1. Right now I'm looking at you and I can't believe (parte 1)

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MAIO, 2018

 10 meses atrás

Parte 1 

Eu estava morando em Los Angeles há pouco mais de um mês. Sempre tive vontade de viajar para tantos lugares que, claro, não saberia para qual deles o destino me levaria. Quem imaginaria que eu me mudaria para a cidade do pecado a trabalho?! Uma ironia. A cidade onde é possível encontrar tantos famosos. Logo eu, que desde que me lembro sou fã de alguém; cantores e, principalmente, bandas, como McFly, Jonas Brothers, Little Mix, One Direction; atores, como Brad Pitt, esses novos caras bonitinhos que vem aparecendo na Netflix... A minha lista é enorme! Claro que a maioria eu só admirava, eram poucos os que me consideraria fã mesmo. Mas eu não poderia estar vivendo um sonho mais louco.

Por estar em treinamento na empresa, não tive muito tempo para me enturmar e ainda não tinha feito nenhuma amizade, conversava com pessoas aleatórias: na padaria, por exemplo, ou nos vários coffee shops que eu havia visitado no decorrer das semanas. Acho que posso dizer que eu sou viciada em tipos diferentes de café, mas que nenhum ganha do meu precioso chá gelado, e isso me faz ter bastante assunto nesses lugares. Havia uma cafeteria, perto de onde eu estava morando, que poderia ser definida como meu lugar preferido, por enquanto.

Durante as últimas semanas, muitas vezes eu trabalhava duas ou três horas além do meu horário, o que me deixava com tempo apenas para chegar em casa, tomar um banho, comer algo e organizar aos poucos a casa. Todos os dias da última semana eu havia recebido alguma encomenda de coisas que havia comprado, algumas para compor o apartamento e a maioria para a decoração do mesmo. Depois de concluir a faculdade de design de interiores, não tive oportunidade de decorar um imóvel por completo, seria a primeira vez. E era o "meu", como eu sempre quis.

Eu gostava de ambientes com cores limpas e tons acinzentados, para o meu quarto, escolhi a decoração toda em branco e tons de marrom acinzentado, o famoso "taupe", paredes brancas com móveis mesclando o taupe e o próprio cinza, com prateleiras de vidro e alguns quadros decorativos, a maioria com alguns trechos de músicas que eu gostava, uma pequena coleção de livros e de dvd's das minhas séries preferidas. Os itens eram discretos, pois a intenção não era que parecesse um quarto de uma adolescente, mas esses detalhes pessoais fizeram com que eu me sentisse em casa. Tudo que fizesse com que eu me acostumasse mais fácil, porque agora aquele seria o meu lar.

Após receber o restante das minhas coisas nos últimos dias, eu acredito que fiquei mais ocupada do que normalmente estive até então para organizar tudo. Eu não trabalho aos fins de semana, mas acontece que, naquele em específico, eu teria folga também na sexta feira que o antecederia, devido a quantidade de horas extras que havia feito desde que me mudei, por isso, na quinta-feira à noite terminei de arrumar tudo, já que não teria que trabalhar no dia seguinte, e decidi que usaria a folga para passear, pois já era hora de conhecer alguns lugares e começaria por visitar o famoso Santa Mônica Pier e os seus arredores.

Eu me considero meio paranoica em relação a muitas coisas. Como dizem por aí: Todo mundo tem defeitos, mas é importante termos consciência sobre tais. Por isso digo que, uma das minhas maiores paranoias é ir em lugares desconhecidos e, por causa disso, fiz uma - pequena - pesquisa sobre como chegar até o píer, onde eu poderia parar o carro que alugaria, a quantidade de lugares que conseguiria fazer visitar com qualidade e quanto gastaria para esse passeio. Seriam por volta de apenas vinte milhas de distância; caminho, horário, tudo milimetricamente calculado por mim e minha paranoia.

Com tudo pronto, resolvi ligar para a minha mãe. Ainda estava naquela fase de adaptação em que ligava todos os dias pra não ficar com tantas saudades.

Mistérios do Destino // H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora