2x22 Sacrifício

37 1 0
                                    


Olhei para os rostos desconhecidos, e um lampejo de memória veio a minha mente. Nahuel mencionou o exercito de híbridos, e minhas apostas eram altas que eram aqueles. Não tinha ninguém da guarda oficial, e isso fez um peso sair de cima dos meus ombros. O perigo ainda era eminente, mas enfrentar a guarda dos Volturi... bom, todo mundo sabe que é suicídio.

Mas estar ali de frente com dezenas de mantos negros outra vez fez uma sensação forte de déjà vu me penetrar.

-Nos encontramos novamente, Carlie. – Tifanny rompeu o silêncio. – Há quanto tempo, uh?

Ergui o queixo, me esforçando para manter a postura. Não queria deixar transparecer o medo.

-Olá, Tifanny. – vovô tomou a frente. – Faz um tempo mesmo.

O sadismo dela era perceptível. Seu sorriso amigável era de um psicopata se preparando para matar seu inimigo, e logo depois fazer uma refeição.

-Você é Carlisle, não é mesmo? Aro já me falou sobre você.

-Aro e eu temos uma amizade de séculos.

-Amizade... – ela bufou. Não parecia muito afim de manter a sutileza.

-Afinal, – meu pai tomou a vez. – o que estamos fazendo aqui?

-Aro mandou dizer sobre suas crianças sobrenaturais. O que são?

-Uma mistura de três raças. – meu avô esclareceu. – Lobo, vampiro e humano. Afinal, nasceram de duas mulheres híbridas de vampiro e humano, e de dois homens híbridos de lobo e humano.

Mesmo à distância foi nítido seu nariz inflar. Tifanny não ficou nada contente com a língua afiada do meu avô.

-Bom, vocês sabem que os Volturi não dão segunda chance. – ela foi direto ao ponto. Seu olhar vermelho e frio me deu calafrios.

-A questão não é segunda chance. – me intrometi, atraindo sua atenção. – Não precisa de outra chance quando nem precisou da primeira. A uma década atrás não estávamos errados, e Aro admitiu isso.

Um pigarro quebrou o rumo da conversa, e distingui ser de Adrian.

-Aro deixa muito claro a honra que seria termos vocês como parte do nosso clã, Renesmee e Carlie.

Tentei sentir meu rosto, e constatei choque e desgosto. Como aquele sanguinário ousa apenas cogitar algo assim?

Vários rosnados do meu lado se fizeram ouvir. Reconheci dos meus pais e do Seth, principalmente.

-Nem que eu tivesse sozinha e solitária nesse mundo. – um rosnado rasgou minha garganta.

-Nem que vocês fossem os últimos vampiros do planeta. – Renesmee reforçou.

Adrian não esperava por respostas tão vorazes. Sua perfeita postura de vampiro vacilou com o nosso tom, e ele recuou.

-Bom, temos todas essas testemunhas para provar que elas querem vir conosco. – Adrian pronunciou alto, me fazendo confusa. – Mas sua família não quer as deixar irem embora... vamos ter que fazer a vontade das meninas mestiças.

Então com um baque a realidade me bateu: a desculpa para uma luta. Para Tifanny tentar seu homicídio contra mim. Olhei para o meu pai em busca de respostas, e o brilho de dor no seu olhar me confirmou o que viria a seguir.

Meus próximos passos foram em direção ao primeiro híbrido que se encontrou em minha direção. Até que me surpreendi por estar imobilizada por três.

-Me solta! – gritei novamente tentando, em vão, sair dos braços deles.

Depois disso aconteceu algo. Senti uma dor aguda na nuca e escureceu minha vista. Não pude nem sequer tentar lutar contra a escuridão, ela me abraçou numa chama acolhedora e confortante, impossível não me entregar.

A Irmã de Renesmee (pós Saga Crepúsculo)Onde histórias criam vida. Descubra agora