14 - Are u okay?

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Dayane, Júlia, Patty e eu havíamos acabado de almoçar e resolvemos ficar no restaurante por mais um tempo a fim de colocar as conversas em dia, mas pelo visto elas preferem ficar provocando uma a outra do que ouvir uma pobre amiga que está desesperada e com saudade da ex-namorada.

Minhas amigas parecem crianças, mas, pra ser sincera, eu sou bem pior do que elas. Ou pelo menos era há cinco meses atrás. Depois que Ludmilla e eu terminamos, eu fiquei sem ânimo até para contar piadas.

— Dayane, cancela isso agora! - Júlia gritou e, provavelmente, todos do restaurante ouviram.

— Vocês não cansam disso? - Patty perguntou — O que foi agora?

— Dayane está tentando me vender no Mercado Livre de Nova Iorque! - juro que tentei não rir, mas foi impossível.

— Relaxa, Ju. Ninguém vai querer comprar. - Dayane se defendeu.

— Agora você sabe como eu me senti quando você e a Ludmilla tentaram vender meu rim! - foi a vez de Patty falar.

— Já chega vocês três! - falei.

— Você anda muito mal humorada, credo.

— Falta de sexo.

— Dayane!

— Me perdoa.

— Já fazem cinco meses, Bru. Você precisa se cuidar direito, tirar um tempo pra você. Sempre falamos a mesma coisa para Ludmilla - disse de uma forma calma, e quando eu ouvi o nome de Ludmilla, tornei a olhar para as três garotas a minha frente.

— Eu duvido muito que ela precise disso. - falei com um tom de sarcasmo, mas no fundo eu sabia que Ludmilla também estava sofrendo. Nós nos amamos muito para simplesmente esquecer a outra com tanta facilidade.

— Acredite ou não, ela está pior do que você. - Dayane completou.

— Vocês duas emagreceram demais. Estão apáticas, desanimadas... - suspirei pesadamente.

— Como mais eu poderia estar, Patty? Ludmilla é o amor da minha vida. Essa situação é muito ruim...

— Eu entendo. Você sabe muito bem que eu já passei pelo mesmo, mas se afundar na solidão nunca é a saída.

— Brunna, sinceramente, por que você não fala com ela? - Dayane perguntou.

— Ela mudou o número do celular e eu não sei qual é.

— Se quiser eu te dou.

— Não, obrigada.

— Vocês não se ajudam e nem deixam a gente ajudar. Assim complica. - Júlia falou.

— Apenas esqueçam isso, ok? Eu vou ficar legal. - elas se entreolharam e depois deram de ombros, provavelmente se conformando de que não adianta fazer nada por mim.

(...)

Darling (13:20): Bru?

Darling (13:20): Você ainda está com as suas amigas?

Eu (13:20): Não.

Darling (13:20): O que você está fazendo?

Eu (13:21): Nada.

Darling (13:21): Está tudo bem com você?

Eu (13:21): Por que não estaria?

Darling (13:22): Brunna, eu conheço você...

Eu (13:22): Ah, é mesmo. Eu havia esquecido que você me conhece. Ótimo.

Darling (13:22): Por que está agindo assim?

Eu (13:23): Eu só preciso de um tempo. Se você me der licença, eu vou dormir um pouco.

Darling (13:23): Tudo bem, Bru.

Darling (13:23): Mas, seja lá o que você tiver, não esqueça que pode contar comigo.

Darling (13:23): Eu sou capaz de fazer qualquer coisa pra te ver bem.

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