33. The same person that I need is the one I'm running from

292 11 12
                                    




JUNHO, 2019

- O que aconteceu?

Harry irrompera pela porta do meu apartamento; eu ainda segurava a maçaneta quando notei que seu rosto estava molhado e seu nariz e orelhas, vermelhos.

- O que aconteceu? O que aconteceu? - Eu repetia num tom amedrontado.

Ele gaguejava, mas não conseguia fazer sentido enquanto soluçava e andava de um lado para o outro na sala. Quanto mais ele passava as mãos no rosto mais lágrimas pareciam cair. Ele espalmava as mãos na cabeça e puxava os cabelos para cima completamente alterado.

- Meu amigo... morreu.

Eu fiquei estática por meio segundo e entrei em sua frente para o abraçar.

- Harry! Eu sinto muito! - Eu sussurrei em seu ouvido.

Ele se deixou ser abraçado e deitou a cabeça no meu ombro. Seu corpo todo tremia.

- Ele se matou, Lizzie. Ele se matou. - Ele repetia em meio aos soluços.

- Ei, tá tudo bem. Eu tô aqui. - Eu passei a esfregar suas costas desajeitadamente.

E segurei o peso do seu corpo mole por desconfortáveis minutos.

- Eu p-preci-preciso ir. - Harry se afastou desorientado. Seus braços caídos nas laterais de seu corpo e seus lábios tremendo.

- Aonde? Você não vai a lugar nenhum assim. - Eu neguei com a cabeça, talvez demonstrando mais urgência do que deveria. - Vem, vamos nos sentar no sofá. - O puxei pela mão e ele não protestou.

- Eles acabaram de me mandar uma mensagem que ele... se foi ontem com as informações do velório. - Ele passou as costas da mão no nariz. - Eu o vi no mês passado. Eu não... - Harry puxou o ar, suas palavras estavam entrecortadas. - Ele parecia bem. - Ele cobriu o rosto com as mãos. - Ele... parecia... bem.

- Eu sinto muito, H. Sinto muito mesmo.

Ver Harry assim mexeu comigo. Sempre que eu o imaginava tinha essa visão de um homem despreocupado, brincalhão e forte. Mas eu nunca pensei nele assim tão sombrio, melancólico e extremamente vulnerável. Eram momentos obscuros para Harry Styles, os quais nunca imaginei que presenciaria.

- Eu só queria... Eu só queria ter perguntado mais uma vez se ele realmente estava bem. - Harry levara uma mão ao peito, a outra cobriu-lhe a boca.

Eu conseguia ver a sua dor. Era quase palpável.

- ...Mas tinha tanta coisa acontecendo; o Met Gala, a viagem para o Brasil, e eu não-eu não notei na-nada.

Eu deixei que ele falasse ou ficasse em silêncio quando queria. Aos poucos ele se acalmava.

- Quem é o seu amigo? - Eu perguntei quando parecia seguro supor que ele não teria outra crise de choro.

- Marcus. Você não o conhece, ele é irmão do Xander. Era. - Harry fechou os olhos com força.

- Xander, seu amigo bonito da época da One Direction, Xander? - Eu respondi em um tom levemente humorado.

Harry me olhou de cara feia; um lampejo de ciúmes na sua expressão.

- Olha, eu preciso ir para o aeroporto. Alguém está me comprando passagens para o próximo voo. Eu só queria te avisar antes de viajar sem dizer nada, eu não queria você pensando que eu sumi. - Esfregou o nariz.

- Para onde você vai? Nova York?

- Philadelphia.

- Okay. - Confirmei com a cabeça, mesmo que ele não estivesse me olhando. - Você precisa que eu vá junto?

Mistérios do Destino // H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora