Capítulo trinta e seis

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(TW: agressão física)

Ponto de vista de Rhaena

As ondas da praia se formavam e desmanchavam no mesmo minuto, o vento batia contra minha pele fazendo com que os fios de meu cabelo voassem. O clima gelado fazia com que me arrepiasse e um sentimento vazio tomava conta de todo o meu ser.

– Princesa?.- Disse uma voz grossa e masculina, fazendo com que desviasse minha atenção da paisagem para si. Era Ormund Hightower.– Podemos conversar?

Eu assenti e ele parou ao meu lado passando a observar as ondas assim como eu.

– Queria me desculpar, não tinha conhecimento de que Daeron agiu nas suas costas.- Ele disse e eu apenas o encarei para que prosseguisse.– Sabe, temos algumas coisas em comum. Também sou viúvo, minha esposa foi assassinada em poucos meses de casamento. Fiquei desolado.

– Minhas condolências pela morte de sua esposa, mas eu não sou viúva.- O respondi sem fazer contato visual.

– Normalmente, o primeiro estágio do luto é a negação e em seguida a raiva. Estás em processo e respeito isso.- Ele disse.– Ouça-me, princesa. Não sou o homem ideal para você, não sou como os garotos da sua idade e não vejo como daríamos certo juntos. Enquanto não nos conhecemos o suficiente, o que me diz de apenas tentarmos ser amigos? Lhe trouxe um presente, em agradecimento por me receber em sua casa.

Ele tirou dos bolsos um colar com um pingente igual o brasão de minha antiga casa, as três cabeças de dragão. Peguei o colar com muito cuidado para não fazermos contato físico.

– É aço valiriano?.- Perguntei e ele assentiu. Encarei o presente por alguns instantes, refletindo sobre aquela conversa. – Agradeço, lorde Ormund.

– Disponha. Mas e sobre minha proposta? O que diz?.- Ele perguntou visivelmente ansioso, ele falava demais e isso me incomodava.

– Eu tenho algo a dizer...- Comecei e ele me olhou como se estivesse me esperando finalizar.– Estou grávida.

Ele me olhou incrédulo e abriu a boca várias vezes para dizer algo mas desistiu em todas elas. Com certeza havia pego de surpresa, não fazia muito tempo que tinha descoberto minha atual condição.

– Oh! Como isso aconteceu?.- Ele perguntou e eu simplesmente respirei fundo indignada com tamanha burrice.

– Preciso explicar?.- Perguntei ironicamente.

– Que tolice a minha! Me perdoe, princesa. Não há problema nenhum, eu posso lhe ajudar com isso.- Ele disse com um notável animação.– Veja! Agora terá as três cabeças de dragão, como a profecia.

   – Profecia?.- Fiquei intrigada, jamais tinha escutado tal profecia relacionada à dragões. Apesar de ser um pouco cética sobre esses assuntos, estava curiosa.

– É uma bobagem que escutei anos atrás, nada importante. Se me permite, princesa, o que acha de um segundo casamento?.- Ormund perguntou me fazendo suspirar profundamente.

– Eu teria pena do homem que se casasse comigo.- Eu respondi.– Deve ser de seu conhecimento o que aconteceu no Casamento Vermelho.

Lorde Ormund não falou nada e se retirou. Aquilo me fez rir histericamente, foi engraçado a forma que ele agiu depois que mencionei o ocorrido de meu primeiro casamento. Se pudesse faria por conta própria dessa vez.

THE RED WEDDING - Lucerys Velaryon Onde histórias criam vida. Descubra agora