𝒌𝒏𝒐𝒘𝒊𝒏𝒈 𝒍𝒐𝒗𝒆 • 𝒆𝒗𝒂𝒏 𝒑𝒆𝒕𝒆𝒓𝒔

020

Nossa reunião se estendeu mais um pouco, mas dessa vez não pedimos comida porque não estávamos afim de jantar todos juntos. Era de se imaginar que depois de tantos dias incansáveis de trabalho, tudo o que queríamos era chegar em casa e descansar. Eu conversei um pouco com o Mark e demos algumas poucas risadas enquanto ele me mostrava alguns artigos de jornais falando sobre o nosso caso. O caso da Liv estava sendo comentado por New York inteira e muitas pessoas se comoveram com a história da garotinha e pediram justiça. Aquilo me fez sorrir.

Mark era um cara bonito, alto, engraçado e eu gostava dele. Quando Greg estava aqui não conversávamos muito, mas eu o conhecia o suficiente para saber que ele era um ótimo partido. Os estagiários do Greg eram sempre os melhores e mais eficientes, mas agora eu vejo que eles eram muito mais do que aquilo. Eram pessoas boas e com empenho para ajudar os necessitados, isso foi o que mais me impressionou neles.

Kelly sempre me acompanhava até o segundo andar na hora do lanchinho da tarde, Ferry me contava boas fofocas, Alisson me ensinava algumas coisas sobre tecnologia avançada e Mark me fazia rir com suas piadas ruins. Foi uma semana difícil, mas todos eles tornaram o clima bem mais leviano.

E então Evan estava ali na minha frente, obviamente ouvindo tudo o que Mark e eu conversávamos. Esperando pelo meu sim ou pelo meu não. Mark também estava do mesmo jeito e eu fiquei completamente sem jeito. Eu não queria sair para um encontro e não queria que fosse com o Mark, eu já estava confusa o suficiente com o que aconteceu com o Evan e não precisava de mais um problema.

— Vou pensar.— respondi simples, e para a minha felicidade ele concordou e logo mudou de assunto.

Eu juntei minhas coisas quando todos começaram a deixar a sala de reuniões e evitei qualquer contato visual com o Evan. Ele estava lindo com aquele terno sofisticado e tão escuro quanto seus olhos, as ondas do seu cabelo perfeitamente alinhadas e o corpo totalmente relaxado na cadeira. Eu aguentei o máximo possível, mas logo eu tive que olhá-lo. Ele sorriu lateralmente.

— O Mark parece ser um bom partido.— ele comentou e eu cerrei os olhos para ele.— Sim, eu ouvi sua conversa e não me arrependo disso.

— Porque você é um intrometido!— eu resmunguei e peguei meu celular em cima da mesa. Eu estava prontíssima para ir embora, mas meu corpo não se moveu nenhum centímetro e eu continuei ali o encarando.— O quer dizer com isso?— suspirei pesadamente e notei sua diversão. Ele apelaria para o sarcasmo com certeza e assim ele o fez.

— Quero dizer que ele não é seu chefe, então nada te impede de sair com ele.— sua voz soou rouca e eu precisei respirar fundo para não sorrir.— Por que não aceita?— ele estava sendo muito ousado. E mesmo sabendo disso, ele continuou sorrindo de forma provocadora.

— Amigos se intrometem na vida pessoal dos amigos?— rebati seu argumento e ele gargalhou.— Cuide das suas namoradas, que eu cuido dos meus rejeitados.

— Então vai rejeitar ele?— ele se aproximou da mesa e apoiou os cotovelos no vidro, para dessa forma me dar mais atenção.

— Então você tem várias namoradas?— eu coloquei as mãos na cintura e ele percebeu que eu havia acabado com aquela conversa.— Te vejo segunda!— eu peguei meu copo de café e caminhei até a porta.

— Precisa de uma carona?— ele veio andando atrás de mim e me alcançou rapidamente. Ele era um cara persistente e eu o admirava por isso, mas essa não seria como das outras vezes, ele não conseguiria me persuadir.

— Já chamei um taxi.— avisei e continuei seguindo meu caminho até o elevador. Evan não parou de tentar e entrou no cômodo de aço junto comigo, descemos o trajeto todo até o térreo discutindo sobre eu não querer sua carona.— Vai pra casa, Evan! Você parece cansado.— eu o fitei com um sorriso sugestivo nos lábios e ouvi seu grunhido.