O resgate

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POV. LENA

Lena foi interrompida de seus pensamentos ao ver a movimentação de dois veículos que estacionavam ao lado da Frontier.

Eram dois furgões e o que viu saindo de dentro dele, poderia ser classificado como uma movimentação de tropas especiais, dos melhores exércitos do mundo. Eram pelo menos dez homens em cada veículo, os homens estavam fortemente armados e com coletes à prova de balas, roupas especiais, coturnos, aparelhos de comunicação nos ouvidos e microfones finos perto do rosto, depois colocaram gorros que permitiam ver apenas seus olhos, lanternas, e diversos aparelhos que ela não fazia a menor ideia para que serviam, mas com certeza deveriam ajudar a localizar Kara.

Lena se assustou um pouco, mas por fim ficou feliz em saber que tudo isto seria usado para chegar até onde Kara estivesse. Nesse momento sentiu um medo enorme, e se Kara já estivesse morta? E se o louco de seu ex-marido houvesse matado Kara? Lena se desesperou. Precisava estar perto para poder encontrar Kara, tocá-la. Aproximou-se de Clark que acabara de sair do Furgão, onde trocou o terno por uma calça com diversos bolsos e uma camiseta preta e estava colocando o colete a prova de balas.

- Clark eu vou com vocês! - Disse decidida e com expressão séria, o encarando.

Ele a olhou com carinho. Segurou em suas mãos e disse suavemente.

- Eu entendo que você está preocupada com ela, mas Lena, sua presença ali mais atrapalharia do que ajudaria! Por que eu teria que deixar homens cuidando de você, pode haver alguns bandidos no local, que queiram usar você como moeda de troca. Você fragilizaria o nosso grupo. Nesse momento, quanto mais meus homens possam agir com frieza e rapidez será melhor e também preciso de todos procurando Kara!

Lena não teve como contra-argumentar. Ele tinha total razão. Ela só atrapalharia e seria um ponto vulnerável para eles. Abaixou a cabeça vencida, deixando lágrimas descerem livremente pela bela face. E recebeu um abraço acolhedor de Clark. Ele a soltou e segurou em seus ombros e disse suavemente, vendo as lágrimas que desciam pela face da mulher, que era o amor de sua querida amiga e irmã.

- Minha querida, você vai para a minha casa, ficará com a minha esposa, lá tem o centro de comando, você poderá ouvir tudo que nós falamos pelos nossos transmissores, que são ligados diretamente ao centro. Assim que conseguirmos resgatá-la a levarei diretamente para lá. Se acalme! Em breve ela estará em seus braços!

Clark mandou dois homens levarem Lena com a Frontier para sua casa e fazer a guarda dela e do local.

Após a partida do veículo, Clark reuniu os outros vinte e três homens que estavam ali, separou as atividades que cada um executaria conforme suas especialidades, entraram nos furgões e partiram para o porto do Rio de Janeiro, às margens da Baía de Guanabara.

Aguardaram anoitecer e assim que desceram dos veículos, eles se dividiram em seis equipes com quatro homens em cada uma delas. Cada equipe teria um líder e Clark estava no comando geral das operações. Eles teriam que procurá-la em quase seis mil metros de instalações, sem contar milhares de contêineres que estavam no local. Mas graças ao bilhete de Kara, eles só teriam que buscar nos barcos, traineiras e guindastes que emitissem apitos, essa era a dica para procurar em suas proximidades, o que reduzia consideravelmente a busca.

Poderia ser que Kara não estivesse realmente dentro de um barco, mas utilizou a palavra para dar a dica de onde encontrá-la. Eles renderam os seguranças do porto, prendendo-os em um galpão. Todos foram amordaçados, vendados e dopados com éter para adormecerem e não chamarem a atenção. As equipes checaram os guindastes, os galpões e dois dos três navios cargueiros que estavam ancorados e aguardando a retirada de contêineres. Abriram todos os contêineres dos navios.

Invadindo SentidosOnde histórias criam vida. Descubra agora