32 - girlfriend.

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Eu acordei cedo pela manhã. O céu estava nublado e o tempo estava frio, como já era de se esperar.

Olhei para o lado e vi Ludmilla dormir serenamente com a cabeça repousada na curva do meu pescoço. Foi então que lembrei na noite que tivemos e logo abri um enorme sorriso, ainda sem conseguir acreditar em tudo aquilo.

É incrível a capacidade que a vida tem de dar várias voltas. A minha deu duas voltas enormes que mudaram completamente o curso da minha história. A primeira foi quando eu percebi que estava apaixonada por Ludmilla na época do colegial, e quando começamos a namorar um tempo depois.

A segunda acabou de acontecer, e a mesma pessoa que foi responsável pela primeira volta, também foi responsável por essa. É sempre ela. Sempre.

Percebi que não iria mais conseguir voltar a dormir, então decidi me levantar para preparar o café da manhã. Porém, Ludmilla estava literalmente agarrada em mim e qualquer movimento brusco poderia acorda-la.

Com cuidado, tirei seu braço que estava em volta da minha cintura e coloquei o pequeno coala de pelúcia para que ela pudesse abraçar e não sentir minha falta. Depois afastei sua perna para o lado e nesse momento ela balbuciou algo que eu não entendi.

Ao sair da cama, vesti uma calcinha e um short de algodão. Depois coloquei meu moletom verde e fui ate o banheiro - que fica dentro do quadro - escovar os dentes. Por fim, amarrei o meu cabelo em um coque um tanto bagunçado e saí em direção a cozinha.

Decidi preparar um sanduíche natural e suco de laranja, porque sei que Ludmilla gosta. Ela tem toda essa ideologia saudável que as vezes chega a me irritar, porque nós nunca dividimos uma pizza.

Há aproximados 10 minutos depois que cheguei na cozinha, ouvi Ludmilla gritar:

— Bruuuuuuuuuuuuuuuu.

Sorri ao lembrar que isso acontecia quase sempre quando ela dormia comigo. E aqui vamos nós de novo. Eu não posso estar mais feliz.

— Estou indo! - gritei de volta.

Coloquei todo que havia preparado em cima de uma bandeja e retornei ao quarto. Ao entrar, vi a imagem mais adorável do mundo. Imagem essa que eu não via a meses, e que estava morrendo de saudade.

Ludmilla estava sentada na cama, apenas de calcinha e moletom. Ela esfregava os olhos com as costas dos dedos e seus lábios formavam um enorme bico. Foi nesse momento em que eu pude realmente analisa-la. Observei cada detalhe. Vi que seu cabelo estava bem menor do que quando namorávamos e concluí que ela é realmente linda de todos os jeitos.

— Bom dia, Lud. - falei, me aproximando para beijar sua testa.

— Bom dia, Bru. Essa bandeja é pra mim?

— É sim. Fiz aquele sanduíche horrível que você tanto gosta. - coloquei a bandeja em cima da cama, de frente para Ludmilla.

— É melhor do que essas porcarias cheias de gordura que você costuma comer. - ela disse, dando uma mordida no sanduíche e depois um gole no suco.

Levantei uma sobrancelha e cruzei meus braços embaixo dos seios.

— Eu comi você ontem a noite. Isso significa algo? - ela semicerrou os olhos.

— Você está me chamando de gordurosa? - perguntou.

— Você mesma se chamou assim no momento em que disse que eu como coisas cheias de gordura.

— Mas eu não disse com esse sentido. Não tenho culpa se você é uma maldita pervertida. - ri.

— Cala a boca, Ludmilla. Termina de comer quietinha.

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