25: Desperto

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Jeffrey

Acordei com Christine em meu peito, abraçada em mim. Seu corpo quente colado ao meu foi a sensação mais gostosa que senti ao despertar, seu rosto sereno enquanto dormia me fez ficar olhando-a por algum tempo antes de decidir levantar. Deslizei o mais devagar possível para fora da cama, sem querer acordá-la. Ela se moveu um pouco, mas virou-se de lado e continuou a dormir. Deve estar cansada. Chequei o relógio. Nove e quarenta da manhã, não é tão tarde. Fui até o banheiro sem me importar em vestir algo, fui direto para o Box. Tomei um banho frio e me enrolei na toalha ao sair, retornei ao quarto para trocar de roupa. Vesti algo quente, desci até a cozinha e comecei a pensar no que ia comer. Talvez Christine acordasse com fome e já que eu acordei primeiro é justo que eu faça o café.

Eu não sou bom na cozinha, na verdade sempre me virei comendo fora e fazendo coisas básicas para quebrar galho. Mas algo simples deve valer, mesmo com diversas opções eu não sou muito criativo para isso. Fiz uma jarra de suco, passei o café, preparei torradas, fiz sanduíche e cortei algumas frutas. Não é muito, mas é o que posso fazer. Arrumei tudo na mesa e subi para acordar Christine.

Me aproximei da cama e a toquei no rosto acariciando sua bochecha, ela abriu os olhos lentamente e me encarou por alguns segundos.

- Bom dia, não quer levantar? Eu fiz o café. - Christine franziu a testa. - Quer dizer, tentei.

Ela sorriu se espreguiçando, fitei seu corpo e senti uma imensa vontade de voltar para a cama, me enroscar nele e não levantar tão cedo.

- Pode parar de me olhar? - Neguei. - Saia daqui seu pervertido.

- Estou apenas apreciando a bela imagem.

- Sei. - Christine me lançou um travesseiro. - Você já viu o suficiente, tanto que não me deixou dormir quase a noite toda.

- Mas você disse que não estava com sono. - Ela sorriu aceitando que eu tinha razão. - Vou esperar na cozinha.

Christine assentiu. Desci para tomar café, não demorou muito e escutei ela descer, foi ao banheiro e depois de um tempo saiu vindo até a cozinha. Ela vestia um moletom meu que mais parecia um vestido nela, estava linda assim. Mesmo com o rosto sonolento e cabelo meio bagunçado.

- Bom dia. - Ela sentou na cadeira e olhou a mesa. - Obrigada pelo café.

- Você faria algo bem melhor, mas fico feliz que tenha gostado.

Ela começou a comer.

- Também está bom, admito que você até que é bonzinho. Eu vou te fazer algo gostoso depois, para te recompensar.

- Se eu soubesse teria feito isso antes, o que vai me fazer?

- Se eu contar, vai perder a graça. - Christine riu. - Eu gosto quando estamos assim. Sem brigas. - Ela desviou o olhar, pareceu lembrar de algo que a incomodou.

Talvez se eu não tivesse agido daquela forma não tivéssemos brigado. O silêncio se instalou entre nós. Christine ficou mais séria, eu não tinha me desculpado, não adequadamente e acho que mesmo que o fizesse, ela ainda estaria magoada e sempre que lembrasse disso ficaria chateada.

- Christine. - Ela fixou seu olhar em mim. - Me perdoa? Eu sei que foi horrível o que eu fiz e eu não deveria, de forma alguma ter agido daquele jeito quando na verdade você precisava de cuidado.

Ela permaneceu quieta, desviou o olhar novamente e continuou a comer. Ignorando tudo o que eu havia dito.

- Eu não queria dizer tudo aquilo, eu não queria te machucar. - Continuei. - Eu te amo.

Christine me encarou com um olhar de reprovação.

- Eu não entendo você, sempre que estamos indo bem você faz algo e brigamos como cão e gato, não entendo o que te faz ter tanto ódio. Eu estou com você, mesmo com seus erros, eu me deito com você, confiei em você. Por que todo esse ciúme? Isso não é prova suficiente?

Meu Pesadelo (Concluida)Onde histórias criam vida. Descubra agora