CAPÍTULO 7

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— Você sabe que eu ainda não perdoei você, né?! — Porchay perguntou mesmo estando confortavelmente deitado sobre o peito aquecido de Kim, junto da cama grande que ainda estava bagunçada.

— Eu sei. — Kim confirmou sem deixar de acariciar os cabelos macios do mais jovem.

Já era um grande passo que Porchay o tivesse escutado e um passo ainda maior que ele não o tivesse mandado embora. Seria ruim, mas realmente cumpriria sua palavra e não voltaria a procurá-lo.

O percurso seria longo, precisaria resgatar a confiança de Porchay, mas não estava com pressa. Kim preferia aproveitar os momentos ao lado do garoto do que sequer conseguir vê-lo.

Se espreguiçando sobre o tronco macio do mafioso, o garoto mais novo ergueu o olhar. Era um ângulo privilegiado, a mandíbula bem marcada de Kim o fazia parecer tão másculo que o envergonha.

— Eu pensei que você iria desistir de mim. — Comentou ao dedilhar a gola da camisa clara que o mais velho usava. — Você sumiu depois que eu o bloqueei das redes sociais, nem mesmo apareceu na universidade. — Chay fez um beicinho.

Aquela fala fez Kim se movimentar sutilmente, só para conseguir puxá-lo mais para cima. Era como se ele declarasse estar fazendo birra para atrair sua atenção. — Eu sempre estive por perto, mas não achei justo impor a minha presença quando você não me queria por perto.

Era admirável saber que apesar dos sentimentos confusos, Kim ainda o respeitava e respeitava suas decisões mesmo que não concordasse com muitas delas.

— Vai ter que lidar com Porsche agora. — Chay brincou na tentativa de provocar o outro, mas acabou sendo ele o surpreendido.

— E quem você acha que me deu as chaves? — Kim ergueu uma sobrancelha e sorriu vitorioso com a cara chocada de Porchay.

— É verdade, a porta não estava arrombada nem nada. — Porchay concluiu antes de gargalhar com a cara espantada de Kim.

— É isso que você pensa de mim, Porchay? — Estreitou os olhos provocativos na mesma velocidade em que se virou naquela cama para jogar o garoto mais novo contra a mesma, sobre os lençóis.

Só queria atacá-lo com cócegas, mas suas reações sempre o pegaram desprevenido e Kim precisou se afastar imediatamente ao perceber que não tirava os olhos da boca de Porchay. Talvez aquela ideia das cócegas tenha sido ruim demais se fosse julgar o longo tempo que ficou sem vê-lo.

A visão de tê-lo despenteado, com a roupa erguida lhe mostrando uma pequena porção da pele da barriga e... o rosto vermelho.

— Droga! — Kim soltou entredentes antes de se sentar para ajustar sua própria aparência, deixando um jovem confuso sobre a cama.

Chay estava sem entender nada, mas logo ele entendeu. O desconcerto de Kim era claro, ele com certeza não avançaria a linha, ainda mais depois de ter levado um tapa quando o fez antes.

Era fato que estava irritado antes, mas agora só estava frustrado. Não esperava que seu primeiro beijo acontecesse de uma maneira tão... esquisita. Era para ter sido mais romântico e talvez... para ter sido mais... longo.

Chay tratou de se ajoelhar sobre o colchão e inclinou-se para encará-lo mais de perto.

— Tá tudo bem com você? — Seus dedos tocaram o ombro de Kim que delicadamente o afastou antes de se levantar.

Red Lights [KimChay Vol2]Onde histórias criam vida. Descubra agora