10. Tongue-tied like we've never known (parte 1)

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OUTUBRO, 2018 

4 meses atrás

Parte 1 

- Liza...

Ouvi alguém chamando meu nome ao longe, era a terceira vez que tinha tido o mesmo sonho estranho com Harry e Nova York, mesmo sem a ajuda de Henry para o telefone tocar, o sonho sempre acabava no mesmo ponto.

- Eu não posso esperar para sempre para saber... - O Harry em preto e branco que dizia isso estava sempre sorrindo.

Não saber o que aquele sonho repetido significava estava me consumindo. Eu não sabia dizer exatamente o que estava sentindo em relação aquilo ou como estava me afetando. Eu só sabia que não aguentava mais acordar com o sentimento de que Harry estava partindo e que eu tinha que fazer algo para não o perder. Mas o que eu poderia fazer se ele quisesse ir embora? Como eu poderia evitar?

A única coisa em preto e branco nessa situação toda era como era a imagem do sonho, porque de resto... Nada era tão simples.

- Acorda, Elizabeth!!

Com um grito seguido de um chacoalho no corpo, meus olhos se abriram involuntariamente e eu me sentei na cama, assustada.

- Ahn? - Esfreguei os olhos tentando entender o que estava acontecendo. - O que foi?

- Eu já estou pronto. Vamos, levante-se! - Harry disse como se tivesse roubado toda a paciência do mundo para si, tamanha era calma que falava, nem parecia a mesma pessoa que havia berrado logo agora.

- Que horas são? Por que está aqui? - Ainda estava meio confusa.

- Você se esqueceu que aos fins de semana malhamos de manhã?

PUTS! Me esqueci.

- Você ficou tanto tempo fora que eu tinha até me acostumado a não precisar malhar mais. - Soltei sem querer no meu estado sonolento, mas tapei a boca assim que percebi.

- Quer dizer que você não estava se exercitando? - Harry perguntou de boca aberta, espantado. - Eu não acredito nisso, Liza! Você tinha prometido ir na academia mesmo quando eu não estivesse aqui. Eu passei a ir na parte da noite durante a semana só para te acompanhar!

- Mas você não estava aqui, Harry. - Eu voltei a me deitar na cama e cobrir a cabeça com o edredom. - Então não tem problema você ter trocado para a parte da noite. - Falei alto para que minha voz meio abafada fosse ouvida.

- Que seja! Depois não reclame que quer ser saudável e blá-blá-blá. - Harry falou com a voz afetada, em uma tentativa de me imitar, ao tempo em que puxava o edredom e olhava bem nos meus olhos. - Agora eu estou aqui, levanta! Vamos antes que o sol fique mais quente.

- Quando você viaja de novo, para onde quer que seja? - Eu revirei os olhos. - Você voltou só há três dias e eu já sinto falta da paz. - Harry colocou a mão no peito, arregalou os olhos, sua boca formou mais um "o" perfeito e suas expressões tornavam-se mais afeminadas.

- Mas não era você quem dizia estar sentindo minha falta menos de quinze dias atrás? - Perguntou por fim.

- É, mas já passou. Estou arrependida. - Eu disse segurando um risinho tolo.

- Como se atreve? - Harry, que tinha se afastado alguns passos, caminhou lentamente em direção à minha cama novamente, enquanto eu apenas observava suas ações, sem me mexer um centímetro sequer. - Eu vou te ensinar a não ser ingrata! - Ao dizer isso começou a fazer cosquinhas na minha barriga.

Mistérios do Destino // H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora