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Chiara nunca tinha realmente pensado sobre a expressão 'encontrar um cervo nos faróis' até se encontrar na frente do Doutor Alves, congelado no local

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Chiara nunca tinha realmente pensado sobre a expressão 'encontrar um cervo nos faróis' até se encontrar na frente do Doutor Alves, congelado no local. Ele estava com uma expressão apenas um pouco mais fria do que sua costumeira carranca perpétua, mas ela ainda tinha que lutar contra o desejo de tremer enquanto ele falava.

— Podemos ter uma palavra?

Suas palavras eram todas polidas, mas não enganavam ninguém. Chiara prendeu a respiração quando ele abriu a porta da sala de consulta vazia à sua esquerda, seu olhar duro lhe dizendo que ele esperava que ela entrasse. A visão do interior da sala a fez se lembrar do paciente esperando por ela.

— Eu tenho um paciente para cuidar, — Ela começou, segurando o conjunto de notas em sua mão. — Mas você pode...

— Vou ver seu paciente depois de conversarmos. —Ele a cortou, arrancando as notas de sua mão em um movimento tão suave que ela não teve tempo de reagir e pará-lo. 

Chiara não se moveu por alguns segundos, observando-o da maneira que imaginou que uma gazela observaria um leão, sua mente cambaleando enquanto tentava processar todas as suas opções; tente fugir dele, fique parado e espere que ele não tenha a visto ... faça exatamente o que ele disse e espere que ela não seja devorada.

Entrar na sala de consulta mal iluminada parecia como entrar na cova dos leões, possivelmente carregando um prato de carne, e ainda assim Chiara se viu fazendo isso. Assim que ela estava a alguns metros da sala, se virou bruscamente para encará-lo, bem a tempo de vê-lo entrar na sala atrás dela e girar a fechadura da porta. Ela abriu a boca para protestar contra esta última ação, mas o olhar gelado em seu rosto lhe disse que era mais seguro não fazê-lo.

— Acho que nem é preciso dizer que nós dois sabemos que política não tem lugar no pronto-socorro. — Alves declarou, encostado na parede perto da porta como se eles estivessem simplesmente tendo uma conversa casual perto do bebedouro. — E que nós dois sabemos seu tratamento ao Governador Moretti foi inacreditavelmente pouco profissional.

— Eu discordo. — Ela disse friamente. — Respondi a uma pergunta com honestidade. Acredito que a honestidade é parte integrante da minha profissão.

— Você desrespeitou e humilhou nosso líder em um ambiente público. — Ele sussurrou. — Sei que a oposição é descarada, mas isso...

— A oposição? — Chiara o corta, franzindo a testa em confusão. — Não faça parte de nenhum lado.

Ele soltou uma gargalhada sem humor. 

— Oh, por favor. Apenas um de seus tolos falaria assim com o governador.

Sua escolha de palavras fez algo se encaixar em sua mente, como se ela tivesse encontrado a peça que faltava em um quebra-cabeça com o qual vinha lutando há meses. Agora, a imagem estava clara para ver.

— E só alguém da CBML o defenderia tão inquestionavelmente. —Ela disse lentamente. Sua boca se contraiu, quase imperceptivelmente, mas o suficiente para perceber que estava certa e que atingiu um nervo. — Não consigo imaginar os chefes do hospital gostando de saber para quem mais você está trabalhando.

Do outro lado do corredor ● CHIARA + ARIOnde histórias criam vida. Descubra agora