28. We built it up so high and now i'm falling

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ABRIL, 2019

Eu encarava Harry conversando alegremente em uma pequena roda do outro lado da grande sala; aquele copo vermelho característico de festas americanas dançava entre as suas mãos. Já eu, de braços cruzados, tentava prestar atenção ao que Molly, diretora criativa de Harry, falava comigo.

Mas a minha mente vagava em outro lugar.

- ...e tem o photoshoot que Harry insistiu em fazer com um fotógrafo que só está disponível em maio...

- Em maio? - A data trouxe de volta a minha atenção e eu cortei Molly.

- Eu posso te contar isso, não é? Já que você é a namorada do Harry.

- Sim, é claro. - Dei de ombros. - Não é como se você estivesse vazando a informação para uma fã.

No momento em que terminei de falar, fiz uma careta, percebendo a controvérsia na frase.

- Quero dizer, e-eu sou fã dele, mas... você sabe, não é? - Ela balançou a cabeça em um sinal positivo.

- Harry me contou.

- Então você entendeu meu ponto. - Balancei uma mão na sua frente, em um gesto de "deixa pra lá." - M-mas quando em maio?

- Relaxa. Ele me falou que vocês vão viajar e que ele só tem a última semana do mês disponível. - Assenti levemente aliviada com a informação.

- Espera! - Raciocínio atrasado, como sempre. - Mas, e a Hélène?

Molly deu de ombros, como se dizendo que não sabia.

- Não é como se ele tivesse dispensado Hélène ou algo do tipo, eu acho que ele só quer esse fotógrafo especialmente para o visual geral do álbum, um par extra de mãos...

Encarei Harry mais uma vez. Ele nem me olhava.

Não estávamos bem. E o motivo era justamente essa viagem que aconteceria em poucos dias.

Abril estava sendo um mês muito difícil.

Bem, antes de tudo, eu preciso recapitular todos os eventos que desencadearam o momento presente, em que me encontro na festa de comemoração pela finalização do segundo álbum de Harry Styles, intitulado de Fine Line, enquanto converso com Molly, alguém que trabalha com Harry e que acabei de conhecer, mas não consigo prestar atenção na conversa porque só fico o encarando, feliz e se divertindo do outro lado da sala.

Começamos relativamente bem, o mês e eu; Harry tinha voltado para casa depois de semanas longe e estar fisicamente com ele sobrepunha todo o nosso estranhamento do começo por causa de toda a situação com a Sophie e o Met Gala. Eu tinha arrebentado meu colar, mas Harry já tinha me levado na loja para trocar e eu considerei tudo aquilo como apenas um evento ruim isolado, porque eu também tinha feito uma tatuagem nova e tinha presenciado Harry fazer uma tatuagem nova. Além de que estava na contagem regressiva para voltar para casa. E claro, Harry e eu entramos no mês juntos, não importavam as adversidades, ele era meu e eu era dele. E era um novo mês para uma nova fase na nossa relação; que tinha, de fato, virado um relacionamento – que mesmo falando um para o outro, ainda não sabíamos definir bem o que era. – Mas era o nosso primeiro mês completo juntos. E, de qualquer forma, parecia que tudo estava finalmente caminhando para algum lugar.

Sim, ladeira abaixo.

É sério! Eu não tinha nenhuma prospecção de como as coisas poderiam ficar ruins. Quando eu disse que imaginava que as coisas estavam caminhando para algum lugar, eu quis dizer para algum lugar bom.

Tipo às nuvens... Não ao fundo do poço!

Até as nuvens porque depois de me sentir estagnada por mais de três meses, que foi o tempo que escondi fortemente todos os meus sentimentos por e de Harry, e vivia, ou melhor, apenas existia nesse limbo sem solução, ter essa questão esclarecida trouxe um alívio muito grande para a minha alma. Ele tinha se declarado, eu tinha me declarado, íamos viajar para o Brasil juntos... Saber que Harry me queria tanto quanto eu o queria... Tudo trouxe consigo uma sensação de êxtase. Nenhuma discussão boba era importante o bastante para me tirar desse lugar feliz. Nada mais importava.

Mistérios do Destino // H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora