[Notas (TW): Olá pessoal, nesse episódio existem cenas gore envolvendo animais, nada realmente detalhado, mas, um aviso caso sejam sensíveis. Boa leitura!]
Dead, Dezembro de 1989
A estadia na Alemanha foi muito legal. Quero dizer, tirando o fato de que meus braços estão mais fodidos do que nunca, mas eu vou mentir dizendo que não gosto disso? Eu gosto, é claro que gosto. E gosto da atenção que recebo por isso também, as pessoas por algum motivo ficam fascinadas quando eu rasgo minha pele na frente delas. Me pergunto: nunca fizeram isso antes?
Imagino que já tenham feito sim... não deveria ser tão surpreendente, mas já que é, estou feliz. Meus cortes e nosso som nos renderam dezenas de shows, Øystein parecia meio contrariado com tudo isso, ele sempre fazia uma cara estranha, mas não me reeprendia mais... digo, ele tem o jeito dele de me ajudar com os cortes, que é... me xingando e dizendo pra eu pegar mais leve, mas não repreendendo exatamente, eu acho. E, sobre as dezenas de shows, durante os últimos meses fomos para alguns outros países, tipo a Dinamarca, a Holanda e até mesmo a Suécia. Eu fiquei com medo quando fomos para a Suécia. Medo em encontrar alguém que eu conhecesse, mas por sorte, não encontrei ninguém (o único azar lá foi levar um puxão de orelha de minha mãe por ela descobrir que eu estou me cortando. Ela não se importava com as letras que tocávamos, ela nem entendia inglês direito na verdade, mas... não gostava que eu me cortasse. Porém, visitá-la, mesmo que eu tenha ficado constrangido em receber uma bronca na frente de Euronymous, que me zoou depois, foi muito bom, eu estava com saudades dela, de meu pai e de meu irmão). Estávamos fazendo tanto sucesso que quando nossos shows tiveram uma estabilidade de público, decidimos dar uma pausa para compormos mais músicas, mas principalmente para descansarmos, isso fez com que Øystein colocasse em ação seu plano de abrir uma loja de discos; foi muito divertido ajudá-lo a decidir a decoração e tudo mais, era muito bom estar ao lado dele. Øystein pode ser meio grosseiro no jeito de falar... e as vezes pervertido demais, mas ele me faz muito feliz, eu consigo sentir que ele se importa comigo de verdade e que todas as vezes que tivemos algo... não foi uma coisa vazia, como parece ser com os caras que pegam qualquer um por aí, eu sinto genuinamente que estamos em um relacionamento. Euronymous deve acreditar também, porque até mesmo já disse que eu era namorado dele, nós sempre estamos juntos, sempre fazemos... Sei lá, coisas de namorados, tipo assistir filmes juntos, dormir juntos... e ir ao mercado juntos, e discutir por algum de nós termos esquecido a comida no fogo.
Não oficializamos nada, mas eu sei que Øystein não ficou com mais ninguém além de mim, e eu também não. Necrobutcher e Hellhammer também notaram isso, eles zoavam bastante no começo, mas acho que agora... ou só perdeu a graça, ou eles só aceitaram, bom, eu nunca me importei de qualquer forma.Hoje, eu e Øystein acordamos, passamos um tempo juntos e depois fomos para a loja de discos dele, que havia inaugurado há pouco tempo. Inclusive, ele por algum motivo tinha decidido cortar uma das camisas da banda bem curto e usar assim, eu achei fofo, mas a barra dela estava toda torta porque ele não cortou direito.
Eu achava a loja dele bem confortável, ele tinha metido umas camas lá também (não na parte que os clientes tinham acesso), e as vezes nós dormíamos lá quando saíamos de algum lugar muito tarde e lá era mais próximo que nossa casa, ou quando ficávamos até tarde na loja.Eu estava tirando o pó de alguns discos na prateleira quando um cliente entrou, olhei para trás e vi um cara um pouco mais baixo que eu, com cabelos castanhos na altura do ombro e usando camisa de alguma banda merda mainstream se dirigindo até o balcão; nem dei importância, era o típico cliente que aparecia aqui, adolescente em busca de... Sei lá, um álbum dos Beatles ou qualquer coisa do tipo... mesmo que não tenha esse tipo de álbum na loja. Esperei ouvir, como de costume, Øystein tirar uma com a cara dele, mas... na verdade, quando percebi, eles estavam conversando.
Eu como "nada" curioso, larguei o pano que estava usando para tirar o pó em uma das prateleiras e fui atrás do balcão pegar um copo d'água. Eles estavam conversando sobre nossos shows, o cara estava dizendo que achava incrível o quanto Øystein havia crescido com a banda e blá-blá-blá. Eu me virei e me aproximei dos dois.
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dearest
Fanfiction"Meu nome é Per Yngve Ohlin, mas eu prefiro que me chamem pelo meu apelido: "Dead"; ou para os mais íntimos, Pelle. Eu amo Black metal e odeio minha vida. Um dia eu ainda pretendo criar coragem e acabar com tudo isso."