Foda se a psicologia

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– Aqui rápido! – Disse Marquês, entrando no quarto as pressas com alguns médicos. Ao ver Elisa segurando a mão de Gina em meio ao choro e o aparelho indicando o falecimento da garota, Marquês entrava em total desespero. – Não! Não! NÃO!! Por favor, a Gina não! – A mesma correu até a cama e segurava no ombro de Gina, sacudindo o corpo sem vida da garotinha. – Me leva no lugar dela... por favor ela não, não a tire de mim... – Marquês abraçou fortemente o corpo de Gina, a mesma apertava o corpo da garota como se sua vida dependesse disso, como se fosse seu bem mais precioso. 

– Diretora, por favor se acalme. – Disse um dos médicos, que tentava acalmá-la.

– Eu quero ficar sozinha. – Disse Marquês, com todos se retirando do local imediatamente. 

– Fiquem aqui, se ela precisar de algo me chamem, de um tempo para ela. – Disse o médico, ao ouvi-lo as enfermeiras afirmavam com a cabeça. Elisa saiu do corredor e foi em direção ao terraço do prédio, ao chegar lá a mesma se aproximou da beira e apoiou os cotovelos em cima do muro da cobertura, a garota chorava enquanto olhava para o céu, que estava escurecendo aos poucos, o vento batia no rosto de Elisa enquanto as lágrimas escorriam por sua face. 

– Como eu vou contar isso a ele?... – Se perguntava Elisa, com a mesma olhando para a janela do quarto de Kevin, reparando na sombra do garoto que fazia movimentos bruscos, fazendo Elisa correr para dentro do prédio e se dirigir rapidamente para o andar nove, ao chegar na Ala Especial a mesma correu até o quarto de Kevin, se encontrando com Yan, que ao vê-la limpou seu rosto, pois o mesmo estava chorando. 

– Elisa, o paciente quatrocentos e cinquenta e quatro, ele está quebrando tudo lá dentro...

– O que vocês fizeram?! – Perguntou Elisa, que estava com os olhos e o nariz vermelhos.

– Nós contamos a ele sobre Gina.

– Vocês o que?!!

– É que ele tinha perguntado e...

– Eu vou ve-lo! E o nome dele é Kevin, caralho. – Elisa correu até o quarto de Kevin, que jogava todas suas coisas no chão, desde enfeites, a roupas e móveis. – Amor, ei calma... – Disse Elisa, que tentava tocá-lo.

  Ao sentir a mão de Elisa em seu ombro, Kevin se afastava e jogava um pequeno vaso que estava em sua mão no chão. – Não encosta em mim!! – Gritou o garoto, enquanto chorava e se tremia todo. – De novo não, de novo não, de novo não! – Kevin repetia a mesma frase, enquanto se movia para lá e para cá, o garoto derrubava os armários no chão, jogava objetos na parede e gritava sem parar, Elisa nunca o tinha visto daquela forma, ela poderia recuar e se afastar, ou xingá-lo por estar naquele estado, mas ao invés disso Elisa se aproximou do garoto, que se jogou de joelhos no chão enquanto apertava seu próprio peito e chorava, a garota se colocou a frente de Kevin se agachando na frente do garoto, Elisa se sentou na frente de Kevin próximo do mesmo, que estava com a cabeça baixa enquanto chorava, em seguida a garota estendeu sua mão ao peito de Kevin, pegando em sua outra mão e a colocando a sobre seu peito, assim Kevin poderia sentir o coração de Elisa bater e Elisa sentiria o coração de Kevin. O mesmo a olhou com os olhos vermelhos, se tremendo totalmente enquanto chorava e chorava. 

– Ouça o meu coração meu anjinho do céu, respire conforme a velocidade dele, siga meus batimentos, não se force a interromper a crise, eu estou com você até o fim dela, eu não entendo a sua dor, mas eu à aceito. – Elisa sorrio para Kevin, que chorou ainda mais. – Por que eu tenho que ficar sozinho? – Perguntou Kevin, enquanto soluçava. 

– Você não vai ficar sozinho meu amor, eu estou com você. – Respondeu Elisa, enquanto acariciava o rosto molhado de Kevin. 

– Bebê, eu... – Antes que Kevin pudesse terminar de falar, alguns médicos entravam no local junto de Daphne. 

Entre A Lâmina e o PulsoOnde histórias criam vida. Descubra agora