24: Tormento III

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Jeffrey

- A rosa com espinhos afrouxou sua coleira? - Spencer zombou.

- É mais interessante ficar com ela, mas hoje não deu. - Dei de ombros. - Fiquei entediado e vim olhar para sua cara feia.

- Que maldade. - Sorri falsamente - Acho que ela não gostou da forma que você a tratou.

Claro, como se ela estivesse sendo um doce comigo ultimamente.

- Enfim, a que devo a honra? Não conseguiu dormir com ela e veio procurar alguém?

- Não, seu imundo.

- Imundo? Olha só quem fala. - Ele riu. - Quer então um amigo para dividir bebida?

- Não é bem o que procuro, mas aceito. - Spencer me serviu um copo. - Na verdade eu preciso que você me arranje algo.

- Tipo?

- Qualquer coisa que eu possa fazer, até mesmo...

- Eu já sei o que você vai dizer, seu doente mental. - Virei o copo. - Qual é o da súbita mudança? Achei que você estivesse ocupado demais curtindo a vida de namoro.

- Você não perde uma chance de me alfinetar, não é?

- Claro que não, adoro ver essa sua cara de fodido com raiva. - Às vezes eu me irrito com Spencer, mas sei que sou escroto também, então deixo passar. - Jeff esconde essa carranca que você chama de cara ou vai assustar todo mundo.

- Que se foda todo mundo, eu la estou me importando.

Spencer parou de rir ficando com um semblante sério, ele se aproximou um pouco mais.

- Beleza, eu até tenho algo, mas não sei se vai querer pois foge um pouco de seu nicho. Como eu o considero confiável, posso te colocar dentro. Talvez seja um pouco arriscado, mas o dinheiro vai valer a pena.

- Desde que eu possa matar alguém.

- Se for rolar, você vai poder matar todos que encontrar pela frente. - Spencer falava de forma baixa e discreta.

- Espera, se você estava planejando algo, por que não me contou antes?

- Como eu disse, é um serviço diferente dos que você está acostumado a fazer, fora que parecia que você não queria ser incomodado. Também não depende só de mim pra que isso aconteça. - Revirei os olhos. - Enfim, eu vou te passar os detalhes assim que puder e de preferência num local mais calmo.

- Claro. - Esse cara sempre está planejando algo.

- Por enquanto, vamos aproveitar a noite?

- Achei que estivesse ocupado, afinal um homem de negócios como você deve estar sempre com a agenda lotada.

- Quase sempre, mas ainda reservo um tempo para curtir. - Ele sorriu enquanto me olhava fixamente. - E para os amigos.

- Amigos? - Perguntei.

Spencer tocou minha boca de leve com o polegar.

- Você sempre vai ser mais que um amigo pra mim. - Sua carícia era como um pedido para avançar, afastei sua mão do meu rosto.

- Que gentil. - Ele riu. - Me afastou sem reclamar.

- Não se preocupe, da próxima soco a sua cara. - Peguei a garrafa de bebida.

- Talvez eu queira arriscar algo a mais da próxima vez. - Ele piscou.

- Nem pense. - Enchi meu copo e o dele. - Beba antes que eu realmente te bata.

Meu Pesadelo (Concluida)Onde histórias criam vida. Descubra agora