08: Helena

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Jeffrey

"Maldito."

Eu quero matar esse cara. Vou ter certeza de aproveitar cada segundo tirando a vida desse arrombado quando eu tiver chance. Eu não quero machucar Christine, eu prometi que não faria nada a ela. Eu preciso desviar meus pensamentos dela, senão com certeza eu farei alguma besteira. Por que esse cara tem de ser uma pedra em meu caminho? Inferno! Não posso matar ele sem que ela saiba que fui eu, não posso ficar perto dela. Fui em direção a um bar próximo que raramente eu ia, seria uma péssima escolha ir pra casa. Eu não gosto da ideia de passar por ali, mas é mais fácil arranjar alguma mulher em lugares assim. Deixei a moto numa parte mais afastada e segui até lá.

O local estava cheio e movimentado, é perfeito assim. Vou até o balcão e peço uma bebida. Há várias mulheres pelo bar, umas acompanhadas e as outras, em sua maioria, tentando achar algum cara que pagasse algo para elas. Todas me pareciam sem graça e talvez péssimas pra passatempo, mas era o que tinha.

Eu já estava no segundo copo quando notei uma morena sentada ao lado de um cara, ele parecia animado demais conversando com os amigos para dar alguma atenção a ela. Era uma garota de programa com certeza.

Fixei meu olhar e esperei que ela notasse. Ela me olhou, eu sorri e ela também.

Alguns minutos se passaram onde ficamos entre olhares, eu paguei a bebida e a olhei novamente. Fiz um leve aceno pra ela e sai indo em direção a porta de saída dos fundos, não demorou muito e ela apareceu. A regata preta que vestia desenhava bem seus seios, a mini saia deixando as coxas amostra. Era impossível evitar pensar em Christine na mesma roupa, me olhando sensualmente.

— O que um rapaz bonito como você faz aqui? — Ela passou os braços em volta do meu pescoço. — Procurando distração? Pelo valor certo eu te faço esquecer qualquer coisa.

"Nunca!"

— Procurava uma mulher irresistível. — Sussurrei em seu ouvido. — Se for verdade, o resto não importa.

Ela riu, diferente do aroma floral que sentia em Christine, senti o cheiro de bebida e cigarro nela.

— Então como se chama? — Perguntou.

— Jason, e você?

— Helena.

— Então Helena, o que acha da gente se divertir um pouco?

— Claro.

Saímos pelo fundo enquanto ela se agarrava em meu braço.

— Pra onde vamos, querido?

"Fácil como pensei."

— Vamos a um local mais privado.

Ela aceitou, na certa achou que iriamos pra algum motel ali por perto. A verdade é que eu não estava com saco pra isso. Parei ao lado da moto e peguei a chave.

— É sua? — Eu assenti. — E onde vamos?

— Pra minha casa. — Pude ver um certo receio da parte dela. — Está bem perto.

Ela subiu na moto segurando a minha cintura. Eu não costumava levar qualquer um pra minha casa, mas hoje ia abrir uma exceção.

(...)

— Sua casa é bem espaçosa. — Helena caminhou pela sala.

Minha casa não era a melhor daquele bairro, mas era boa pra mim e isso bastava.

— Então, onde você prefere? Aqui ou... — Helena me abraçou passando os braços em volta do meu pescoço.

Eu beijei seu pescoço, eu já tinha feito aquilo diversas vezes com outras mulheres e até homens, mas dessa vez algo me deixou insatisfeito.

Eu a levei para meu quarto.

— Quer beber algo? — Peguei a garrafa de vodka quase pela metade que estava no chão ao lado do pé da cama.

"Quando deixei isso aqui?"

Ela negou, bebi alguns goles e deixei a garrafa onde estava. Ela sorriu de forma sedutora brincando com uma mecha de cabelo.

Eu a puxei pelo braço, toquei seu corpo, acariciando os seios por cima da fina blusa, a bunda. Geralmente eu gostava disso, gostava de tocar, ouvir elas gemerem, sentir a pele, o perfume. Era excitante pra mim, mas isso agora não me deixou satisfeito.

— Deita. — Empurrei Helena na cama sem me importar. Continuei a tocar seu corpo só que de forma mais grosseira e rápida.

E por mais que eu quisesse minha mente não focava completamente ali, na mulher a minha frente. Arranquei sua blusa e enquanto tirava minha roupa ela tirou a dela. Seu corpo era atrativo e tinha curvas bem definidas, a boca vermelha esboçou um leve sorriso quando me encarou.

— Você tem...

— Na gaveta. — Apontei para a primeira gaveta do pequeno armário ao lado da cama.

Eu até agia por impulso às vezes, mas não nesses casos. Eu ainda tenho um pouco de senso quando se trata de certas coisas.

Helena passou a ponta do pé devagar por meu abdômen enquanto abria a perna esperando.

Eu a toquei ficando entre elas.

Até mesmo enquanto eu transava com outra, Christine me fazia pensar nela, me fazendo lembrar de novo daquela noite, eu queria ela de novo.

"Com certeza foi a bebida."

Helena gemeu ofegante.

— Calada. — Apertei devagar seu pescoço. Ela segurou minha mão apertando suas pernas em minha cintura.

Não demorou e ela voltou a gemer, dei um tapa em seu rosto.

— Porra, da próxima vou marcar sua bunda. — Ela assentiu sem reclamar, comecei a me mover mais rápido segurando seus pulsos acima da cabeça.

Seu rosto era bonito, mas me incomodava.

— Fica de quatro. — Eu parei me afastando um pouco.

Ela virou ficando de costas, apertei sua bunda de novo e lhe dei um tapa. Ela arfou, lhe dei outro tapa no lado contrário.

Eu a puxei pelo cabelo e voltei a meter.

— Devagar com o cabelo. — Pediu.

— Tá doendo? — Ela assentiu, eu a empurrei de novo e ela se virou pra mim. — Achei que uma puta como você já tinha se acostumado a isso.

Ela ficou séria e disse algo que não me importei em escutar.

Eu voltei a ficar entre suas pernas e a meter com mais força apertando seu pescoço e dessa vez eu não me segurei.

— Para-ra. — Ela disse com dificuldade. — Ta me sufocando.

— Vamos Helena, não me diga que não aguenta um pouco mais?

Ela tentava tirar minhas mãos me arranhando com as unhas.

Me senti mais excitado ainda quando vi seu rosto quase em pânico a ponto de implorar para que eu parasse. Seu olhar assustado enquanto se debatia.

Meu tesão só aumentou quando imaginei Christine em seu lugar, me gritando quase sem ar. Claro que sendo ela eu ia parar, ia ser mais gentil como fui da outra vez, mas não era ela. Não tinha por que parar então. As lágrimas começaram a molhar o rosto de Helena enquanto minhas mãos não se moviam de seu pescoço. Sem me importar com os arranhões ou choro eu continuei até ela parar de se mover. Seu corpo relaxou e eu me deitei sobre ele sem sentir sua respiração.

— Ótimo, agora vou ter um trabalho a mais para fazer. — Sai de perto do cadáver. — E eu nem aproveitei completamente seu corpo.

Eu saí do quarto para me preparar, a noite seria um pouco mais cansativa do que planejei.

Meu Pesadelo (Concluida)Onde histórias criam vida. Descubra agora