Nosso Segredinho

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 às 23:32 da noite
Boa leitura
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Eai, eu sou a Isa, não Isabelly, não Isabele e nem Isabela, meu nome é Isa, só. E eu quero te contar a história de quando eu virei um jogo que nunca achei que conseguiria virar.

  Primeiro eu tive mais um dia comum, onde eu sai da minha casa às sete da manhã para ir para a escola -onde eu quero deixar bem claro que sou forçada a ir e que preferia mil vezes estudar em casa- mas meus pais acham que eu devo ter relações sociais proveitosas, acredito que eles não ficariam contentes em saber como eu aproveito as minhas relações sociais.

  Voltando, eu sai e caminhei despreocupada até a esquina da minha casa, onde a cena se repetia diariamente. A chegada na esquina, o barulho do carro vindo da rua paralela, o carro parando na esquina, o vidro do passageiro abaixando e dentro dele, o motivo da minha tormenta.

- Entra ai.

  Esse é o momento em que eu me lembro de não me acostumar com esses momentos, de não esperar que eles aconteçam no dia seguinte, mesmo que eles nunca tenham parado desde que isso começou.

- Gostei do boné. ~Afivelo o cinto de segurança tentando ler o que está escrito nele~

- É do Finneas, ele não pode sonhar que eu peguei sem pedir. ~Ela dá a partida~

- Você faz de propósito né!

- Ele rouba as minhas coisas também, então eu acho justo. ~De relance ela me olha, sorri e tira o boné da cabeça~ Toma, vai ficar melhor em você. ~Sua mão se estende na minha direção sem que ela tire os olhos do caminho e eu pego o boné~ Mais tarde você me devolve.

- Mas, e se perceberem.

- Eu nunca vim com ele, tá tudo bem. ~Abri o espelho do banco do passageiro e arrumei o boné na minha cabeça~ Viu, perfeito!

- Valeu. Ei, você falou com o Oliver, ele estava atrás de você ontem.

- Não... ~Seu desânimo com esse assunto era visível~ Talvez eu fale com ele hoje.

- Tá, enfim.. Terminou o projeto?

- Sim ~Lá estava o seu ânimo de volta~ A propósito, o seu tá de foder, o professor vai te dar um A com certeza.

- Obrigada ~Sorri orgulhosa~ Você fez sobre o que?

- Não vou contar, eu também quero um A.

- Caramba, nem pra mim?

- Não.

- Uau, vejo o quanto você gosta de mim. ~Fingi a tristeza mais profunda que pude~

- Eu sou louca por você garota, mas não vou te contar, para de chantagem comigo.

  O caminho até a escola dura exatamente 13 minutos, o caminho junto com ela durava sete, por que a essa altura só faltam duas quadras, nós fazíamos o caminho mais longo porque ninguém passava por ali, mas mesmo assim, duas quadras antes eu tinha de descer.

- Te vejo depois. ~Tiro o cinto e pego a minha mochila~

- Calma ~Sua mão segura meu punho antes que eu pudesse continuar~ E meu beijo?

- Bill... ~Seu sorriso era cafajeste, definitivamente~

  Eu podia me xingar por horas depois por não querer relutar, mas em todas essas vezes eu esquecia que seria melhor se fosse do meu jeito.
  O carro dela seguiu e eu segui a pé, como se nada daquilo tivesse acontecido.

Já pensou se... (imagines Billie Eilish) Onde histórias criam vida. Descubra agora