Capítulo quatorze

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Ponto de vista de Rhaena

Despertei por conta de uma claridade anormal em meu rosto. Acho que esta manhã foi a mais ensolarada de Westeros. Só de lembrar os detalhes da noite passada me deu vontade de sumir, de tanta vergonha.
Pouco tempo depois Lucerys acordou e ao me ver abriu um sorriso enorme. Quase caí morta de constrangimento.

– Bom dia, meu amor.- Ele disse enquanto fazia um carinho na minha cabeça. – Gostou de noite passada?

– Gostei, sim.- Respondi um pouco tímida.

– Fico feliz em saber disso.- Ele disse se inclinando para me dar um beijo na testa. – Se não tivesse minhas obrigações, ficaria o dia inteiro com você aqui. 

    Lucerys levantou e foi se vestir, alguns minutos depois se despediu de mim e se retirou. Provavelmente ele iria se encontrar com Rhaenyra. Felizmente a saúde do serpente marinha havia melhorado, então suponho que Luke teria se sentido mais aliviado.

     Pouco tempo depois as criadas vieram para trocar os lençóis da cama e me ajudar a me vestir. Solicitei um chá para o meistre, já que passar por um parto não estaria nos meus planos.  Quando o chá chegou, tomei tudo num gole só para não sentir o gosto horrível. 

         – Alteza, seu irmão requisitou vossa presença próximo ao fosso dos dragões.- Uma das criadas disse de cabeça baixa.– E sua mãe, Alicent Hightower, também deseja vê-la.

     Assenti e sinalizei para que todas se retirassem. Me dirigi até onde Aemond me esperava, aparentemente sem a presença de Vhagar.

      – O que faz aqui? querido irmão.- Disse em alto valiriano ao me aproximar de Aemond.

     – Ter uma última conversa.- Ele respondeu também em alto valiriano.

      – Por onde esteve?.- Perguntei o abraçando.– E para onde irá?

      – Estive com nosso irmão Daerion. E irei para Essos enquanto as coisas não estiverem em seu devido lugar.- Ele respondeu friamente.– Como nossa mãe está? E a Helaena?

   – Nossa mãe ainda está relutante, não aceita a derrota. E Helaena está bem, vive livremente como eu.- Respondi um pouco preocupada com Aemond, se soubessem que ele estava nos domínios do reino, ele seria prejudicado. – O que quis dizer com "enquanto as coisas não estiverem em seu devido lugar"?

      – Acalme-se, irmã. Por enquanto, apenas posso lhe dizer que o reinado de Rhaenyra não durará. A apelidaram de Maegor de tetas.- Ele disse debochado.– Soube que será a nova futura senhora das marés. Sempre soube que era ambiciosa.

      – Não casei por ambição, irmão.- Respondi firmemente. Se ambição fosse minha maior motivação, teria me aliado a Aegon e continuaria ao seu lado como rainha. – Rhaenyra não foi responsável pela morte de nossos familiares. Se tivessem respeitado a decisão de nosso pai, nada disso teria acontecido.

    – É o que ela quer que pense. Bom, terei que partir agora.- Ele disse se despedindo com um beijo em meu rosto. Aemond virou as costas e partiu sem hesitar. As coisas que me contou me deixaram pensativa. 

    Após o encontro com Aemond fui até minha mãe que me esperava sentada em frente a uma lareira apagada. Ao perceber minha presença se virou rapidamente em minha direção.

    – Tem algo diferente em você.- Ela disse me olhando dos pés a cabeça, desconfiada.– Por que está tão sorridente?

  – Porque estou feliz, mãe.- Respondi alegremente.– Sabe, ontem a noite dormi muitíssimo bem.

  – Você se deitou com o bastardo?.- Ela perguntou com um tom de fúria em sua voz. – Espero que não esteja grávida...

   – Óbvio que não, mãe. Somos muito novos para isso.- Respondi um tanto quanto desconfortável, ela como minha mãe deveria me aconselhar e não julgar, certo?. – Não o chame assim, ele é meu marido agora. Quando a senhora o ofende, está ofendendo a mim também!

   – Você é minha filha e eu a amarei acima de tudo.- Ela disse segurando uma de minhas mãos. – Mas não permitirei que manche o sangue de nossa família. Não vê que Rhaenyra está te manipulando?

   – Acredito que a única pessoa que se nega a enxergar algo aqui, é você.- Rebati revoltada.– Se me amasse realmente, me apoiaria.

     Virei-me de costas para ela e me retirei de seu quarto. Pensava comigo mesma sobre até quando minha mãe agiria assim, se negando a encarar a realidade.

    Fui passar um tempo com Helaena, que deveria estar sentindo a falta de Aemond, já que eram muito próximos. Rhaenyra tinha citado que arranjaria um casamento para ela, na intenção de formar alianças. Acho que passei a tarde inteira ao lado de minha irmã lhe fazendo companhia, conversamos sobre coisas aleatórias da vida e etcetera.

     Ao anoitecer, tive que jantar com Lucerys já que passamos praticamente o dia inteiro sem nos ver. Ele estava diferente do habitual, me olhava com uma expressão séria e indiferente. Não fazia ideia do que se passava em sua mente naquele momento, nem sabia o que tinha feito de errado. Ficamos bastante tempo em silêncio até ele se pronunciar pela primeira vez naquela noite.

     – Por que não me contou que Aemond esteve aqui?.- Ele perguntou sério me fazendo engolir seco e ficar nervosa.

     – Ele é meu irmão acima de tudo.- Respondi um pouco relutante. Lucerys respirou fundo também nervoso e desviou o olhar. – Não nos vemos o dia inteiro, por isso não contei. 

     – Ele é uma ameaça para todos agora.- Ele disse friamente sem fazer contato visual.
    
     – Ele disse que o reinado de Rhaenyra seria curto.- Disse meio cabisbaixa.

   – Era disso que estava falando.- Ele retrucou friamente se levantando. – Da próxima vez que o ver, avise! Irei descansar.

   Permaneci algum tempo sentada sozinha e pela primeira vez na semana, desanimada. Era a primeira vez que eu e Lucerys nos desentediamos. Fiquei pensativa sobre Aemond e sobre o que Lucerys havia dito. Depois de hesitar por alguns instantes me deitei ao seu lado e adormeci.










N//a: primeira dr de casal gente. Estou de luto pois meu namorado apoia o bolsy e o pior de tudo é q ele é negro *-*

 

THE RED WEDDING - Lucerys Velaryon Onde histórias criam vida. Descubra agora