Capítulo nove

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Ponto de vista de Rhaena

          De frente a um grande espelho, admirava meu reflexo. Estava usando um longo vestido branco com detalhes em ouro, em cima um manto com as cores e o brasão de minha família. Pequenas gotículas de lágrimas se formaram em meus olhos.

          – O que achou?.- Minha mãe perguntou sorrindo emocionada. – Podemos fazer uns ajustes.

        – É lindo.- Respondi forçando um sorriso.

      – Podemos deixar seu cabelo solto com algumas tranças, se for do seu agrado.- Ela sugeriu tocando nos fios de meu cabelo. Apenas assenti com a cabeça e voltei a olhar meu reflexo no espelho. – Está belíssima.

       Felizmente o dia de meu casamento não havia chegado, era apenas uma prova do vestido que teria ficado pronto. Minha mãe se retirou do quarto, me deixando a sós com criadas que me ajudavam a tirar o vestido. Não tinha aceitado a ideia de que me uniria a meu irmão em matrimônio, ainda restavam esperanças de que ele cairia de seu dragão acidentalmente e morreria.

Enquanto trocava de roupa uma criada veio cochichar em meu ouvido de que Aemond estava perseguindo Lucerys no fosso dos dragões. Imediatamente corri para lá temendo que entrassem em uma luta, chegando ao local avistei Aemond retirando seu tapa olho, mostrando uma pedra de safira no lugar de seu olho perdido a Lucerys. Meu irmão ao me ver soltou uma risada maléfica e retirou uma adaga dos bolsos.

– Aemond, pare agora!.- Exclamei correndo em sua direção.

– Minha doce irmã, em sua consideração não quero matar o bastardo. Só desejo que retire seu olho e me entregue.- Ele disse jogando a adaga perto dos pés de Lucerys que recuou assustado.

– Não!.- Lucerys gritou completamente apavorado, despertando a fúria de Aemond.

– Quer dizer que além de bastardo, você é covarde agora?.- Aemond perguntou furioso querendo partir para uma luta, tentei contê-lo o segurando pelo braço.

– Por favor, Aemond. Pare com isso, prometemos a Rhaenyra que ele estaria a salvo conosco.- Supliquei ainda o segurando. Meu irmão sorriu maldoso dando-se por vencido, como se não tivesse desistido ainda e tentaria novamente.

– Eu pararei, por consideração a você irmã.- Disse retirando minha mão de seu antebraço. – Irei procurar por Helaena.

Ele se retirou do fosso seguindo ao castelo. Olhei para Lucerys que estava com seu semblante assustado. Corri para lhe dar um abraço e um beijo em seus lábios.

– Meus dias estão contados nesse lugar.- Ele disse segurando minha mão. Deitei minha cabeça em seu ombro lhe fazendo um carinho nas costas.

– Acalme-se. Nada de ruim acontecerá com você enquanto eu estiver aqui para impedir.- Disse tentando o consolar. – O que faz aqui?

– Visitar Arrax, já que não podemos sair daqui.- Ele respondeu desanimado. Ah, Lucerys. Se você tivesse me escutado.

Tentei animar Luke de diversas formas mas falhei em todas miseravelmente. A preocupação era transparente em seu olhar e sua expressão era de medo absoluto. Ele relatou que Larys continuava lhe entregar recados de Daemon, eram sempre em formas de avisos e metáforas.

     Acho que não receber notícias de sua mãe estava o deixando aflito e as ameaças de meus irmãos pioravam a situação.

    Infelizmente eu e Luke passávamo-nos nosso pouco tempo juntos reclusos em seu quarto. As coisas tem andado diferentes desde que Aegon sentou-se ao trono, por mais que tivesse Otto e Alicent ao seu lado contendo suas perversidades não podíamos confiar totalmente. Eu e Lucerys não podíamos ser vistos juntos agora que a data remarcada do casamento se aproximava, era frustrante para nós estar nessa posição de amor proibido. Luke não merecia ser o segredo de alguém, ele deveria se casar numa cerimônia tradicional como eu iria, mas com alguém que ele amasse ardentemente. Pensava que talvez a melhor opção fosse o deixar partir e aceitar meu futuro ao lado de Aegon, ou cometer regicídio e ser decapitada. Todas essas opções eram ruins.

      Novamente estávamos em seu quarto, jantando juntos dessa vez. Ao terminar ficamos um breve momento em silêncio, encarando um ao outro até ele quebrar o silêncio.

       – Não respondeu minha pergunta.- Ele disse com seus olhos presos a mim. Segurei sua mão que estava apoiada em cima da mesa de madeira antiga.

     – Qual pergunta?.- Perguntei acariciando sua mão  o fazendo sorrir alegremente.

     – Aquela que lhe fiz sobre casar-se comigo.- Respondeu me olhando nos olhos, imediatamente engoli seco coçando a nuca.

      – Receio que não será possível.- Respondi ainda relutante o fazendo se afastar de mim, levantando-se da mesa.

      – Por qual motivo?.- Ele perguntou em um tom de decepção. – Eu lhe disse que daria um jeito.

     – Você não é muito novo para isso?.- Levantei-me da mesa também, abraçando Lucerys por trás que me rejeitou pela primeira vez naquela noite. Abaixei a cabeça um pouco tristonha.

    – Se a idade for um problema, nos poderíamos apenas não consumar o casamento.- Sugeriu agora sentando-se na cama. 

    – Não, idade não seria um problema. Apenas não quero que seja um segredo.- Tentei o convencer e pelo visto tava dando certo. – Não suporto mais repensar cada movimento, temendo que alguém nos descubra. Se for para nos casarmos, será quando Aegon falecer.

    – Suponho que não demorará muito.- Ele disse friamente. Permaneci estática por alguns instantes, era estranho a forma que Lucerys mudava sua personalidade quando se tratava de Aegon. Como se o garoto doce e gentil que conheço adormecesse e desse lugar á uma nova pessoa.

    – Como sabes?.- Perguntei e ele sorriu me estendendo a mão, me fazendo sentar-me ao seu lado.

    – Apenas espere, meu amor.- Ele disse dando-me um beijo no rosto...














N//a: Oooooooooooo i'm love with judaaaaas judaaaas. Gente perdoem o capítulo ruim, hj o mc daleste faria 30 anos e eu era mt fã dele fiquei triste.

   

THE RED WEDDING - Lucerys Velaryon Onde histórias criam vida. Descubra agora