THE RED WEDDING - Lucerys Velaryon

Capítulo dois

Ponto de vista de Rhaena

Me isolei pelo restante do dia, fiz todas as refeições trancada em meu quarto. A única pessoa que tinha contato direto comigo era uma serva. Encarava a paisagem da enorme janela do quarto com um sentimento de raiva e vergonha. Nunca em todos meus anos de vida fui tão violada, sempre imaginei que nenhum homem se atreveria a me tocar, a não ser que quisesse perder a própria mão. Mas o mundo não funcionava da forma que pensava. Eu tinha sido humilhada na frente de todos.

– Filha?.- A voz melancólica de Alicent ecoou pelo quarto. Virei-me podendo visualizar o seu semblante preocupado. Ela se aproximou em passos largos me dando um abraço apertado. – Eu soube o que aconteceu no pátio. É de conhecimento a personalidade de seu irmão.

– E mesmo assim sou forçada a me casar com esse verme.- Soltei um longo suspiro me soltando do abraço sufocante. – Por que não cancelamos o casamento de uma vez?

– Os preparativos já estão sendo feitos e já anunciamos que o casamento seria feito no dia de seu aniversário.- Minha mãe respondeu com seu semblante melancólico de sempre. – São apenas formalidades. Seus únicos deveres são apenas procriar e então seguirá sua vida.

– Uma vida igual a sua?.- ri irônica. – Infeliz ao lado de um canalha abusador? Você teve sorte ainda por ter se casado com um homem bom igual ao meu pai.

– Está sendo ingrata! Eu lhe farei rainha, isso não é o suficiente?.- Perguntou segurando meu braço fortemente. – Uma vida privilegiada e segura para você e seus futuros filhos não é de seu agrado?

– Nunca serei rainha e nem Aegon será rei. Ele seria incapaz de assumir qualquer responsabilidade, o trono é de Rhaenyra, isso já está decidido.- Retruquei olhando no fundo de seus olhos. – Se um dia me casar, será por amor e não por formalidade.

– Amor é um privilégio na qual mulheres da nossa posição nunca terão.- Alicent largou meu braço virando as costas e me deixou sozinha em meus aposentos.

Apesar de tudo, havia verdades em sua fala. O casamento de minha mãe também tinha sido arranjado por influência de Otto, seu pai e meu avô, uma coisa que ela repetia constantemente para mim desde que prometeu minha mão á Aegon, que nós aprendemos a amar vossos parceiros através da convivência. O que claramente não se aplica a minha situação, pois convivo com Aegon desde nascença e o odeio.

Eu me peguei pensando em Lucerys, em como ele tinha me defendido de Aegon mais cedo e no porque de ter feito isso. Pode se dizer que fiquei meio obcecada, já que ninguém tinha defendido minha honra daquela forma. Era meio novo, talvez estivesse desacostumada. Ele até que era fofo e com certeza mudou muito desde a última vez que o vi.

Já era madrugada e todos os servos e nobres deveriam estar dormindo. Sorrateiramente me dirigi até o fosso tentando despistar os guardas de plantão. Ao chegar no local para a minha surpresa, não estava sozinha. Lucerys estava de costas acariciando seu dragão, que não era muito grande, provavelmente era novo.

Tentei chegar até ele silenciosamente, mas uma pedra em meu caminho acabou me denunciando. Assustado, Lucerys rapidamente olhou para trás e ao me ver suspirou aliviado. Caminhei em direção ao lado do garoto que ainda acariciava seu dragão.

– Também está sem sono?.- Perguntou me observando.

– Pode se dizer que sim.- Respondi sorrindo tímida.– Qual é o nome dele?

– Arrax, temos a mesma idade.- Lucerys voltou sua atenção ao jovem dragão por um breve momento, mas logo voltou a me observar com seus belos olhos claros. – Aceita passear comigo?

– É claro, me espere lá fora.- Respondi e Luke assentiu se retirando do fosso junto com Arrax. Levou alguns minutos até eu voar para fora com Vermithor indo ao encontro de Lucerys que rapidamente montou em Arrax.

Voamos lado a lado, arrisco-me a dizer que em certos momentos estávamos em sincronia. Avancei uns metros a frente e gritei o icônico " Dracarys ", olhei para trás vendo Lucerys observando tudo com um semblante admirado. Rimos um pouco e até arriscamos a fazer manobras com os dragões.

Luke era como eu, gostava de voar com dragões e da sensação de sentir o vento gelado contra o rosto. Avistamos o topo de uma montanha e pousamos ali mesmo, sentamos nuns troncos que haviam espalhado por lá, novamente lado a lado. Mesmo tendo nos aproximados em menos de um dia, estávamos nos dando bem .

– Me perdoe pela pergunta, tia.- Luke disse cutucando os dedos, visivelmente ansioso. – Você está bem? O Aegon não lhe machucou?

– Não precisa se desculpar e não me chame de tia, por favor. Pode me chamar apenas de Rhaena.- Respondi alegremente.– Pode ficar tranquilo, ele não me machucou. Só foi um grande filho da puta, desculpe pelo palavriado.

– Tudo bem.- Luke riu por alguns minutos. – Nunca vi uma princesa xingar.

– Fico feliz por ser sua primeira vez, então.- Rimos juntos e eu me dei conta de como sua presença era significativa, Lucerys era um garoto cuidadoso, educado e protetor. Eu estava me divertindo ao seu lado.

– Se eu fosse seu noivo, jamais a trataria mal. Eu voaria com você e os nossos dragões todos os dias e seríamos felizes.- Disse envergonhado, abaixando sua cabeça na tentativa de esconder sua timidez.

– Você é um bom menino, Lucerys. Sua noiva terá sorte tendo você como marido.- Sorri tentando disfarçar minha tristeza interior, o que eu tinha feito de errado para merecer tudo o que passei? Tentando não acabar com o clima alegre em que estávamos, sugeri a Lucerys que voltássemos para a corte, para que eu pudesse desabar sozinha em meu quarto.

N//a: Me valorizem por ter atualizado a fic 2 vezes no dia, não é comum eu fzr isso. Mas gente, imagina a Rhaena e o Lucerys se casando numa cerimônia valiriana, apenas imaginem