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Jeffrey

Ele geralmente sai à noite e volta tarde, então achei que seria mais fácil pegá-lo de surpresa em sua própria casa. Esperei que ele chegasse e aguardei, já de madrugada, com as luzes apagadas, fui até a porta de entrada. Não foi difícil arrombar a fechadura, de modo que não levei muito tempo. Entrei na casa, pra que tudo termine logo eu espero que ele esteja dormindo. Passei o olho no que parecia ser a sala, pelo silêncio, era óbvio que estava no quarto. Cautelosamente fui até os outros cômodos, o mais próximo sem porta, era a cozinha, outro era uma espécie de escritório, estava vazio. A casa não era grande, eu não conseguia enxergar tudo tão claramente, mas podia afirmar que era simples, com poucos móveis. Logo encontrei o que julguei ser o quarto, a porta estava fechada, parei próximo a ela e tentei escutar qualquer ruído que fosse, nada, tudo em silêncio. Girei a maçaneta lentamente e ela se abriu. Peguei o canivete, já preparado. Minha intuição me dizia que tudo estava sendo fácil demais, que algo ali não estava certo, mas ignorei. O quarto estava penumbroso, de modo que não consegui ver todos os detalhes do local. Vi algo sobre a cama, só podia ser ele. Estava bem enrolado, me aproximei vagarosamente da cama, planejava cortar seu pescoço. Preparei o canivete, já quase a beira da cama, senti novamente que algo era estranho e isso me deteve por alguns instantes.

— Hesitando? — Fui surpreendido por uma voz masculina.

Por instinto puxei a arma que estava na cintura, rapidamente me virei na direção da voz.

Ela vinha do canto do quarto.

— Quem diabos é você? — Fosse quem fosse uma bala ia levar.

— Vamos lá, desde quando você hesita em matar alguém covardemente? — Mesmo falando de forma tranquila, o homem parecia com raiva.

— Mostra a cara. — Eu exigi sem paciência.

Eu sabia que tinha algo errado, o homem também armado, se aproximou um pouco de modo que pude perceber que ele era quem eu deveria matar. Esse desgraçado já sabia que estava com a cabeça a prêmio?

— Achei que você tinha desistido ou mudado de tática. — Me senti confuso, esse cara parecia me conhecer de algum lugar. — Mas você continua ardiloso, que dizer, quando quer. — Ele debochou.

— Quem te mandou?

Será que dei fim em alguém importante para ele?

— Olha... confesso que estou surpreso, hein? Eu não esperava isso vindo de você... mas isso não foi um problema, na verdade se tornou algo útil para mim e eu só tive que adaptar meus planos.

— Eu vou explodir a porra da sua cabeça e não estou nem ai se vou me foder no processo, fala ou...

— Christine não gostaria disso...

Meu corpo se enrijeceu ao escutar o nome dela. O homem riu baixo.

— Tenho certeza que você está curioso agora de como eu sei sobre ela, tenho que dizer, ela é realmente graciosa. Ela é tão meiga quanto aparenta ser?

— Eu vou te mandar para o inferno.

— Já lhe adianto que é melhor manter a calma, um ato impensado e... — Um misto de raiva e receio se apossou de mim.

— E como você faria isso? Se vai estar morto em breve?

Eu queria matar o desgraçado, descarregar minha arma em sua cabeça e tocar fogo em seu corpo.

— Eu não fui o único a receber uma morte por encomenda. — Hesitei, estava atordoado pensando em Christine. — Pode acreditar, se eu morrer aqui, Christine também morre.

Meu Pesadelo (Concluida)Onde histórias criam vida. Descubra agora