CAPÍTULO 9

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[Relembre Volume1 - ep22 - Visão KIMCHAY]

Chay riu junto da própria respiração. — Você não estaria aqui se já não soubesse como sou fraco, Kim. Acontece sempre algo semelhante, eu não sou destinado a nada que seja realmente importante. Quando vejo o céu noturno claro, penso na minha mãe e em todo o tempo em que éramos só eu e Porsche. É a essa realidade que eu pertenço, Kim. Não neste castelo abafado com essas pessoas insuportáveis me vigiando o tempo todo.

Chay fez uma pausa, parecendo triste. — Sinto muito, você sabe que eu não excluo vocês que me ajudaram tão fielmente por tanto tempo. Você especialmente.

— Não me sinto insultado. Pelo que sei de você, a vida que você já levou não foi nada fácil, e tal mudança também pode ser difícil de se adaptar. Principalmente agora, com tantas coisas acontecendo. — Kim soava preocupado enquanto se aproximava do garoto de ombros encolhidos.

— É só isso, Kim. Acho que nunca vou conseguir me adaptar... E quando Porsche me esconde as coisas, eu confio tanto nele que chega a ser insuportável. — Chay praticamente sussurrou essa última afirmação, como se estivesse preocupado que isso pudesse ser uma parte vulnerável sua. Chay era um espírito livre em sua essência, e prendê-lo nessas paredes mentirosas era crueldade.

Então Kim sugeriu algo que ele nunca pensou que diria um dia. — Então apenas vá embora.

— O quê? — O garoto jovem virou a cabeça para enfrentá-lo completamente, os olhos arregalados de choque. Kim, era cheio de ideias, um dos maiores que conheceu e ele agora simplesmente sugeria que fosse embora?! — Você está sugerindo que eu simplesmente desista de tudo isso?

O jovem mafioso se assustou com sua própria declaração. — Ah, eu simplesmente quis dizer... — Kim respirou fundo, jogando fora todas as suas ideias de mantê-lo longe da máfia por um momento, já que seu amor por sua felicidade teve prioridade ali. — Não, eu quis dizer exatamente o que eu disse. Não estou em posição de mandá-lo ficar, então me perdoe, mas esta vida claramente te dói e isso me causa muito mais dor. Se a vida chama por você, então você deve ouvi-la.

O sorriso no rosto de Chay foi o primeiro verdadeiramente feliz que ele lhe mostrou desde que entraram naquele carro. — Você acabou de falar o que eu pensava, Kim. Eu estava planejando... desistir de toda essa confusão há algum tempo, mas estava preocupado sobre como isso afetaria todos vocês, como isso afetaria meu irmão e minha mãe. Mas se você concorda, então...

Era como se Kim conseguisse tirar aquele peso de seus ombros, aquela responsabilidade e aquela angústia pelas coisas que vinham acontecendo.

O ambiente então ficou quieto e por tanto tempo que uma brisa suave soprando do lado de fora foi o suficiente para tomar sua atenção, mas ali dentro, só se ouviam suas respirações. — Kim, você não me beijou aquele dia por medo das implicações de estar no meu quarto à noite? Ou por medo de eu me envolver com a máfia? Porque eu sinto que você está sempre me protegendo.

Kim ficou vermelho, e Chay parecia satisfeito com essa reação. — É exatamente como você diz. Se eu te beijasse antes, ou agora... — O jovem mafioso tossiu na mão. — Tenho medo de me tornar incapaz de parar. Já é um grande risco para mim estar aqui tão perto, e sair de manhã seria algo que eu não poderia fazer. Há muito mais que só a máfia para ter medo.

O de cabelos alinhados suspirou, passando os dedos pelos fios finos. — Se ao menos pudéssemos correr para a calada da noite, sem precisar nos preocupar. Mas eu tenho obrigações e Porsche vai me procurar em breve.

Red Lights [KimChay Vol2]Onde histórias criam vida. Descubra agora