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Taylor passou o fim de semana inteiro me perturbando, querendo saber mais sobre o Evan e sinceramente, eu não queria nem pensar nele. Na última noite eu acabei sentindo algo estranho na presença dele e eu não acho que seja bom alimentar esse sentimento.

Na segunda-feira teríamos uma reunião com o advogado do outro lado e assim que li seu nome nos papéis do processo eu suspirei pesadamente. Evan me perguntou se eu conhecia e infelizmente eu disse que sim, contei a ele como Davon era competitivo e manipulador. Greg sempre me alertava sobre sua rivalidade com ele e em um caso que tivemos, eu acabei aceitando sair com o Davon, obviamente não contei essa parte para o Evan. Afinal, foi um dos piores encontros da minha vida.

Quando entramos na sala de reuniões eu já fechei meu semblante e mirei meu olhar no rapaz moreno de terno claro. Ele se achava, sempre presunçoso e se considerava o melhor advogado do mundo. Davon me causava náuseas, por mais bonito que fosse, ele tinha péssimo caráter e era um mulherengo. Não sei porque aceitei ir àquele encontro idiota.

— É muito bom revê-la, querida!— ele pegou minha mão e a beijou como se tivéssemos algum tipo de intimidade.— Como sempre azul lhe cai muito bem.

— Chega de conversa fiada, Davon!— eu puxei minha mão com raiva e abri minha pasta, onde continham os papéis da nossa proposta.

— Não vai me apresentar seu novo Sugar Daddy?— o moreno abriu um sorriso malicioso e ajeitou seu terno.

— Você continua o mesmo babaca de sempre...— então Evan interrompeu meu discurso de ódio.

— Sou Evan Peters, advogado do Senhor Harris!— Evan o cumprimentou com um aperto de mão, mas só eu notei que Davon estava preparado para destruir o rapaz.

— Então o Greg gosta de colocar a família no meio?— ele disparou e eu suspirei começando a perder a cabeça.

— Nosso caso se trata disso? Pensei que meu cliente estivesse processando a sua cliente por fraude.— Evan esboçou um sorriso sarcástico e eu me vi admirada com sua ousadia. Precisava ter coragem para tratar Davon daquela forma e eu só vi uma pessoa fazer aquilo. E essa pessoa era o Greg.

— Direto. Gosto disso.— Davon jogou uma pilha de folhas na direção do loiro ao meu lado e rapidamente Evan se atentou a ler a primeira página.— Como bem sabem, a minha cliente era sócia do seu cliente e de acordo com esses documentos, ela tinha direito legal de se apossar de certos bens. Ela não roubou nada. Já era dela!— então Davon me encarou com mais um sorriso malicioso.

— Sua cliente manipulou os funcionários para conseguir o queria e isso aqui obviamente foi falsificado. Esse documento não existia a dias atrás e eu tenho certeza disso.— Evan jogou os papéis de volta na direção do outro advogado e antes de Davon poder falar eu me adiantei.

Com bem sabe eu sempre examino muito bem os documentos e acordos feitos pelos meus clientes, eu posso lhe garantir que o Senhor Harris nunca assinou esse papel e nós vamos provar.— eu encarei Evan e notei seu sorriso orgulhoso.

— Então boa sorte, porque vão precisar.— Davon se levantou e pegou seus pertences.— Adoro ir a julgamento e creio que não seja isso que seu cliente queira.— mais um sorriso presunçoso.

— Não sabe o que meu cliente quer.— Evan rebateu. Juntos nos levantamos e ficamos frente a frente com Davon, afim de terminar aquela conversa. Eu sabia que ele não tinha bom caráter e aproveitaria o afastamento do Greg para tentar tirar vantagem de nós. E eu não permitiria.— Se estiver disposto a um acordo, da próxima vez marque um horário com a minha assistente.

— Não sabe como fiquei feliz em entrar em contato com a Alex.— ele tentou pegar minha mão para mais um beijo, mas eu a afastei bruscamente. Nojento!— Afinal, ela sabe que nossa relação vai além de processos e julgamentos. Se quiser fazer um acordo, você sabe onde moro, Alex!— e então ele nos deixou sozinhos naquela sala enorme com um clima totalmente desconfortável.

Evan não disse nada de imediato. Mas depois de alguns minutos raciocinando ele soltou uma risada nasalada. E eu logo soube que viriam as piadinhas sobre o que Davon havia dito, e sinceramente, naquele momento eu realmente quis saber de alguma coisa constrangedora sobre a vida dela para poder rebater as acusações ridículas que ele fez. Ele riu.

Disse que Davon era um babaca de terno, exatamente como eu chamava os advogados que não eram o Greg. Pensei que talvez ele tivesse me ouvido falar aquela expressão, mas eu tenho certeza absoluta que nunca disse aquelas palavras a ele. Então nós rimos e depois de analisar o documento falso, Evan decidiu que seria bom ir até nosso cliente e perguntar mais sobre o que Davon havia nos apresentado. Enquanto eu fui até Kelly e pedi a ela que conseguisse precedentes para o nosso caso, precisávamos correr contra o tempo.

Era noite, Evan ainda estava no escritório e assim que Brandon se despediu de mim com um aceno, eu resolvi perguntar se tinha algo de ruim acontecendo com o mimado dentro da sala. Evan me permitiu entrar e de acordo com ele, os documentos eram falso e de onde vieram aqueles com certeza viriam mais. Ficamos preocupados e depois de queimar muitos neurônios, eu decidi pedir comida tailandesa.

— Greg odeia pimenta!— eu ri ao ver o rapaz comer um ensopado muito apimentado sem demonstrar qualquer desaprovação.

— Mais uma prova de que eu não sou o Greg.— ele riu e retirou os sapatos. Logo ele estava tirando-a seu blaser e jogando a gravata de lado.

— Por favor, não fique pelado! Greg e eu nunca chegamos nessa parte.— eu zombei e ouvi sua gargalhada gostosa.

— Eu poderia contrariar o Greg e ficar apenas de cueca, mas está uma noite bem fria e eu não quero ficar resfriado.— ele fez uma careta e tomou toda a sopa de uma só vez. Eu comi mais um pouco do meu macarrão e encarei a grande parede de vidro que proporcionava a melhor visão da cidade de New York.— Com que frequência vocês passavam o tempo juntos?— ele abriu a embalagem de um doce marrom e eu dei de ombros.

— Praticamente todos os dias.— respondi simples.

— Qual é seu hobby favorito?— ele perguntou enquanto devorava o doce, diante daqueles questionamentos eu franzi o cenho.— É só uma pergunta para descontrair.— eu suspirei e assenti.

— Passo meus dias assistindo seriados antigos com o meu cachorro.— terminei meu macarrão e deixei a embalagem de lado. Evan deu risada e limpou sua boca com muitos guardanapos.

— Seriados antigos?— ele ergueu uma sobrancelha em sinal de curiosidade e eu apenas assenti.— Não pratica esportes, viaja ou passeia pela cidade que obviamente você ama?

— Não tenho muita força de vontade.

— Você é sedentária, isso sim.— ele se deitou no carpete do escritório e me encarou com atenção.— Você é uma das mulheres mais importantes do ramo da advocacia de New York e nem ao menos curte os frutos do seu trabalho.— ele afirmou e mais uma vez eu me peguei pensando em como a minha vida era uma droga.— Precisa fazer algo a respeito, Senhorita Howard!— ele abriu um breve sorriso e eu confesso que aquelas palavras ecoaram pela minha cabeça por um bom tempo.

— O que eu poderia fazer? Parece que tudo acaba com a minha força de vontade.— murmurei e também me joguei no carpete. Ficamos nos encarando e eu não sei porque, mas a situação toda não ficou estranha ou constrangedora.

— O que acha de praticar exercícios?— ele sugeriu e eu fiz uma careta muito feia. Ele achou aquilo extremamente divertido.— Uma corrida matinal.

— Não quero correr pelas ruas de New York, já faço isso todos os dias para trabalhar.

— Precisa de um incentivo!— declarou e eu fiquei tentando imaginar onde ele queria chegar.— Antes do trabalho, você e eu vamos fazer uma corrida de quarenta minutos.— eu arregalei meus olhos incrédula e ele soou bem convicto para alguém que me conhecia a menos de um mês.— Todos os dias!

— Menos nos fins de semana, por favor! Tenho limites!— resmunguei como uma criança e ele concordou.— Eu não acredito que estou aceitando isso.

— Acredite, Senhorita Howard! Sua vida vai mudar de uma vez por todas!— ele abriu um sorriso irritantemente bonito e eu precisei de muita concentração para não suspirar.

— Meu chame de Alex!

𝒌𝒏𝒐𝒘𝒊𝒏𝒈 𝒍𝒐𝒗𝒆 • 𝒆𝒗𝒂𝒏 𝒑𝒆𝒕𝒆𝒓𝒔 Onde histórias criam vida. Descubra agora