40 - Worst nightmare.

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Abri a porta do quarto chorando, sem saber o que fazer. Ludmilla estava ajoelhada em frente sua enorme mala enquanto jogava suas roupas lá dentro sem cuidado algum.

Naquele momentos, lágrimas carregadas de dor já escorriam pelos meus olhos. Ludmilla levantou a cabeça para me olhar, mas não conseguiu manter contato visual por muito tempo e continuou o que estava fazendo.

Eu queria gritar, mas nada além de altos soluços saía pela minha garganta.

Ela jogou a ultima peça de roupa na mala e mais alguns outros pertences e, com um pouco de dificuldade, fechou-a.

— Ludmilla... - foi o máximo que consegui dizer quando ela se levantou.

— Tarde demais, Brunna. - disse, passando por mim e esbarrando seu ombro no meu.

— Por favor, fique. - abracei-a fortemente por traz, e embora ela fizesse força para se soltar dos meus braços, eu tentava impedi-la a todo custo.

— Eu já disse que é tarde demais, agora me solta. - ela me empurrou, mas logo ficou de frente para mim.

Eu chorava sem parar. Já não conseguia mais segurar as lágrimas, e nem queria. Dei um passo a frente e agarrei os dois lados de sua jaqueta com força, para então esconder meu rosto em seu pescoço e chorar ali mesmo. No único lugar que me traz proteção.

— Não me deixe, por favor. Eu não sei viver sem você. Eu...

— Você me mandou ir embora! - ela gritou e me empurrou mais uma vez — Não se finja de vítima agora, Gonçalves.

— Me perdoa, Lud. Eu te amo muito, e você sabe disso.

— Ama, é? - ela abaixou o tom de voz e se aproximou de mim novamente. Eu pensei que ficaria tudo bem entre nós, mas meu mundo inteiro desabou quando ela prosseguiu: — Mas eu não te amo mais.

Ludmilla pegou sua mala e abriu a porta do quarto. Eu a segui até a sala, ainda chorando desesperadamente e implorando para que ela não me deixasse.

— Como pode não me amar mais? Você tem outra pessoa agora?

— Não, ainda não. Mas você me desgastou, Brunna. Foi você que fez com que eu deixasse de te amar.

— Só mais uma chance, por favor. É tudo que eu te peço. - toquei seu rosto sutilmente, mas ela bateu na minha mão sem pena.

— Sai de perto de mim. Eu não quero mais saber de você. Já chega!

— Eu não posso viver sem você, Ludmilla.

— É claro que pode.

— E tudo que nós vivemos juntas? - perguntei, sem conseguir olhar para ela.

Eu sabia que Ludmilla estava com a mão na maçaneta da porta de entrada e a qualquer hora ela iria sair, deixando-me completamente sem chão.

— Memórias. Serão apenas boas memórias a partir de hoje. Sou grata por tudo que vivemos, Brunna. Mas pra mim já deu. Já chega. Eu não posso mais viver assim.

— Ludmilla, não vá. Por favor, fique comigo. Eu faço qualquer coisa.

— Adeus, Brunna.

Ela abriu a porta e não tardou em sair e fecha-la com força.

Eu perdi completamente as forças que ainda me restavam e me permiti desabar de joelhos no chão. Chorei com vontade, como se um pedaço de mim estivesse sido arrancado a força. Mas foi exatamente isso que aconteceu. Ludmilla é um pedaço de mim, e sem ela eu não vivo.

Minha testa estava inteiramente molhada de suor. Meu peito subia e desci de forma descompassada e meu coração batia tão forma e rápido que eu conseguia ouvi-lo facilmente.

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