CAPÍTULO 15

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Havia passado por tantas emoções naquele dia que era impossível segurar-se sem desabar completamente.

Seu corpo fragilizado estava assustado e só Kim era capaz de controlar as batidas afoitas de seu coração assustado. Foi exatamente isso que fez quando Kim correu para os seus braços, envolvendo-o.

Porchay estava nos braços dos, recém descobertos irmãos, quando o jovem mafioso o tomou para si com euforia. Aquele encontro parecia ser tão desejado, como se ambos estivessem com medo e realmente estavam.

Até mesmo suas respirações eram descompassadas, pesadas e necessitadas. Era como se eles se forçassem a se manter de pé.

Chay aconchegou seu rosto na curva macia do pescoço de Kim e chorou até que seu coração se acalmasse por completo, os soluços, o fôlego curto, até mesmo as batidas de seu coração que eram ritmadas com a do seu companheiro pareciam menos dolorosas agora.

Ninguém realmente disse nada ali, nem Porsche, que o alcançou minutos depois em desespero. O irmão mais velho praticamente empurrou os demais para alcançá-lo. Abraçando-o mesmo junto a Kim, era como se o alívio fosse mútuo por todos os lados.

O amor transbordava, tanto que Porchay finalmente pode relaxar seu corpo tenso ao apagar nos braços de Kim.

O olhar de Porsche era quase assassino ao se voltar a Kim. Ele o fuzilava e se segurava firmemente de punhos fechados para que não voasse no pescoço daquele garoto irresponsável que agora abraçava seu irmão mais novo.

— Se alguma coisa mais séria tivesse acontecido com Porchay, você estaria morto agora, pirralho. — O chefe da família menor o ameaçou, mesmo que seu irmão estivesse dormindo nos braços daquele que ameaçava.

Kim, por sua vez, não poderia ir contra as palavras de um irmão assustado. Era difícil só imaginar o quão ruim teria sido esses momentos a mercê daqueles trastes, quem dirá se... se Porchay tivesse realmente se machucado gravemente.

— Você teria todo o direito de mundo de me culpar. — Admitiu entristecido enquanto corria os olhos ao irmão ali do lado de Porsche. — Eu mesmo não me perdoaria se algo tivesse acontecido com ele.

— Você não pode deixar Porchay sozinho assim, você sabe que ele não está no meio de toda essa coisa... — Porsche andava de um lado para o outro irritado. — A máfia não tem pena de ninguém, Kim! Eles sujam suas mãos de sangue a todo momento. — Porsche passou a mão nos cabelos de forma dura, seu coração estava aos saltos. — Ele poderia estar morto!

— Mas ele não está, droga! — Kim resmungou em um misto de sentimentos confusos. As cenas de Porchay amarrado e na mira de uma arma voltando à sua mente como um doloroso flash. — Eu também fiquei assustado! — Engoliu com dificuldade. — Porra, Porsche! Você sabe o que Porchay significa pra mim... — Sua última frase foi levando consigo a força de sua voz, que foi ficando baixa e arrastada.

Era visível o medo nos olhos de Porsche, o medo de perder o irmão, de vê-lo se machucar. Kim sabia bem como era esse sentimento, pois compartilhava-o com a mesma dor, jamais poderia julgar Porsche pela reação exagerada.

Era um medo que não tinha explicações, um amor e um desespero... Porchay já havia sido colocado em perigo antes e não poderia saber quanto mais perigo ele correria, mas sabia que faria o possível para mantê-lo seguro. Não! Faria o impossível!

Diante daquela situação, Kinn queria acalmar os ânimos de ambos. O chefe da primeira família alcançou seu parceiro pelos ombros enquanto gentilmente lhe falava ao pé do ouvido.

Red Lights [KimChay Vol2]Onde histórias criam vida. Descubra agora