13. Cold As Stone And Sad As Poetry

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notas iniciais

Alerta de descrição de crise de ansiedade (pelo menos eu acho).

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E ela passou por mim sem dizer nada. Novamente. Droga.

Luz estava tão linda que era impossível desviar o olhar dela por sequer míseros segundos e eu não fazia questão de disfarçar nada, queria chegar nela e dizer o quanto ela estava linda naquele terno e que eu tinha um pouco de ciúmes. Mas eu não falei, eu fiquei calada. Eu nunca falo mesmo, é como se auto me sabotasse. Nem sei como deixei minha mãe me manipular, eu não tenho mais 10 anos. 

De repente meu estomago começa doer e eu repito pra mim mesma de novo não como se adiantasse de algo. Minha espiração falha e meus pensamentos voltam ao passado, faz quanto tempo que não tenho isso? Eu quero correr e ter alguém mas ninguém me espera do outro lado. Meus joelhos ficando trêmulos e eu corro até o banheiro mais próximo trancando a porta e desabando, não consigo mais me sustentar, isso é assustador. As lágrimas começam a descer, minha garganta totalmente fechada. Sinto que vou morrer. 

Ouço batidas na porta mas minhas pernas não me obedecem e as lagrimas não param de cair. depois de minutos ou horas tentando me concertar a porta é aberta de alguma forma, e eu vejo Luz. Ela me encara e rapidamente fecha a porta novamente, deixando alguém de fora que eu não reconhecia. Luz senta no canto comigo e eu desabo em seu ombro, eu nem sabia mais o porque daquilo tudo mas algo me diz que não vai parar tão cedo. Eu não conseguia parar.

— Eu posso perguntar o que aconteceu? — Luz fala depois de longos minutos em nada menos que meus soluços. Balanço a cabeça negativamente procurando forças para falar. Eu me odeio tanto por parecer tão vulnerável.

 — Eu não sei o que aconteceu. — Mentira. Eu sabia exatamente o que tinha acontecido mas não é como se eu fosse falar. Minha voz rouca sai quase como um sussurro.

— Não acha que deveria ficar de fora hoje? — Ela pergunta ainda com a cabeça encostada na minha. Espera, ela está me usando?

Levanto abruptamente de seu ombro, meu rosto vermelho pelas lágrimas ganham um semblante bravo e por um momento eu esqueço o motivo de tudo aquilo.

— Você está me usando? — O banheiro ficou silencioso, Luz demorou a reagir depois que fiz a pergunta. — Aí está minha resposta. — E eu pensando que ela fosse diferente. Eu levanto do chão e vou em direção a pia tentar amenizar a situação da maquiagem.

— Espera, quê? — Ela levanta também parecendo tão brava quanto eu. — Eu que deveria perguntar isso! Você me abandonou por meses e depois fica me olhando como se nada tivesse acontecido! — Seu tom de voz mais alto me lembrou de como tudo começou há meses.

— Eu tenho um bom motivo para isso mas não te dá o direito de me usar. — Retruco parecendo mais calma do que deveria.

— Então diga! Porque eu passei meses pensando no que eu fiz de errado. Mas pelo visto você é só mimada e imbecil pra caralho mesmo. 

Aquilo me fez querer sumir. Eu sou tão ruim assim?

— Vai se foder! Não é como se você fosse o centro do mundo, baterista de merda. — Eu termino de ajeitar minha maquiagem levemente borrada e viro para ela apontando o dedo em seu peito. — Pra sua opinião, eu não te deixei por escolha. Já você, — Eu solto uma leve risada. — acha que eu sou uma ameaça ao ponto de querer me tirar da competição.

— Desculpe, deusa da razão, por insinuar que você deveria descansar depois de chorar rios e mares no meu ombro! — Luz se aproxima mais de mim se abaixando um pouco para ficarmos cara a cara. — Patética.

Double Trouble (Lumity Beta)Onde histórias criam vida. Descubra agora