Capítulo trinta e dois

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Ponto de vista de Rhaena.

Havia se passado alguns meses e eu havia me curado da queimadura sofrida no confronto com Vhagar e Aemond. Estávamos em Dragonstone onde dei a luz a minha segunda filha, batizada de Rhaenys. Era uma garotinha linda com minhas características valirianas, o que surpreendeu muitos que esperavam que parecesse com Lucerys.

Foram meses de planejamento para o futuro confronto de Luke com Aemond, o caolho tinha o apoio dos Baratheon e Hightower's. Mas estávamos em vantagem, já que conseguimos o apoio dos Tully, Arryn, Stark, Lannister e Targaryen obviamente.

A batalha seria épica, com a participação de cinco dragões ativamente e mais de trezentos homens. Estava eufórica para participar mas fui contida por Lucerys e seus apoiadores machistas. Permaneceria com Alicent e as crianças em Dragonstone.

Para o meu temor o grande dia chegara, todos os homens partiriam em poucas horas e muitos não retornariam, isso me angustiava tanto que fiz minhas orações para os Sete mais de dez vezes naquela manhã.

Fui até os portões com Rhaenys num braço e segurando a mão de Baelon, que andava sozinho, para nos despedirmos de Luke antes que partisse. Ao nos ver ele sorriu e ao mesmo tempo passava um semblante de preocupação. Lucerys usava uma armadura com o emblema dos Velaryon.

– Me parte o coração em mil pedaços ao lhe ver partir.- Disse ao me aproximar com nossos filhos.

– Não se preocupe, eu retornarei para vocês.- Ele disse abaixando-se, dando um abraço em Baelon que observava tudo curiosamente. Luke levantou-se dessa vez se despedindo de Rhaenys em meu colo.

– É melhor voltar inteiro. Não quero ficar viúva.- O ameacei fazendo ele rir.

– Não diga essas coisas, dou minha palavra que retornarei bem, com todos os membros no lugar.- Luke disse e se despediu de mim com um último beijo.– Na próxima a levarei comigo.

A maldita hora chegou e todos os soldados e lordes cruzaram o portão, partindo de uma vez. Acho que derramei mais lágrimas do que uma cascata derrama água, mas logo tive que me reunir com Alicent em um dos quartos.

Ela me contava a história de um tal de Engorda caranguejo e a batalha, na qual o exército de meu pai e os Velaryon participaram ativamente. E no cenário atual, esperava que Lucerys derrotasse Aemond, o caolho. Me esforcei muito para conseguir o apoio dos Arryn, tive de oferecer meu filho de um ano de vida para matrimônio com uma de suas primas.

Um estrondo na porta fez com que Alicent e eu tomássemos um susto, pensando o pior, é claro! Mas era apenas Daeron, que deveria estar indo a batalha naquele momento.

– Alguém tinha que ficar para proteger as mulheres e as crianças.- Ele disse convencido, tentando esconder o fato de que provavelmente Lucerys deve ter o dispensado por não passar confiança o suficiente.

– Teremos que nos defender sozinhas então.- Disse provocando Daeron, que me olhou irritado.– Pare de mentir, irmão! Todos sabemos que meu marido o dispensou porque se Aemond pedisse você ficaria de quatro sem pensar duas vezes.

– Sou um homem de honra, Rhaena.- Ele respondeu irritado, se sentando no tapete para brincar com Baelon.

– Sinceramente, não importa a idade! Vocês sempre agirão como crianças.- Alicent disse enquanto bordava alguma coisa.

Revirei os olhos e peguei Rhaenys do berço e a segurei, balançando lentamente. Baelon estava se entretendo com meu irmão, que fingia jogá-lo ao ar.

– Deixe-me segurar minha sobrinha.- Daeron disse ao levantar-se e vir em minha direção, o entreguei Rhaenys e ele passou a conversar com ela.– Você é linda, parece com o titio.

"Coitada" Sussurrei em valiriano. Alicent o olhou desconfiada e suspirou balançando a cabeça em negação.

    – Estou preocupada com eles.- Disse olhando para a sacada com meu semblante preocupado.

    – Acalme-se, vamos fazer uma oração para os Sete. Vamos pedir para que ninguém fique ferido, deem as mãos.- Alicent disse aproximando de mim e pegando minha mão direita. Daeron riu debochando de nossa mãe.

   – É impossível ninguém não morrer ou voltar ferido de uma guerra.- Ele disse e nossa mãe o olhou irritada. Daeron rapidamente devolveu Rhaenys ao berço e se juntou a nós.

   – Pai no céu, proteja nossos entes queridos que estão marchando para a batalha agora mesmo. Permita que voltem são e salvos, em segurança.- Ela começou a orar nos fazendo ficar em silêncio.– Guerreiro, aceite nossas oferendas e guie nossos soldados, lhes dando sua força.  

   – Espero que escutem nossas orações. Tenho muitos temores.- Disse ainda preocupada, nada seria capaz de tomar minha atenção.– Espero que Aemond seja derrotado.

  – Não deveria desejar o mal de nosso irmão!.- Daeron exclamou revoltado, com certeza tomou as dores do irmão.

   – Ele deixou de ser meu irmão quando tentou matar a mim e minha filha.- Respondi dando de ombros, indiferente.

    – Parem! Temos que permanecer unidos, ainda mais em momentos como este.- Alicent interviu impedindo uma futura discussão.

   Mal tinha se passado uma hora desde a partida de Luke e eu já estava farta disso tudo. Não aguentaria mais um minuto com esses dois.  Naquele momento queria ser um homem, um soldado, marchando para a batalha onde lutaria bravamente. 

   – Temos que nos preparar para tomar a frente caso Lucerys sucumbir.- Daeron disse me irritando profundamente. 

   – Não diga essas coisas para sua irmã, Daeron!.- Alicent o repreendeu dando um tapa em sua cabeça.

    – Estou dizendo a verdade, temos que nos preparar para tudo.- Ele respondeu dando de ombros. 

   –  Ele vai voltar para mim, ele deu sua palavra.- Rebati ainda irritada. Tive vontade de matar Daeron por conta de sua ambição e dar Tessarion para minha filha.

    Que os Sete me dessem paciência para aguentar uma semana na companhia de meu irmão. E que trouxessem Lucerys de volta para mim.




N//a: n tankei a alicent pastora mano
 

THE RED WEDDING - Lucerys Velaryon Onde histórias criam vida. Descubra agora