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Taylor e eu fizemos brownies naquela noite. O resultado foi uma forma deliciosa de brownies sem açúcar e uma cozinha imunda! Estava tudo sujo e desorganizado, acredito que parte da culpa seja minha por sujar utensílios desnecessários, mas Taylor não ficou muito atrás.

Toby se divertiu muito vendo a nossa guerra de farinha de aveia e se deitou no chão de forma preguiçosa para apreciar melhor a visão daquelas duas adultas agindo como duas crianças. Era bom! Eu não precisei ficar até mais tarde no trabalho e como Greg não estava na cidade eu não teria com quem jantar. Por um milagre Travis precisou trabalhar e não pôde passar a noite com minha melhor amiga, então lá estávamos nós. Varrendo a cozinha e lavando as louças que sujamos.

A loira me questionou diversas vezes sobre o Evan e sobre o almoço bobo que ela considerava um encontro. Por uma razão desconhecida Taylor estava seguindo ele em suas redes sociais e me mostrava toda foto nova que ele postava, devo admitir que fiquei com certa satisfação de ver que ele havia postado uma foto minha distraída encarando o céu. Ainda bem que eu estava de costas, dessa forma ninguém poderia me reconhecer.

E então, no dia seguinte, nós corremos e tomamos banho assim que chegamos na empresa. Evan e eu comemos as brownies em seu escritório enquanto eu contava a ele qual seria uma boa estratégia para o caso que estávamos cuidando. Em muitos dos meus argumentos ele me fazia perguntas, mas na maioria das vezes ele apenas assentia impressionado.

— Obviamente ele está blefando! Conheço esse jogo dele e posso lhe garantir que ele não tem carta alguma na manga.— eu finalizei meu último pedaço de brownie e bebi um pouco de café.

— Acha mesmo que não devemos aderir a uma tática mais agressiva?— ele ergueu uma sobrancelha e eu apenas neguei com a cabeça.— Então tudo bem!— logo Evan estava formando um sorriso lateral nos lábios e isso me deixou curiosa.— Quer fazer uma aposta?

— Isso não é um pouco infantil demais, até mesmo para os seus padrões?— debochei e ele soltou uma leve gargalhada. O clima estava descontraído e eu não podia negar que nos últimos dias temos disputado bastante para saber qual de nós dois era o melhor. Eu tinha muita fé em mim e Evan insistia em dizer que era um excelente advogado.

— Você gosta de zombar de mim, mas a realidade é que você está morrendo de medo de perder para mim.— ele limpou suas mãozinhas sujas de chocolate e me encarou com desdém.

— Não tem medo do perigo, Senhor Peters?— eu franzi o cenho e ele gargalhou brevemente.— Tudo bem! Eu aceito.— aquela manhã começou excelente e estava se tornando ainda mais agradável.

Greg sempre disse que minha competitividade era o melhor de mim e eu mostraria a Evan com quem ele estava mexendo. Não estou nesse ramo a tanto tempo apenas porque Greg me ama.

— Se a sua tática funcionar te dou dois dias de folga.— ele estava brincando com a caneta enquanto me encarava nos olhos, devo admitir que se eu não fosse tão ousada nesse momento estaria constrangida.

— Mas?— eu indaguei e ele sorriu lateralmente.

— Mas se não funcionar e tivermos que usar as minhas táticas, então você e  eu vamos jantar.— ele mostrou seus lindos dentes num sorriso ousado e bem humorado. Mas que merda! Por que? Por que as maçãs do rosto dele eram tão bonitas?

— Eu não vou sair com você.— soei direta e um tanto quanto ríspida, mas isso não abalou o seu humor.

— Não quero sair num encontro com você. Vamos fazer o que você e o Greg costumavam fazer.— eu pensei por alguns instantes e neguei com a cabeça. Ele enlouqueceu?— Duas pessoas comendo uma deliciosa refeição enquanto bebem um bom vinho e aproveitam uma noite como amigos.— ele deu ênfase na última palavras e eu precisei suspirar para aquietar meu desespero.

— Não vou ser sua amiga, Evan!— engoli a seco. Tentei manter minha pose de indiferença, mas depois de tanto tempo comigo ele já me conhecia bem e sabia que eu estava falando baboseiras.

— Vai sim, mas isso não importa.— ele desviou seu olhar ainda sorrindo e eu agradeci mentalmente por isso. Os olhos escuros dele podem ser bem intimidantes e infelizmente estavam causando em mim uma sensação bem estranha.— Confia nas suas habilidades como assistente jurídica?— ele estava me desafiando.

— Confio.— respondi simples.

Ele se levantou e andou até seu bebedouro para se servir de um pouco de água. Enquanto ele enchia o copo eu encarava a paisagem da minha bela cidade e infelizmente a vista não estava me acalmando. Eu estava desconfortável com a forma como estava reagindo diante de uma aposta tão boba, mas só a hipótese de beber com ele sabendo o que está acontecendo comigo me deixa apavorada. Ele infelizmente é meu chefe! E eu prometi a mim mesma dar um tempo dos encontros.

Então Alex Howard o que você está fazendo? Pensando na possibilidade de se divertir em uma noite com um homem ligeiramente atraente e que desafia todas as células do seu corpo, com um humor intrigante, um sorriso lindo, olhos tão negros quanto a noite e esse corpo... esse corpo. Droga!

— Toma!— ele me entregou o copo com água e sem entender nada eu o peguei.— Você parece distante.— ele comentou enquanto voltava para sua cadeira. Ele sabia que estava acontecendo algo e isso me deixava ainda mais inquieta. Eu estava passando tempo demais com ele.

— Eu estou pensando e acho que não é uma boa ideia.— respirei fundo e deixei o copo de água em cima da mesa de madeira.— Nós temos limites que não podemos ultrapassar, Evan!

— Você ultrapassava todos os limites com o Greg e isso tornou vocês uma boa dupla.— ele tinha excelentes argumentos e me fez perceber que ele realmente era um bom advogado.— E sei que vai dizer que não sou o Greg.— e eu ia mesmo.— Mas talvez seja disso que a gente precise. Sinto que estamos no caminho certo para conquistar o que queremos e Alex, eu quero o meu próprio escritório e  você quer uma promoção, para conseguirmos isso precisamos vencer todos os casos!

— Eu odeio você, sabia?— eu grunhi irritada por aquele babaca ser tão esperto e saber exatamente o que dizer. Então mais uma vez eu me peguei pensativa, me questionando se deveria dar a ele a liberdade que dava ao Greg.

— Eu posso te mandar sair para encontros, fazer viagens e cometer erros. Da mesma forma que o Greg fazia.— ele estava se divertindo.— E você pode invadir a minha casa e me encher o saco, da mesma forma que fazia com o Greg.— ele fez uma pausa dramática e mais uma vez me olhou nos olhos.— São só cinco meses e não precisamos nos odiar nesse curto tempo.

— Sabe que eu não quero te dar razão.— resmunguei como uma criança e ele estendeu a mão num cumprimento.

— Eu sei, Alex!— ele continuou me olhando por mais alguns segundos até eu decidir apertar sua mão e aceitar aquela aposta idiota.— Prometo ser o mais intrometido possível.

— Nem ouse!— murmurei rabugenta e ele riu.— Agora me deixe trabalhar. Diferente de você eu vou ganhar um caso.— sorri presunçosa e ele assentiu. Logo eu estava saindo da sala e me jogando na minha cadeira totalmente perdida.

Eu precisava fazer de tudo para minha tática dar certo, porque eu simplesmente não podia sair para jantar com o Evan. Não daria certo. Eu não sei o que aconteceria se ultrapassássemos a linha do profissionalismo e eu não queria descobrir.

𝒌𝒏𝒐𝒘𝒊𝒏𝒈 𝒍𝒐𝒗𝒆 • 𝒆𝒗𝒂𝒏 𝒑𝒆𝒕𝒆𝒓𝒔 Onde histórias criam vida. Descubra agora