𝒌𝒏𝒐𝒘𝒊𝒏𝒈 𝒍𝒐𝒗𝒆 • 𝒆𝒗𝒂𝒏 𝒑𝒆𝒕𝒆𝒓𝒔

009

— Ficou péssimo!— eu olhei Evan de cima a baixo assim que ele entrou na sala de reuniões. Seu terno era num tom de cinza escuro, mas o corte dele era simplesmente péssimo. Ele tinha um gosto horrível para roupas de grife.— Disse que me impressionaria e isso aí...— fiz uma pausa rápida e apontei pro seu traje.— Está horrível!

Evan riu, como de costume e olhou sua própria vestimenta como se estivesse satisfeito com o que estava usando. Mas poxa, até ele teria que concordar que meu gosto para ternos era excelente e eu aprendi tudo graças ao Greg. Assim que me tornei sua assistente jurídica, ele me levou para conhecer os melhores ateliês da cidade e me forçou a aprender um pouco da moda masculina. Eu aprendi.

E olhando Evan agora eu sinto que a moda masculina está sendo insultada.

— Onde comprou esse terno?— fiz uma careta e deixei meu tablet de lado. Aquelas anotações poderiam esperar, pois eu com certeza não iria a um tribunal com ele vestido daquela forma.

— Em uma loja de ternos.— ele deu de ombros e se sentou na cadeira ao meu lado.

— Loja de ternos?— repeti e ele assentiu.— Então não foi feito sob medida?

— Ternos sob medida são caros e eu posso ter grana, mas não esbanjo dinheiro com futilidades.— seu cabelo loiro estava puxado para trás em um penteado bem charmoso e se não fosse por isso, ele estaria um completo desastre.

— Isso não é uma futilidade! Você é seu próprio marketing e se não usar algo que mostre a todos que você é o melhor, então você será como todos os outros.— eu me aproximei e passei meus dedos levemente pelo tecido, logo fiz mais uma careta.— Evan!— resmunguei e só então notei a proximidade desconfortável dos nossos rostos. Eu podia sentir sua respiração pesada bem perto da minha testa, mas resolvi ignorar e tentar ser o mais profissional possível.

— Alex, relaxa!— ele murmurou em voz baixa, presumindo que a nossa distância me permitiria ouvi-lo muito bem.— Prometo fazer uma boa compra de ternos semana que vem.

— Iremos amanhã no ateliê onde o Greg encomenda seus ternos.— ele iria retrucar, mas eu fiz um gesto para que ele continuasse em silêncio.— Nós vamos e ponto final! O cartão da empresa está sob a minha posse e vamos gastar uma graninha dos chefões.— eu sorri lateralmente e me ajeitei na cadeira.

— Então quer passar mais tempo comigo?— ele zombou e eu revirei os olhos.— Estou começando a duvidar da sua capacidade de vencer esse caso, Alex.

— Então não duvide. Sou excelente no que faço e vou esfregar nesse seu rostinho debochado todo o meu potencial.— eu sorri por fim e juntei meus papéis que estavam espalhados pela mesa em uma bagunça que parecia interminável.

— Se ganhar as folgas, para onde pretende ir?— ele perguntou de forma súbita e eu presumi que ele estivesse apenas tentando acabar com o silêncio que havia se instalado.

— Pretendo ir da minha cama para o meu sofá.— eu dei de ombros e estranhei quando não ouvi sua risada. Olhei-o e notei sua confusão.— Não é porque vou ganhar duas folgas que de repente vou fazer algo produtivo.

— É exatamente o que isso significa.— Evan me entregou um papel que eu havia esquecido e se ajeitou na cadeira mega confortável da sala de reuniões. Eu poderia dormir nessas cadeiras de tão confortáveis.

— Não, não é.— resmunguei.— Vou correr com você e depois disso vou voltar direto pro meu calmo apartamento, enquanto eu e Toby dividimos o sofá rindo de uma comédia antiga.— eu sorri por fim. Seria a folga perfeita.

— Achei que não tivesse namorado.— ele riu baixo e olhou o horário no seu relógio. Por sorte ainda tínhamos tempo antes de ir para o tribunal e poderíamos jogar conversa fora, da mesma forma tosca que estávamos fazendo.