PILOTO

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Olá vocês, essa é a minha primeira vez aqui.
Essa fic é uma adaptação que eu consegui a alguns anos de um site já extinto, o antigo Fatorx, saudades que eu tenho dele. Esse site tinha várias histórias e fanfics, principalmente de Xena a princesa guerreira, recentemente senti o desejo de poder compartilhar essas histórias com vocês. Caso gostem dessa me falem se vocês gostariam de adaptações de xena e Gabrielle, para Lena e Kara. É isso e vamos ao primeiro capítulo, espero que gostem.

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KARA ZOR-EL

Kara morava há quase quatro anos no Rio de Janeiro, e nunca havia se aventurado em enfrentar sozinha a noite carioca. Porém, naquela madrugada quente de domingo, decidiu que não iria mais remoer a noite toda em pensamentos por Bárbara Gordon e iria se divertir.

Levantou por volta da meia noite de sua cama, que havia sido sua companheira por diversas noites solitárias e tristes, abandonou o livro que lia e não conseguia se concentrar. Tomou um banho rápido, não queria se render ao remorso que poderia sentir. Trocou de roupas diversas vezes, mas nada a fazia se sentir bem. Nesses quatro anos havia engordado muito, talvez tenha sido a válvula de escape para sua solidão e incertezas. 

Mudou-se para o Rio de Janeiro para recomeçar sua vida e tentar buscar o amor de Bárbara, mas ao chegar descobriu que ela ainda estava casada e não lhe contara a verdade, nos meses que conversavam à distância. Kara então focou em seu trabalho e estudos, e raramente via Bárbara. E quando se via sozinha, sentia-se ansiosa e solitária, devorava doces e todo tipo de novidades que o mercado lhe oferecia.

 Ficando assim mais de vinte quilos acima do seu peso ideal. Naquela noite, porém, sentia uma necessidade estranha de sair e decidiu que nem mesmo a vergonha que sentia do seu corpo, iria fazê-la desistir. Saiu de seu apartamento na Tijuca e pegou um táxi para Copacabana.
  
Assim que chegou ao Rio, alugou uma quitinete bem confortável na Tijuca. Onde Bárbara a visitava uma vez a cada dois ou três meses, passavam a tarde fazendo sexo e ela ia embora ao anoitecer, nunca podia ficar. 

O táxi parou em frente a uma boate e ela pensou diversas vezes se iria entrar ou não. Finalmente decidiu e entrou naquele mundo que há tantos anos não frequentava. Corpos seminus se mexendo ao ritmo desconexo e sensual das músicas. Fumaças adocicadas que invadia seus sentidos, misturada ao cheiro de cigarros e perfumes marcantes, fazendo sua respiração ficar um pouco mais fraca. Foi ao bar e pediu uma bebida para poder relaxar.

Não bebia, mas naquela noite sentia que precisava para encarar seus medos. Sentou-se em uma espécie de sofá comum que percorria toda a parede, observou os corpos lindos e bem modelados das mulheres que se misturavam e se seduziam na sua frente. Sentiu mais vergonha de si mesma. Fechou os olhos e deixou a música entrar em seus sentidos. E assim ficou por mais de quatro horas. Sentada, bebendo e com os olhos fechados.

Apenas deixando a alma ser tocada por uma sensação de liberdade, que a muito não sentia. Quando sua bebida terminava, pegava outra e retornava para seu momento de torpor.
Por volta das cinco horas da manhã, levantou-se e saiu. Foi para a praia, ainda estava escuro, mas mesmo assim tirou seus sapatos, dobrou as barras da calça e caminhou pela areia, perto da água até chegar ao Arpoador. Deu a volta e chegou a Ipanema. Parando perto do posto oito, sentiu um arrepio estranho na coluna, um frio inexplicável no estômago e seu coração disparou, mas não soube identificar o motivo, apenas se sentou na areia apreciando a noite e ouvindo o som magnânimo do mar.

Ali sentada pensou em sua vida e nas inúmeras vezes que se sentiu sozinha e vazia todos estes anos. Se não fosse ele, ela não saberia o que teria sido de sua vida. E agora sem ele, se sentia mais sozinha ainda. Pensou em como se abandonou e como deixou que Bárbara arrasasse sua autoestima. 

Chorando e pensando, permaneceu quieta e sozinha. Quando o sol começou a surgir no horizonte e ela viu toda a beleza daquele novo dia, foi como uma estranha força que percorreu seu corpo, fazendo sentir como se pela primeira vez na vida, estivesse vivendo verdadeiramente para si mesma. Decidiu naquele momento que não deixaria mais de viver, não perderia mais um dia de sua vida em função do amor egoísta e mentiroso de Bárbara, não se esconderia, não viveria mais fugindo de si mesma e não deixaria de viver intensamente, para manter as aparências para outras pessoas e para a sociedade como fez por anos. 

Há onze anos conheceu Bárbara, foi mero acaso, ela acabara de entrar em uma empresa, estava fazendo estágio de direito. Bárbara era a responsável pelo treinamento do software que a empresa usava, ela tinha dezenove anos e Bárbara vinte e três. Se envolveram e Bárbara mudou-se para o Rio de Janeiro, devido a uma proposta de trabalho.

Quando ia ao Rio de Janeiro visitá-la, passavam os dias em um hotel e a noite Bárbara retornava para casa, alegando que a mãe não gostava que ela passasse a noite fora. Após nove meses de relacionamento e várias viagens de Kara para a cidade de Bárbara, Kara descobriu que Bárbara era casada há dois anos e a mãe dela morava em outra cidade. Brigaram e se separaram, mas Bárbara sempre procurou por Kara, e Kara não conseguia esquecer Bárbara, por mais que se entregasse à outras aventuras amorosas, sua mente e coração estavam sempre ligados à Bárbara.

Após um tempo elas se afastaram, mas em algumas ocasiões mantinham contato, brigavam todas as vezes que Kara contava a Bárbara que estava namorando outra mulher. Mesmo ela estando casada durante todo esse tempo. Bárbara sabia dos sentimentos que Kara nutria por ela e fazia falsas promessas de amor, Kara acreditava e se apegava a esse sentimento. Mesmo sendo uma pessoa que para muitos era considerada forte e decidida, em questão ao amor que sentia por Bárbara, Kara era completamente indefesa e fantasiava que realmente um dia teria Bárbara só para si.

Kara chegou a se afastar completamente por dois anos, queria tentar lutar contra esse sentimento que lhe dominava e lhe fazia tão frágil, algo que ela odiava sentir. Mas seu coração e mente sempre se lembravam de Bárbara e não conseguia se entregar de verdade a nenhuma outra mulher. E Bárbara sabendo, sempre fazia Kara se sentir a errada por não esperar seu tempo. E assim foram durante onze anos. Bárbara não tinha filhos com seu marido, mesmo sabendo que era o maior sonho dele.

Mas também não deixava que ele buscasse outra mulher. Ela então manipulava a vida dos dois, e seu amor egoísta e mentiroso era dividido.
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Esse foi o Primeiro capítulo, caso tenha uma boa repercussão postarei o segundo capítulo em breve.

Invadindo SentidosOnde histórias criam vida. Descubra agora