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Segunda-feira
Vitória C.

acordei bem cedo, tô esses dias tudo procurando um emprego.
faço a mesma coisa todos os dias, levanto com cuidado pra não acordar a laura (dormimos juntas em colchão de viúvo), tomo banho, vou fazer mingau pra Laura, é forte e ela gosta.

chego na cozinha pra preparar o mingau e vejo que acabou o leite, abro o armário, me seguro pra não chorar.

fico muito triste por não conseguir proporcionar o mínimo pra minha filha, vou na minha bolsa e vejo que só tenho o dinheiro de uma passagem, troco de roupa, pego e vou no mercadinho aqui perto, compro o leito pra laura, e volto com ela ainda dormindo.

preparo o mingau dela e chamo ela, escovo os dentinhos dela e sento no chão pra dar o mingau à ela.
(não temos quase nada, só um fogão, armário, colchão, e um guarda-roupa pequeno.)

Laura: mamãe cadê seu café?- disse com a boca cheia.

Vitória: ei, não pode falar com a boca cheia, engole depois você fala.- repreendi ela.- a mamãe não tá com fome.- minto.

Laura: vou pra creche hoje mamae?- perguntou me olhando.

Vitória: vai, a mamãe vai trabalhar.- termino de dar o café dela.- vamo tomar banho pra sair.

termino de arrumar ela, ajeito o meu cabelo.
levo ela pra creche, e dou um beijo nela que logo faz cara de choro.

Vitória: a mamãe te ama muito, se comporte, mais tarde a mamãe vem te buscar.- falo abraçando ela e beijado o seu rosto.

Laura: tá bom, não demore muito mamãe, eu te amo.- me deu um beijo e entrou.

e lá vou eu atrás de um trabalho de novo, passei um pouco do dia fora, cheguei era 14h, aproveitei pra arrumar as coisas.
senti minha pressão cair um pouco, mas acho que foi pelo fato de comido nada ainda.
abri o armário, tinha um resto de arroz e um ovo.
cozinhei o arroz, fritei o ovo, e comi.

hoje era dia de pagar o aluguel, fui na boca, sempre entregava à um vapor, mas, decidi procurar um emprego pra mim, sei o quanto arriscado é, não gosto disso, mas, não tenho escolha, eu não tenho mais nada pra comer em casa, o dinheiro que recebo, eu priorizo minha filha e suas necessidades.

Vitória: oi, tudo bem, seu chefe tá aí?- falei e alguns deles me olharam.

vp (vapor): ele saiu agora, mas já adianto que seu dia não ta bom, então qualquer coisa fala comigo.

Vitória: eu preciso falar com ele, nao tem problemas, é urgente.

vp: espera aí.- pegou o radinho.- chefe?

***: qual foi?- falou todo grosso.

vp: tem uma moça aqui querendo conversar com você ela disse que era urgente.

***: que porra viu, se eu chegar aí eu nao for nada importante, cabeça vai rolar, marca 10 aí.- falou sendo ignorante e desligou.

vp: calma que daqui a pouco ele brota aqui.- eu sentia o olhar de alguns deles queimando na minha pele.

passei uns 5 minutos, apareceu um cara alto e com uma cara de bicho. (cara fechada)

Lucas Lacerda, vulgo secão, 28 anos

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Lucas Lacerda, vulgo secão, 28 anos.

***: cadê ela?- estacionou a moto.

Vitória: é..., sou eu.-falo nervosa.- é que...- na hora que eu ia falar ele me interrompe.

***: minha sala.- falo grosso entrando pra um casinha.

olhei pro vapor bn com cara de assustada.

bn: relaxe po.

entrei na sala toda nervosa.

***: fecha a porta, porra.- falou bolando um.

Vitória: vim trazer o dinheiro do aluguel..., da casa 9, na ladeira.- disse entregando à ele.- e..., é, tem algum trabalho pra mim?

***: trabalho?- soltou a fumaça rindo.

Vitória: é..., eu tô procurando, não tô achando e eu tô precisando.- falei nervosa.

***: tem não, dona.

Vitória: tudo bem, valeu.- falei e ia saindo.

***: aliás tem sim.- falou me olhando de cima à baixo.

Vitória: sério, qual?

***: tu senta pra mim.

Vitória: não eu não faç..- ele me cortou

***: você nao veio atrás de trabalho, porra, sua única chance.- falou sério me olhando.

resolvi aceitar, precisava comprar comida.

Vitória: tudo bem, é...- falei nervosa, não imaginava que passaria por aquilo.

***: tira a roupa.- falou sério, apagando o cigarro de maconha.

fui tirado as peças, fiquei só de sutiã e calcinha.

***: tira tudo.- falou levantando e me olhando com desejo.

fiquei parada olhando pra porta, pensando em hesitar.

***: nem pense, daqui você não sai mais.- falou andado em minha direção com um olhar carregado de desejo, aí percebi o buraco em que me meti.

Por você até o fim.Onde histórias criam vida. Descubra agora