Christine
Eu estava na sala, passando de um canal para o outro quando minha monótona atividade noturna foi interrompida.
— Nada mal, eu achei que você tinha prendido a garota numa gruta. — Eu encarei Spencer sem acreditar. Passado os segundos de descrença, eu levantei rapidamente e pulei o abraçando, Spencer ficou um pouco surpreso, mas retribuiu o abraço. — Que recepção calorosa, eu achei que você me odiasse.
Eu não odiava, mas claro que também não o adorava. Além de estar a semanas sem ver qualquer outra pessoa, qualquer mínima chance de pedir ajuda me é bem vinda, então sim, eu estou feliz por ver Spencer.
Pude notar Jeffrey me fuzilar com o olhar, todo esse tempo eu venho tentando feri-lo de alguma forma e agora, de forma totalmente despretensiosa eu consegui. Ele baixou o capuz do moletom que usava e cruzou os braços. Spencer com certeza estava sendo jurado de morte.
— Me ajuda, por favor. — Eu sussurrei para Spencer.
— Se você não me soltar, estarei tão ferrado quanto você, ele vai querer me matar. — Eu finalmente o soltei.
— Era pra isso que você insistiu tanto em ver ela? Não sabia que vocês eram tão amigos.
— Eu achei que você tinha deixado a garota em paz. — Ele se dirigiu a mim. — Eu não sabia que ele tinha feito isso.
— Eu o trouxe aqui porque ela pediu, mas não é como se você tivesse algo haver com isso. — Jeffrey manteve uma postura séria e ameaçadora. — Ou pudesse fazer algo, não é?
Eu engoli em seco.
— A vida é sua. — Spencer deu de ombros. — Mas tem certeza que vai continuar com isso? Se isso for pelo garoto, aposto que ela não terá problema nenhum em deixar você ver ele, era só ter conversado.
— Não era isso que ele queria, ele matou Damon.
Spencer não parecia surpreendido, sua expressão estava mais para o desgosto. Ele massageou as têmporas e suspirou.
— Deixa a garota voltar pra casa homem, ela não vai para o outro lado do mundo. Ela volta pra casa, não conta nada pra ninguém e fica tudo certo. — Jeffrey revirou os olhos. — Entenda que com isso você só está a fazendo infeliz.
Contrariado, ele deu as costas, saiu como se não houvesse ninguém na sala. Eu encarei Spencer.
— Você não tem medo dele? — O maior negou.
— Quando você entende exatamente o que o demônio quer, fica mais fácil alimentá-lo e mantê-lo sob rédea. Já me acostumei a esse indivíduo agourento. — Mesmo não tendo motivos para rir, eu ri. — Não sei se te acho especial ou muito azarada.
— Você não vai me ajudar, não é?
Spencer desviou o olhar.
— Bem... não é como se eu não tivesse avisado a você que ficar com ele lhe traria consequências. — Eu senti a desesperança me atingir. — Mas eu posso saber como sua mãe está e se você quiser, levo até ela algum recado seu.
Eu quase não acreditei. Spencer não queria, de forma direta, contrariar Jeffrey. Não sei quais motivos o levam a ser tão compreensível com ele e nem quero saber, mas isso me intriga.
— Eu vi como ele agiu com o próprio irmão, ele matou a própria família. Por que ele confia em você?
Spencer pensou por alguns segundos.
— Eu vi seu pior lado e aceitei isso. Eu ofereci a ele uma oportunidade de lidar com seus impulsos sem mudar sua essência destrutiva. Acho que no fundo nós temos muito em comum. — Spencer passou a mão pelos cabelos. — Ou pode ser apenas por que ainda sou útil para ele.
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Meu Pesadelo (Concluida)
أدب الهواة(09/2023) 🥇 1° Lugar na categoria fanfic no Concurso Conhecendo Escritores. (09/2022) 🥇 1° Lugar na categoria fanfic no Concurso Fanfiqueiros. (06/2022) 🥉 3° Lugar na categoria fanfic no Concurso Viva La Escrita. (08/2021) 🏅 Menção honrosa na ca...