Capítulo 4

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Mordi o terceiro pedaço do delicioso bolo de chocolate, o melhor do mundo!

Em minha frente, Andrew tomava um copo de café e parecia perdido em pensamentos, olhando de forma fixa na mesa.

Meus olhos pararam em seu cabelo, tão perfeitamente dourado.

Eu amo o cabelo dele, é uma das coisas mais lindas em seu corpo, ficando apenas atrás de seus olhos e alma.

Respirei fundo, tentando ao máximo não gaguejar ou vacilar com as palavras que iria dizer.

Há u-uma passagem do livro "O pequeno Príncipe", que me lembra muito você.

Andrew foi disperso dos seus devaneios, me olhando com um sorriso gentil.

— É mesmo? — Ele sorriu mais ainda, mostrando seus dentes perfeitos. — E qual é?

— Você já leu o-o-o livro?

— Não.

O olhei surpresa, como assim existia um ser humano que nunca havia lido O Pequeno Príncipe? Aquela obra de arte escrita com maestria por Antoine de Saint-Exupéry .

— Bom, en-então quando você ler... v-você vai saber qual é.

Ele arqueou uma sobrancelha, me olhando com desconfiança e diversão.

— Como você pode ter tanta certeza assim?

— Eu sei que você vai saber... eu sei. — Eu não gaguejei em nenhuma palavra naquele momento.

Será que ele realmente soube? Será que ele leu o livro algum dia?

Acordei em um pulo.

Era só o que me faltava, sonhar com acontecimentos de 10 anos atrás. Nem me lembrava mais daquilo.

Passei a mão pelos meus cabelos suados e me sentei na cama, tentando não pensar muito sobre o sonho. É normal, afinal tive muitas lembranças ontem. Sonhar com isso é completamente normal.

Eu espero.

Eu precisava de um banho. Hoje seria um dia longo e muito divertido, não queria perder absolutamente nada!

Me vesti rapidamente assim que sai do banheiro e nem me importei muito com o meu cabelo, o deixei solto e levemente armado como estava.

Havia optado por colocar uma calça jeans larga e meu típico suéter laranja listrado, o coitado já estava mais usado que tudo, mas eu amava demais ele para jogar no lixo (Louis havia tentado se livrar dele há 2 anos atrás, mas eu consegui recuperá-lo e fiquei 1 mês sem conversar com meu irmão).

Desci as escadas correndo e quase me espatifei no chão por estar usando apenas meias. Que perigo.

— Menina! Está ficando maluca? Nunca mais desça as escadas assim, você quase me matou de susto! — Judith quase gritou ao quase me segurar no primeiro degrau.

— Perdão, é que estou muito animada para ver a floricultura de mamãe! Passamos por lá de carro, mas não deu pra ver quase nada. E ela nem é muito longe daqui! — Falei com muita animação.

— Eu sei, querida. Você vai amar a floricultura de sua mãe e aliás, ela é sua também — Judith segurou delicamente meu braço, me puxando para a cozinha. — Mas agora você vai tomar um café da manhã reforçado.

Nem notei quando terminei de comer as torradas e só notei que havia acabado com o café da garrafa, quando já não conseguia mais encher minha xícara.

OutonalOnde histórias criam vida. Descubra agora