Prólogo

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-2 de maio – 1998.

-Rápido, me dê alguma coisa – Harry pede para Hermione com uma mão esticada a ela e a outra tentando tampar os ferimentos do professor no chão. Ele estava sangrando muito, muito mesmo. Ele estava morrendo, seu amado estava a sua frente morrendo.

A garota procura em sua bolsa e entrega um frasquinho para o menor, que começa a coletar as lagrimas do homem, a pedido dele. A gritaria lá fora, o caos da guerra parecia não afetar o trio lá dentro, todos estavam concentrados demais no professor quase morto por causa daquela cobra terrível.

-Olhe para mim... Olhe... - Severus chama o garoto para frente e encara os olhos verdes antes de desmaiar. Ele queria um vislumbre dos olhos esverdeados e brilhantes de sua amada Lilian antes de cair para descansar um pouco mais. Ele desejava encontra-la onde quer que ela estivesse, queria ser digno para tal coisa... se... ele pudesse apenas sonhar.

-Não vou deixar... - Potter pensa em qualquer coisa que pudesse salva-lo quando vê que o corpo do professor caiu em seus braços. E de repente, uma ideia estala em sua cabeça, ele já tinha lido aquilo, e por Merlin, ele tinha decorado o feitiço... valia a pena, o homem era seu amado, e o castanho estaria disposto a trocar sua vida pela dele... sim, valia a pena – Mione toma meu lugar.

Ele chama já se ameaçando a subir, a garota corre e se ajoelha ao lado do homem semi-morto, fazendo compressão com suas mãos na garganta dilacerada dele.

-O que você vai fazer Harry? - a jovem pergunta, mas depois de tantos anos de amizade com ele, ela confiava cegamente no que ele fazia.

-Salvar ele... - o castanho se senta do outro lado do corpo do moreno, ele tira a franja escura da frente dos olhos do professor com cuidado.

Seu coração palpitava loucamente com a possibilidade de perder seu amado platônico, ele aperta ainda mais a varinha na mão, faria isso por ele, o traria de volta dos mortos. Rony se aproxima dos amigos e do professor e se senta ao lado deles, o nariz torcido por Harry querer salvar o Snape, o maldito Snape, mas ficando em silencio e deixando seu amigo trabalhar.

-Duo corpora sanguis transfusio – Potter traduz o feitiço balançando a varinha em cima de seu coração, e depois toca a pontinha de sua varinha que brilhava escarlate em cima da onde estaria o coração do professor - Duo corpora... – ele suspira com uma sensação quente que irradia de seu peito para fora, começava a doer, porem ele não iria parar agora, faltava muito pouco - sanguis transfusio.

-Harry! - Rony e Hermione gritam desesperados, mas já era tarde demais para detê-lo. A jovem coloca a mão na boca e solta um gritinho mudo. Aquele feitiço era sombrio, perigoso, triste... ele acabava com a vida da pessoa que encantava o feitiço, mas em troca... salvava a vida da pessoa encantada.

O feitiço da transfusão de sangue, uma troca na verdade. O sangue ruim e contaminado com veneno de cobra do professor Snape se instalaria no corpo saudável de Harry, e o contrário também. Ou seja, Harry, morreria com o veneno, porém Snape teria uma chance, tendo que apenas estancar a ferida.

Esse feitiço era tão perigoso, por sempre ser usado em casos em que uma das pessoas estava quase morrendo, seja por perda de sangue por uma larga ferida, ou nesse caso, sangue envenenado. Mas sempre, uma das pessoas morreria, a pessoa que receberia pouco sangue, ou o envenenado, nesse caso.

-Ele deve ter uns cem quilos, sete litros de sangue, e eu devo ter uns cinco – Harry pensa se levantando, ele fica ligeiramente tonto enquanto sentia a mordida em seu pescoço se formar e latejar dolorosamente, um sintoma colateral do feitiço, a ferida ficaria mais agravada em si, o veneno começando a se diluir em seu sistema – eu devo ter cerca de... ughg... cerca de duas horas e meia até estar totalmente com o sangue dele.

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