Red Lights [KimChay Vol2]

CAPÍTULO 11

Precisou de dias para começar a aceitar a ideia de ter irmãos ou de ser primo do cara pelo qual estava apaixonado, só sabia que não podia deixar que coisas assim influenciassem em sua vida ou acabaria enlouquecendo.

Ainda era estranho, isso era fato, mas ter o apoio de Kim mesmo diante dessa confusão, o confortava.

Porchay só precisava digerir tudo que estava acontecendo. Não era fácil aceitar a ideia de ter a vida completamente mudada do nada.

Cogitou muitas vezes conversar com sua mãe, mas além de Porsche, Kim também tentava fazê-lo ser paciente e esperar o tempo dela... se é que ela alcançaria esse tempo, já que sua memória não dava sinais de melhora.

[Relembre Volume1 - ep25 - Visão KIMCHAY]

Desde que havia se mudado com Kim, as coisas estavam tranquilas. Chay não tinha que se preocupar em dar satisfações a seu irmão ou ter milhões de seguranças o seguindo.

Era como ter uma vida normal. Desde as idas à universidade, até as suas participações nos shows do jovem mafioso.

Kim sempre estava ali para apoiá-lo e incentiva-ló. Naquele dia em especial, precisou ficar até mais tarde para terminar um trabalho na universidade, seu corpo estava esgotado e tudo que queria era ir para a casa.

Chay arrastou o telefone celular do bolso e discou o primeiro número de sua lista de contatos. Demorou um pouco para que Kim finalmente atendesse.

— Chay... — Sua voz parecia cansada, como se ele tivesse corrido uma maratona.

— Você pode vir me buscar na universidade? A essa hora não deve ter mais ônibus e não acho que consiga um táxi. — Explicou calmamente enquanto andava até o portão solitário da faculdade.

Do outro lado da linha, Chay conseguia ouvir o respirar pesado de Kim que teve a ligação chiada antes de responder. — Estou resolvendo algo importante agora, consegue ir andando até que eu o encontre no caminho?

Kim parecia estranho, mas estava tão cansado que apenas concordou.

Não era comum que ele o deixasse voltar sozinho e pensar na hipótese de ele estar envolvido com algo perigoso o aterrorizava.

Andar por um antigo beco na pior parte da cidade quando era tarde da noite, não era uma das ideias mais brilhantes que Chay já teve, mas ele não tinha muita escolha.

Já passava das onze, mas Chay só desceu o beco porque sabia que era um bom atalho. Toda aquela coisa com o exame de DNA e a mudança fez Chay esquecer os trabalhos que precisava entregar naquele período. Eles foram a razão pela qual ele saiu tão tarde, vestido com um moletom largo com capuz para se disfarçar.

Não era tão ruim assim querer um pouco de tempo sozinho? Era até mesmo bom poder caminhar tão tranquilamente assim, Porsche nunca o teria deixado ir sozinho se soubesse. Tudo o que precisaria fazer era ligar para o irmão e ele se prontificaria em buscá-lo, mas não queria interferir no pouco tempo que ele tinha livre para ficar com Kinn.

Pensar nisso fez Chay sorrir.

Encarou a tela do telefone celular, apenas para checar a hora. Kim ainda não havia dado sinais então apenas resolveu continuar pelo caminho de sempre.