Capítulo 18 - Dias que virou anos! 😮‍💨😰😭

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Pov: Solar

Dia após dias eu seguia uma rotina que parecia não ter fim.
No início, contava os dias que passei aqui, perdi a conta quando passou dos 30 dias.

Talvez agora eu entenda as pessoas aqui, entenda os motivos dela perderem o brilho de seus olhares. Todas as manhã, levantamos, comemos algo que nem chamo de comida, uma papa estranha, pegamos nossas ferramentas e passamos o dia inteiro quebrando rocha após rochas atrás de algo que desconheço. Há apenas um intervalo de descanso no meio do  dia, e voltamos a ser escravos dos Kairós. A noite, exaustos, desmaiamos na cama e acordamos no dia seguinte repetindo a mesma rotina e sofrimento.

Deitado em minha cama, ainda consigo escutar todas as noites a voz do Lunnar em meus pensamentos. Mas a cada dia, sinto que o som da voz dele está sumindo, e não estou conseguindo mantê-lo comigo por mais muito tempo.

O que será que ele está fazendo? Ele esqueceu de mim? Será que ele foi pego pelo Looping? Perguntas que dominam minha mente e fazem meu pensamento cansar.

×××

-- Ei, levanta.-- escuto a voz do Verme Cinza. Ele me balançava e  puxava o resto de pano que cobria meu corpo.

-- Hum... deixa eu ficar aqui só mais um tempinho.-- falei com sono.

Ele não disse nada.

-- Verme Cinza?!-- chamo ainda com sono.-- Está aí?

Sinto algo liquido pingar no meu rasto.

Deslizo minha mão sobre o líquido em meu rosto. Ao abrir os olhos, vejo que era vermelho.

Olho para o lado e vejo um Kairós. Ele cortou o pescoço do Verme Cinza com uma de suas adagas.

O corpo do Verme Cinza caiu no chão. Saltei da cama e segurei o Verme Cinza antes de cair no chão.

-- Oque você fez?-- perguntei olhando para Kairós.-- Ele não merecia isso.

Os outros me olhavam em silêncio.

-- Trabalhe!-- disse a criatura.

Deixei o corpo do Verme Cinza no chão, e avancei no pescoço do Kairós.

Ele se desviou, com sua adaga me empurrou contra o chão e fez um corte em minhas costas.

Cair no chão rolando e com dor.

-- Trabalhe!-- finalizou ele.

Ele saiu, deixando o corpo do Verme Cinza no chão, e os escravos apenas observava tudo e abaixava a cabeça quando a criatura saía.

Os olhares de julgamento vieram na minha direção. Todos aqueles escravos devem me culpar pela morte do garoto.

Ajoelhado, me aproximei do corpo dele mais uma vez. Encostei minha cabeça na testa dele, e deixei as lágrimas caírem.

-- Me desculpa, eu sinto muito.-- sussurei mesmo sabendo que ele não pode me escutar.

-- Não se preocupa.-- escutei a voz do Verme Cinza.

Levantei minha cabeça e vi os olhos de aberto.

A garganta dele havia cicatrizado e apenas um sinal ficou visível.

Olhei para minhas mãos, minhas veias estavam brilhando em amarelo. A energia era transferida para o corpo do Verme Cinza.

Um sorriso se formou em meu rosto. Após tanto tempo, minha magia retornou.

A energia começa a desaparecer novamente.

-- Não...Não...Não...-- falo me levantando do chão.

Tento focar minha magia, mas não consigo, ela sumiu novamente.

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