48 - Good luck baby.

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Meses depois.

Eu estava sentada na cama com uma pilha de pastas lotadas com documentos e precisava me concentrar para terminar todo esse trabalho, caso contrário, meu pai me mataria. O problema é que estava sendo difícil escutar meus próprio pensamentos porque Brunna cismou em brincar com a minha câmera.

— E esse é o quarto das suas mamães. - ela disse ao abrir a porta — É aqui onde nos divertimos. Mais precisamente na cama.

Depois que casamos, Brunna e eu decidimos não demorar muito para ter um filho. Nós fomos no laboratório de inseminação a mais ou menos um mês, mas ainda não temos um resultado e existem probabilidades dizendo se pode ou não dar certo, mas Brunna está muito animada. É obvio que eu também estou, mas não quero que ela crie expectativas e fique triste depois.

Desde que a inseminação foi feita, Brunna decidiu gravar alguns vídeos como se estivesse conversando com o bebê. Todos os dias é um tema diferente, e hoje, pelo visto, ela decidiu apresentar a casa para ele.

— É aqui onde nos divertimos, huh? - perguntei, rindo.

Ela sentou ao meu lado e abraçou meu ombro com o braço direito enquanto segurava a câmera com a outra mão.

— Sim, é aqui onde brincamos de barbie. - sorriu com a língua entre os dentes. — Diga oi para seu filho, Ludmilla!

— Olá bebê.

— A sua mãe Ludmilla está tentando trabalhar, mas eu não consigo deixa-la em paz.

— É, você está me atrapalhando. - brinquei.

Brunna me olhou com um enorme bico nos lábios, o qual eu prontamente beijei.

— Está vendo como sua mãe é cruel?

— Eu não sou cruel, amor. Agora você pode parar de falar com a câmera e me deixar trabalhar? Isso está parecendo "Boa Sorte, Charlie". - Brunna riu.

— Eu vou continuar mostrando o apartamento para o nosso filho. - beijou minha bochecha e se levantou, mas eu a chamei antes que ela saísse do quarto.

— Ei, amor!

— Sim? - virou-se para mim enquanto ainda filmava.

— Bela bunda.

— Idiota! - ri.

Quando eu finalmente terminei de revisar todos aqueles papeis, Brunna já tinha guardado a câmera. Agora ela estava jogada na cama cantarolando alguma música enquanto mexia no celular. Foi então que eu decidi que deveria ter uma conversa com ela.

Eu não quero ser negativa, nem muito menos tirar as esperanças dela, mas preciso ser realista e abrir seus olhos. Preciso mostra-la que existem probabilidades da inseminação falhar, mas ao mesmo tempo não quero fazer com que ela desanime.

— Ei, Bru...

— Sim? - bloqueou a tela do celular e colocou-o na cômoda.

— Você sabe que existem chances da inseminação falhar, não sabe?

— Sei, por quê?

— Porque eu não quero te ver triste caso falhe. - ela assentiu — Já faz quase um mês e daqui a pouco você vai poder fazer o teste de gravidez, então...

— Eu sei, Ludmilla, mas essa foi a única forma que eu encontrei para ocultar meu nervosismo.

— E está resolvendo? - Brunna assentiu — Bom, eu também estou muito nervosa, então acho que podemos gravar juntas. - ela sorriu.

— Quer mesmo?

— Sim! Vai la pegar a câmera.

— Ok.

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