Recuperando as provas

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POV. KARA

Kara e Clark descobriram que Jack visitava uma mulher com quem tinha começado a sair e acharam ser o momento ideal para conseguir capturá-lo. Porém, teriam que apresentar as provas contra os gerentes e funcionários da empresa ao mesmo tempo, pois se eles soubessem da morte de Jack, fugiriam e Verônica poderia ser presa e responder por tudo sozinha. Então Kara teria que buscar as provas escondidas.

Fazia onze meses que Kara não via Lena, desde o dia que a viu no supermercado com Helena. E agora ela e Clark observaram a guarita do prédio dela por quase três horas. Era inverno e a praia estava vazia, eram quase duas da manhã. O apartamento de Lena estava com quase todas as luzes apagadas. Quando o porteiro saiu da guarita eles pararam ao lado da grade.

Clark prendeu uma mão à outra, cruzando os dedos e ela apoiou o pé na mão dele e foi impulsionada para chegar ao topo da grade. Ela segurou na tubulação que descia do telhado e se prendia na parede lateral do prédio e conseguiu atingir a sacada do apartamento do primeiro andar. Chegando à sacada, usou os tijolos e a tubulação para atingir a sacada do segundo andar.

E fez o mesmo procedimento para chegar à sacada do terceiro andar. No apartamento ao lado de Lena. Ela chegou até a ponta da sacada do outro lado e conseguiu alcançar a sacada do apartamento de Lena. Assim que chegou a sacada dela, abriu vagarosamente a porta de vidro, que dava acesso à sala. Viu a luz do corredor acesa. Caminhou lentamente, pisando pé ante pé para não fazer ruído algum.

Seu coração estava disparado e as mãos geladas. Ela chegou ao quarto de Lena. Ela dormia sozinha sob o edredom, de lado e abraçando um travesseiro. Kara se aproximou lentamente e ficou alguns segundos a observando. Lágrimas involuntárias começaram a descer em sua face. Ela apertou os lábios e enxugou as lágrimas com as mãos.

Caminhou até o guarda-roupa e abriu a última porta onde ficava o cofre de Lena, torcendo para ela não ter mudado a combinação. Abriu a porta o mais cuidadosamente possível para não fazer barulho. Pegou uma pequena lanterna e colocou na boca, depois acendeu. Girou o botão de combinação nas numerações que havia decorado, pois sabia que precisaria daquilo que estava ali.

A porta do cofre foi destravada, ela se aproximou mais e o viu no fundo. Levou a mão cuidadosamente, para não derrubar uma caixa com joias que tinha ali dentro e o retirou. Colocou rapidamente no bolso. Arrumou a caixa no lugar e fechou a porta do cofre girando o pino e travando o mesmo. Apagou a lanterna e colocou no outro bolso. Aproximou-se novamente da cama de Lena.

Ela precisava ver Lena pela última vez, sentir sua pele, seu cheiro. Aproximou e se abaixou lentamente. Aspirou seu cheiro, que parecia mais adocicado do que Kara lembrava. Suspendeu a mão que tremia e tocou nos cabelos dela que estavam soltos. Lágrimas começaram a descer novamente.

Ela olhou a mão que Lena repousava no travesseiro e seu coração disparou mais ainda. Ela ainda usava a sua aliança na mão direita. Ousou tocar de leve a mão dela e sentiu ela se mexendo na cama. Ficou tensa e não conseguia sair de onde estava. Depois dela se virar para o outro lado, Kara resolveu que seria a hora de ir embora, senão Lena poderia acordar. Levantou e caminhou, na porta do quarto ainda parou por alguns segundos a observando de longe e disse baixinho.

– Eu te amo! E sempre vou te amar! Nunca se esqueça disso! – Levou a mão aos lábios e mandou um beijo no ar para a mulher que era o grande amor da sua vida.

Deu mais alguns passos e na hora que estava quase chegando ao fim do corredor ouviu um choro de criança. Parou imediatamente, sentiu um arrepio gelado na coluna. Caminhou lentamente e abriu a porta de um dos quartos que estava apenas encostada. Um abajur em formato de ursinho estava aceso sobre uma cômoda branca e iluminava parcialmente o cômodo.

Invadindo SentidosOnde histórias criam vida. Descubra agora