46 - The wedding.

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Alguns meses depois.

Há alguns minutos atrás eu estava prestes a enlouquecer e isso provavelmente teria acontecido se não fossem minhas amigas me acalmando. Eu estava assim porquê noite passada Ludmilla e eu tivemos uma pequena briga e eu tive medo de que ela decidisse que não iria mais se casar comigo, embora no fundo eu soubesse que isso nunca iria acontecer.

***

— Júlia, e se ela desistir de tudo? - perguntei pela milésima vez.

— Ela jamais faria isso, Brunna. Agora fica quieta porque eu ainda não terminei de passar esse negócio em você. - ela respondeu enquanto tentava passar sombra nos meus olhos.

— Se isso te deixa mais tranquila, eu acabei de ver ela ali do outro lado da casa. - Patty falou.

Nós estamos em uma enorme casa de campo da família Oliveira, e como Ludmilla e eu combinamos, não iria ser uma coisa grandiosa. Apenas nossa família e as meninas estão presentes.

— Sério? - me levantei subitamente, mas Júlia me empurrou para sentar de novo.

— Sim, e se me permite dizer, ela está linda.

— Ju, termina isso logo, eu preciso ir! - exclamei.

— Fica quieta, Brunna. - ela disse.

— Onde está Dayane? - perguntei.

— Ela está com Ludmilla. - Patty respondeu.

***

Elas me distraíram por longos minutos até Júlia finalmente terminar minha maquiagem, e agora eu estou mais calma pelo simples fato de estar cara a cara com a minha futura esposa enquanto ela segurava minhas mãos com as suas.

Ludmilla tinha um sorriso encantador nos lábios, ainda o mesmo sorriso pelo qual eu me apaixonei há anos atrás. Ela já havia dito sim e eu não poderia estar mais feliz. Todo o interior do meu corpo parecia estar explodindo como fogos de artifício.

— E você, Brunna Gonçalves, aceita receber essa mulher, cuja mão você está segurando agora, como sua legitima esposa?

— Aceito.

Ao falar isso, eu não consegui mais me conter e segurar as lágrimas que estava guardando. Ludmilla também não.

Nós fizemos a troca de alianças sem pressa. Ela olhou nos meus olhos enquanto a empurrava no meu dedo e eu fiz o mesmo. Eu conseguia ouvir todos aplaudindo, nossos pais chorando, e nossas amigas gritando, mas para mim, era como se apenas Ludmilla e eu estivéssemos ali, naquele momento.

Ela me puxou para seus braços e me abraçou com toda a delicadeza possível para depois segurar meu rosto entre as mãos e selar seus lábios aos meus.

Levei uma mão até sua nuca para aprofundar o beijo e senti pétalas de rosas caindo sobre os nossos rosto na mesma hora. Luane e Sofi se encarregaram disso, embora não fosse algo planejado. Elas apenas acharam que seria lindo, e realmente está sendo.

— Eu amo você. - Ludmilla sussurrou contra meus lábios.

— Eu também amo você.

(...)

Eu estava conversando com Dayane, Sofi e Luane enquanto tomávamos champanhe e Ludmilla estava do outro lado conversando algo com seu pai. Os outros provavelmente estavam espalhados pela enorme casa.

Nós decidimos não estender muito as comemorações porque Ludmilla e eu iremos para Singapura em poucos minutos. Um jatinho particular está à nossa espera na pista de pouso que fica aqui perto.

— Se importam se eu pegar minha mulher emprestada por alguns minutos? - Ludmilla perguntou ao se aproximar e envolver minha cintura por traz.

Admito que quase me assustei, mas sua voz soou tão baixa e calma no meu ouvido que eu acabei suspirando ao invés de gritar.

Algum dia ela me mata.

— Toda sua, Oliveira. - disse Dayane, fazendo Luane e Sofi rirem.

Elas rapidamente saíram dali, deixando Ludmilla e eu sozinhas.

— Você trouxe nossas malas pra cá, não trouxe? - perguntou.

— Sim, trouxe. Estão no andar de cima.

— Eu vou pedir pra alguém busca-las e leva-las para o carro, ok? - assenti — Mas antes eu quero saber como você está se sentindo com tudo isso.

Mordi o lábio inferior e olhei em volta, revivendo o momento em que trocamos as alianças e dissemos 'sim, aceito' uma pra outra. Faz pouquíssimo tempo que isso aconteceu e eu ainda não consigo acreditar.

— Eu acho que estou sonhando. - falei, voltando a olhar para Ludmilla.

Ela está muito mais linda do que o normal. Seu longo vestido branco tem uma enorme fenda na perna igual o meu, e a parte de cima cobre seus seios em um "X", deixando sua barriga de fora.

— Eu me sinto da mesma forma.

— Admito que cheguei a pensar que você não viria por causa da briga que tivemos ontem. - Ludmilla revirou os olhos — Desculpa!

— Você é uma idiota. - ela me puxou pela cintura e me beijou rapidamente.

— Temos quanto tempo antes de ir? - perguntei ao envolver seu pescoço com meus braços.

— Quanto tempo quisermos.

— Eu estou tão ansiosa para ir...

— Então você quer ir logo? - Ludmilla perguntou, mas eu demorei alguns longos segundos para responder. Eu queria muito ir logo, mas também queria aproveitar com nossa família aqui. — Podemos ir agora ou podemos ficar um pouco mais.

— Vamos logo, então?

— Sim, vamos. Vou mandar colocarem nossas malas no carro e depois meu pai nos leva até o local onde o jatinho está. - assenti.

Ludmilla só me soltou para resolver o que era preciso enquanto eu aproveitava para trocar de roupa e me despedir de todos. Ela voltou em menos de 15 minutos já vestindo a roupa que iria usar para viajar e veio até mim. Agora nós estamos no grande salão da casa conversando com nossos pais.

(...)

A tal conversa não demorou mais do que 20min e logo fomos para a pista de vôo onde o jatinho estava. Nosso piloto chegou logo depois, então tivemos que nos despedir de todos ali.

No momento, Ludmilla e eu estamos sentadas de frente uma para a outra, já dentro do jatinho. Ela servia champanhe para nós enquanto eu lhe dava alguns salgadinhos que havia trazido comigo.

— Esses dias que passaremos em Singapura serão os melhores das nossas vidas. - ela disse — Pelo menos até o momento. Eu ainda pretendo ter muitos "melhores dias" ao seu lado. - sorri.

— Eu também, Darling.

— Não me chama assim... Você sabe como eu fico nostálgica.

— Foi assim que recomeçamos. - segurei sua mão esquerda com a minha e trouxe até meus lábios para beija-la. — Olha só onde estamos hoje. - ela sorriu.

— Sabe o que eu mais gosto na nossa relação? - fiz um som nasal para que ela continuasse — Que somos melhores amigas a cima de tudo. Isso é muito importante.

— Verdade. Acho que nós amadurecemos muito com o tempo, e fizemos isso juntas.

— Tem coisa mais gratificante, Bru? - perguntou ao mudar de lugar, sentando-se na poltrona ao meu lado.

— Não, meu amor. Não mesmo.

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