capítulo 4.

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Madelaine Petsch pov.

- ai, eu amo você, garota. você é a amiga mais confiável e mais legal que a Madelaine já teve. - mamãe disse do nada, paparicando Lili mais do que tudo nessa vida. apenas ri com o seu comentário aleatório, ela realmente nunca foi muito fã das minhas antigas amizades.

- eu também te amo, tia. - Lili respondeu como se elas já se conhecessem há anos, mas são só umas quatro semanas. - cá entre nós, eu sou a melhor amiga que a Madelaine poderia ter.

- ih, o que é isso? - ri baixo, tirando a atenção do meu celular para conseguir olhá-la. - está se titulando como a minha melhor amiga agora?

- bebê, todo mundo sabe que você não tem mais amiga nenhuma e que você só anda comigo. - Lili disse convencional e eu arqueei as sobrancelhas ironicamente, procurando algum argumento válido para responder-lhe isso, mas é claro, que não achei. - isso mesmo, gata. pianinho comigo.

- oh, mãe! você vai deixar? - ri outra vez, apontando para Lili, porém com o meu olhar direcionado para a minha mãe.

- querida, eu tenho a sua mãe nas mãos. imagina você. - Lili, mais uma vez, como se dá de convencida, falou jogando o cabelo para os lados.

- olha, chega de conversa! vocês duas já estão atrasadas para a aula. - mamãe olhou o seu celular pela última vez e se certificou para saber se estava tudo certo. - bora, eu vou levar vocês.

ela iria chegar mais tarde no trabalho hoje, por isso essa folga toda e por isso está nos levando para a escola.

[...]

- Mads, você tem certeza que não quer ir comigo e com a mamãe? - Lili perguntou pela décima quarta vez, abaixando o vidro do carro da sua mãe, enquanto me olhava com seriedade.

- eu vou esperar a minha mãe, ela não vai demorar. tenho certeza. - falei confiante, me encolhendo um pouco por conta do frio.

estava chovendo tanto, mas tanto, que eu poderia prever o mundo caindo ali mesmo.

- você tem certeza? a sua mãe pode demorar um pouquinho para chegar. - a mãe de Lili falou, me olhando com aquela típica cara de mãe preocupada e receosa.

- pode ficar tranquila, tia. - sorri fraco, ainda olhando para elas. - não precisa se incomodar. a minha mãe mandou esperá-la aqui, acho que vamos sair.

- o que te custa colocar a porra do corpo dentro desse carro, Madelaine? a gente mora praticamente na mesma casa. desde quando isso é incômodo? - a minha amiga cruzou os braços já irritada, me fazendo quase rir por isso.

- é sério, eu estou bem. - se Lili estava irritada, eu já estava perdendo a paciência com a insistência dela. - vocês podem ir tranquilas, qualquer coisa eu aviso.

- tudo bem então, mas se cuida e se a sua mãe demorar, você liga. - a mãe dela disse séria e eu assenti, sorrindo ainda fraco.

acenei para elas, vendo-as irem.

eu estava fora da escola, claro, já não tinha mais ninguém lá. me esquentei com os meu próprios braços, me sentando em um canto qualquer de uma barraca que havia em frente a escola.

estava muito frio e cada vez que o tempo passava, eu me sentia mais amedrontada e receosa. não vou negar.

até que finalmente a minha mãe resolve me mandar uma mensagem.

mãe: desculpa, filha. mas eu acabei me enrolando no trabalho
e a chuva está muito forte. você aguenta esperar mais um pouco?

mads: eu acho que sim, mãe.
não demora muito, por favor.

é impossível encontrar alguém mais azarada do que eu, sinceramente.

depois de receber a última mensagem que eu queria receber agora, desliguei o meu celular e fiquei apenas observando as gotas da chuva cair sobre os meus pés.

se eu estivesse realmente tão interessada assim na chuva, eu não iria nem notar que além dos meus próprios braços, algo contornou os meus ombros. eu não sei se me assustei mais com o contato ou com a pessoa que vi se aproximar.

- está frio. não deveria estar em casa? - a voz que eu tanto me queixava de ser irritante, estava até menos irritante agora. e não, eu não sei por qual motivo.

- isso não é da sua conta. - eu sabia que era ela mesmo sem precisar olhá-la, por isso fiz questão de responder sem expressão e sem nenhum tipo de contato visual.

- olha que hoje eu estou em missão de paz. - ela disse rindo, diferente de mim que estava achando tudo isso um grande saco. revirei os olhos e não respondi ao seu comentário "inofensivo". - eu juro.

- o que quer? achei que a professora também deveria estar em casa. - falei ironicamente, pela primeira vez na vida mantendo um contato visual tão de perto com ela.

pode tentar o que for, Morgan. mas os seus par de olhos castanhos e estranhamente atraentes não vão me convencer de que um dia, eu deveria te dar corda.

- eu estava corrigindo algumas provas, acabei de sair da escola e me deparei com essa chuva, então resolvi esperar ela dar uma acalmada. - ela respondeu e eu assenti, voltando a encarar os pingos de chuva. - e você? o que está fazendo aqui? já foi todo mundo embora.

- eu estou esperando a minha mãe que por algum acaso, resolveu atrasar. - é claro que eu sei o acaso, mas também não preciso dar todos os detalhes da minha vida para ela.

como eu disse, não são olhos sedutores e um bom papo que vai fazer com que eu me esqueça do quão suja ela é.

- sabia que o meu casaco iria te deixar confortável. - a professora disse irônica, porém convencida.

- eu nem percebi que ele estava aqui. - menti, dando de ombros e fingindo não me importar com o frio e com o quentinho do seu casaco em meu corpo.

- ah, então eu posso pegar de volta, né!? - ela brincou e eu logo senti o frio percorrer por todo meu corpo novamente, me arrepiando por inteira. quando me virei para ela, pude perceber que a mesma havia tirado o seu casaco de mim. - era só essa resposta que eu queria.

- como assim?

- o seu arrepio me mostrou que o meu casaco está te esquentando bastante. - ela riu, o colocando em mim outra vez.

apenas dei de ombros e fiquei calada mais uma vez, assim como ela.

- sem contar que não quero que você se molhe. já não basta ter visto a Hale saindo irritada da escola com o cabelo que ela leva horas dando produtos, todo molhado e parecendo uma palha de tão seco. - ela quebrou o silêncio novamente, rindo um pouco mais alto agora. eu confesso que por mais que ela seja tão nojenta e filha da puta, ela tem um bom humor. então não pude deixar de rir.

- a minha mãe chegou. - falei de repente, quando vi o carro de mamãe se aproximar de nós duas.

- pelo menos vou embora sabendo que te fiz rir. - Morgan falou, ao me ver levantar e entregar o seu casaco.

- rir das suas piadas não vai me fazer ser mais gentil com você, ou vice-versa.

minha professora de biologia - madnessa.Where stories live. Discover now