Dead, Janeiro de 1989
Acabamos indo dormir naquela hora mesmo, estávamos cansados e bêbados demais para tomar um banho. Foi bom tê-lo ao meu lado, Øystein não parecia o tipo de cara que gostaria de ser abraçado, mas quando me aproximei para que nós dois coubessemos na minha cama, fui surpreendido ao ver que ele também chegou mais perto, então tomei a liberdade de colocar meu braço sobre seu corpo, e ele não reclamou.
Hoje levantei antes que Øystein e fui tomar um banho... o cheiro de terra... ou da natureza é suportável, já o do álcool, é nojento. Por mim, eu não beberia nunca, mas se fizesse isso, pareceria um careta. Escovei os dentes e coloquei outras roupas que havia levado, já que nós nem trocamos de roupa.Saí do banheiro e coloquei minhas roupas em um cesto, andei até a sala, sentei no sofá e comecei a ver TV. Pensei por alguns instantes que é muito bom que Hellhammer e Necrobutcher tenham namoradas, se eles vivessem o tempo todo aqui, Øystein surtaria.
Por ser domingo, nós tiravamos um dia de descanso dos ensaios, teríamos um novo show, e eu me sentia mais nervoso que nunca.
Olhei para o lado e tive a visão da cozinha... talvez lá... tivesse alguma coisa. Algo que me fizesse deixar de lado essa agonia.Olho por cima de meu ombro e vejo as escadas, se eu fizesse um corte rápido, não teria como Euronymous ver. Suspiro e tento me concentrar no programa na TV. Quando percebo, minhas mãos estão geladas e tremendo... seria possível sentir falta de algo que me faz tão mal? Talvez fosse... porque faz eu me sentir vivo. Aperto com força os dedos contra a palma da mão, e sinto uma pequena dor ali, abro a mão e vejo a marca que se formou.
Eu deveria fazer algo para me distrair, sei lá, escrever pra minha família
Euronymous, Janeiro de 1989
Acordei sozinho no quarto de Pelle e fiquei encarando o teto por um tempo antes de levantar, ir até meu quarto e trocar de roupa. Desci rapidamente as escadas, à procura dele, e o vi escrevendo em um papel
- Ei!
Ele olha pra cima e dá um sorriso fraco
- O que é isso?
- Ah, nada... uma carta. Ei, eu queria agradecer de novo por ontem, Øystein... sério, eu nem consegui reagir na hora... aquele Varg é muito estranho
- Agradeça me comprando coca...
Vejo ele sorrir de novo e dobrar a folha ao meio
- Ei, Øystein... eu pensei que a gente podia sair, sei lá
- Tipo um encontro, é?
Sorri irônicamente e cruzei os braços.
- Só porque te ajudei você acha que somos namorados agora?
Me arrependi por esse gesto ao vê-lo ficar meio cabisbaixo, então me sento ao seu lado
- Eu tô brincando, idiota. Claro que sim. Vai lá tirar esse pijama e vamos. Mas você decide o lugar
Vejo ele sorrir e se levantar, subindo as escadas. Não pude conter a curiosidade de me inclinar e abrir a carta. Estava em sueco, portanto, não consegui entender algumas coisas, mas... senti um embrulho no estômago ao ler um "não consigo parar de pensar em você, Anders, acho que você adoraria esse lugar. Sinto sua falta. Com amor, Pelle".
Dobro a carta de novo e encosto no sofá. Anders? É... possível que ele tenha uma namorada?
Levo um susto quando ele aparece de novo na sala e me levanto para sairmosDead, Janeiro de 1989
Øystein estava muito esquisito desde a hora que saímos, mais quieto e menos provocativo que o normal. Tentei melhorar seu humor comprando uma coca... e ele até começou a puxar um pouco de assunto durante nosso caminho, mas ainda de um jeito estranho.
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dearest
Fanfiction"Meu nome é Per Yngve Ohlin, mas eu prefiro que me chamem pelo meu apelido: "Dead"; ou para os mais íntimos, Pelle. Eu amo Black metal e odeio minha vida. Um dia eu ainda pretendo criar coragem e acabar com tudo isso."