37: Surpreso?

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Christine

Jeff está muito controlador. Ele parece não gostar quando alguém se aproxima de mim e sempre que preciso sair ele diz que precisa fazer algo para ir comigo e quando sai, pede que eu não saia sozinha. Confesso que às vezes sinto-me sufocada, quero acreditar que ele está apenas preocupado comigo por eu estar grávida, mas algo em mim diz que não seja apenas isso, ele esconde algo. Tentei, sutilmente, saber o que aconteceu a ele naquele dia, mas não adiantou. Apesar de tudo, estamos nos dando bem, nós conversamos muito sobre o que fazer quando Adam nascer e já temos alguns planos definidos. Eu pretendo iniciar a faculdade e voltar aos estudos assim que as coisas se estabilizarem, mesmo que demore um pouco. Jeff tem me apoiado nisso, minha mãe tem me dado alguns conselhos, converso com ela por mensagens. Larry e eu não nos vimos e nem nos falamos mais, sei que provavelmente minha mãe deve saber, mas ela não toca no assunto. Eu sinto saudades, mas entendo que não podemos mais estar tão próximos, pelo bem dele.

— Obrigado. — Jeff beijou minha mão.

Seu machucado estava quase curado já que eu o cuidei e fiz ele tomar os remédios necessários.

— De nada. — Devolvi o beijo, mas em sua boca.

Ele sorriu antes de me puxar gentilmente para o sofá e me ajeitar em seu colo. Passou as mãos por minha barriga, ele estava bem mais apegado a ela, sempre que se deitava comigo ele a tocava. Eu já estava acostumada a isso.

— Você tem medo que um dia eu vá embora?

— Por que pergunta isso? — Eu dei de ombros. — Eu sei que você não vai.

— E se eu for?

Jeff afastou delicadamente o cabelo de minha nuca e a beijou suavemente, eu me arrepiei. Ele desceu beijando meus ombros, acariciando meus braços e por fim, virou meu rosto. Achei que ele fosse me beijar, sua boca estava a poucos centímetros da minha e eu a desejava, mas ele deu apenas um sorriso cínico e se afastou.

— Você não vai. — Ele parecia convicto disso.

— Palhaço! — Me levantei. — Vê se não faz esforço e lembre-se... – Eu apontei o dedo em direção ao seu rosto. — Nada de beber.

Jeff assentiu como quem recebe ordens de um capitão.

— Ótimo. Eu vou à casa de minha mãe... — Antes que ele dissesse algo eu o interrompi. — Se eu precisar de algo ligo para você, não se preocupe.

— Certo... — Ele pensou por alguns segundos. — Vem comigo.

Curiosa eu o segui até seu quarto, ele buscou algo rapidamente em seu guarda-roupa.

— Você vai usar isso apenas se houver necessidade, mas tenha em mente que de nada adianta se você não tiver coragem para usar, senão ele pode ser usado contra você. — Jeff me passou um canivete. — Eu posso te ensinar a usar algo melhor, se você quiser.

Neguei apressadamente, com certeza Jeff se referia a uma arma.

— Por que está me dando isso? Como tem certeza de que eu o usaria se precisar?

— Você precisa apenas de calma e um pouco de prática. — Eu abri o canivete, parecia bem afiado. — Finja estar desamparada, deixe-o pensar que você está em desvantagem e assim que houver uma oportunidade, acerte em pontos vitais ou faça algo que ao menos o distraia e dê tempo de você fugir.

— Jeff, onde você quer chegar com isso? Você fala como se eu estivesse prestes a ser sequestrada, está me assustando.

— Esconda ele direito, como eu disse, use-o sem medo. — Eu fechei a cara. — Você até que dura na queda, sei disso por experiência própria, mas só isso não basta.

Meu Pesadelo (Concluida)Onde histórias criam vida. Descubra agora