CAPÍTULO 8

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Desde que chegaram ao centro médico tudo se tornou um caos completo. Ainda não estava entendendo nada, nem mesmo porque havia tantas pessoas ali.

— Fica aqui comigo, Chay... seu irmão já vem. — Pediu Khun ao segurá-lo pelos ombros.

Os olhos arregalados do irmão mais novo de Porsche eram confusos, tão confusos que se perdiam procurando por Kim.

— Onde Kim foi? — Perguntou ao se virar para o irmão mais velho da máfia que imediatamente se balançou de braços cruzados.

Tankhun lhe mostrou um doce sorriso a medida que o arrastou até uma das poltronas que estavam ali do lado de fora daquela pequena sala.

O mafioso mais velho deu batidinhas na cadeira para que Porchay se sentasse antes de se virar para o garoto com um rosto mais sério.

— Aconteceram algumas coisas que estamos investigando, você logo vai poder conversar com Porsche e ele vai te explicar absolutamente tudo. — Khun soltou sucinto sem querer ser invasivo naquela história, mesmo que ele mesmo estivesse perdido. Odiava pegar o carro andando, mas o assunto havia sido tão mal passado que nem acreditava em como Kinn era ruim de fofoca. — Kim está junto com Kinn, que provavelmente já está voltando também.

Quanto mais tentavam lhe acalmar, mais estranha as coisas pareciam ser. Nada fazia sentido, eram como palavras vazias jogadas ao vento, sem nexo.

Por sorte Kim surgiu daquela porta, seu sorriso parecia estranho, mas ao invés de lhe falar algo reconfortante, ele só o abraçou.

Era um bom abraço, mas por alguma razão ele parecia diferente. Empurrando o corpo de Kim com as mãos, Porchay o encarou de frente, a testa franzida e os olhos preocupados não deixando de analisar aquele rosto sério.

— Eles queriam fazer uns exames. — Explicou simplesmente ao apontar o braço como uma desculpa silenciosa. — Há uma hipótese... — Kim não queria ser o responsável por dar aquela notícia, mas Porsche o havia implorado.

Precisava estar do lado de Porchay quando a situação se tornava conturbada, mas nunca pensou que isso aconteceria logo após fazerem as pazes.

— O que quer dizer com isso? Exame? Porque todos vocês estão aqui? — Porchay o encarou com as mãos na cintura. Estava pronto para invadir aquela sala quando Kim o impediu.

— Há uma chance de você ser nosso irmão. — Soltou friamente. O coração precisa tremular com a ideia de estar apaixonado pelo próprio irmão. Irmãos não deveriam se apaixonar.

O caos estava estabelecido, havia tanto em jogo, tantas coisas que ele simplesmente não queria acreditar.

Khun se aproximou receoso de que Chay pudesse fazer algo imprudente, mas ao contrário do que esperavam, ele apenas encostou a orelha na porta para ouvir.

O medo estampado em seu rosto não deixava dúvidas de que ele estava em choque, mas Khun e Kim não conseguiam ser indiferentes e ignorar tudo, por isso fizeram o mesmo ao se agarrarem atrás daquela porta fria.

[Relembre Volume1 - ep20 - Visão KIMCHAY]

— Meu pai... não é... ELE NÃO É MEU PAI! — O ex-guarda costas gritou, atrás daquela porta, mas a maior surpresa foi o baque de Chay, Kim e Khun ao caírem da porta que se abriu de surpresa.

Ainda pior do que aquelas palavras, eram os olhos vermelhos e inchados de Porchay que encaravam toda aquela situação desesperada.

— O pai... ele não.... — Chay soltou em meio a soluços. Seu corpo pequeno caindo fragilizado no chão, no mesmo instante em que Kim se lançou ao seu lado, apoiando seu corpo fragilizado e trêmulo.

Porsche cobriu o rosto choroso, sequer conseguia encarar Porchay. — Ele é! — Sussurrou Porsche. — Porque foi ele quem cuidou da gente. Era ele quem estava lá quando a gente precisou. Foi ele que nos ajudou a crescer e foi ele que deu a vida por nós. — Porsche ergueu o rosto para o irmão de olhos vermelhos e lhe estendeu a mão. — Eu não quero saber, porque não me importa. Eu sei que para mim... para nós, ele sempre foi o... papai.

— P-orsche... — Chay juntou forças e com a ajuda de Kim, se levantou para correr para os braços do irmão.

[/Volume1 - ep20]

Milhões de coisas passaram em sua cabeça naquele momento: medo, surpresa, raiva, desespero... era tudo tão absurdo que parecia ser irreal.

Só foi entender como chegaram àquilo quando Porsche se sentou para explicar, assim que se acalmaram.

— E foi por isso. Mamãe teve um surto durante o sono e acabou soltando essa informação. — Concluiu mais calmo. — Você sabe que ela se lembra de pouca coisa e desde que estávamos tratando de sua amnésia que ela vem tendo esses lapsos de memória. O psiquiatra não sabe se são só alucinações, se são lembranças ou ela inventando coisas.

— Então você simplesmente resolveu agir por conta própria e fazer todos esses exames nas minhas costas... de novo. — Chay cruzou os braços realmente irritado.

— Eu não podia deixar de pensar que eu poderia estar transand... namorando um irmão. E você não deveria também se Kim fosse seu irmão. — Acrescentou dando um peteleco na cabeça de Porchay que imediatamente gritou.

— Vamos contar a ela!

[Relembre Volume1 - ep21 - Visão KIMCHAY]

Porsche observou com cuidado quando Chay pegou sua mão. Ele estava tenso com toda aquela situação, mas Chay só manteve a mão apertada junto a do irmão mais velho.

— Não se atreva a contar. — Porsche o alertou com uma voz profunda, ríspida.

— Você não acha que ela merece saber? — O mais jovem insistiu, mesmo que a negação estivesse estampada no semblante sério do outro.

— Não. Ela mal se lembra da gente, acha que ela vai se lembrar de quem é nosso pai? — Porsche o relembrou entristecido, mas seu rosto ainda parecia tenso.

— Ela tem o direito, Porsche. — Kinn falou suavemente ao se meter no meio da conversa dos irmãos.

Até tinha se esquecido da companhia do primeiro mafioso, só quando sua voz ressoou que Porsche fez questão de olhá-lo, mas seu olhar era ainda mais sério. — Não dessa vez, Kinn.

O garoto jovem sorriu amargamente. — Você não me assusta mais. — Chay já não sentia mais medo de enfrentar certas coisas, havia passado por coisa demais para ser fraco.

Porsche engoliu sua raiva o melhor que pôde. — Chay, não diga a ela! Droga! — Com isso, o então chefe da segunda família estava presente. Era como se Porsche se tornasse uma pessoa mais fria a cada vez que esse seu lado aparecia e tomava conta de suas palavras.

Porschay esfregou o braço enquanto o observava sair duramente daquela sala. Eventualmente, Kim também foi embora.

[/Volume1 - ep21]

— Chay! — Kim gritou enquanto tentava alcançar o garoto de passos largos, mas ele o ignorava por completo.

Foi necessário abraçá-lo por trás, pela cintura para que ele finalmente parasse para ouvi-lo. Os olhos marejados não diminuíram a sua dor.

— Eu não sou tão imaturo assim, porque insistem em me tratar como criança? É da minha vida que estamos falando aqui. — Soltou em um desabafo agonizante, estava farto de ser sempre o último a saber de todas as coisas.

— Vamos resolver isso, não adiantará de nada agir de cabeça quente. — Kim apoiou o rosto no ombro de Chay que aos poucos foi relaxando.

— Você terminaria comigo se fôssemos irmãos?

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Red Lights [KimChay Vol2]Onde histórias criam vida. Descubra agora