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Janeiro não trouxe uma trégua do calor escaldante de dezembro, e Ari estava grato pelo ar condicionado da cozinha enquanto trabalhava

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Janeiro não trouxe uma trégua do calor escaldante de dezembro, e Ari estava grato pelo ar condicionado da cozinha enquanto trabalhava. Arthur estava de férias, então ele era o único chef na cozinha, mas ele se viu desfrutando da paz, especialmente porque era um dia tranquilo para o restaurante.

Ele olhou para cima quando a porta da sala de jantar se abriu, esperando ver Brisa trazendo um novo pedido, mas em vez disso se deparou com a visão de Eva, parecendo uma mulher em uma missão. Mas então, ele pensou consigo mesmo, Eva sempre parecia estar em uma missão.

Ela se sentou no lugar que Chiara ocupou todos aqueles meses atrás, quando ele a trouxe aqui para o seu segundo encontro. Ele sorriu para si mesmo com a memória, silenciosamente imaginando o fato dela ter ficado com ele depois disso. Eva finalmente falando o tirou de seu reflexo.

— Comprei uma casa na Bahia.

Foi assim que Eva sempre foi; direto ao ponto, sem introdução ou preâmbulo. Ari arqueou uma sobrancelha enquanto desligou o fogão na frente dele, jogando o pano sobre o ombro e recostando-se no banco atrás dele.

— Uma casa nova?

Ela balançou a cabeça. 

— Um novo restaurante. Ele vem com uma casa, no entanto. Nada extravagante, apenas um lugar pequeno ao lado.

Ele assentiu em reconhecimento. 

—Parece bom.

Seus lábios finos se curvaram em um sorriso. 

— Estou feliz que você pense assim. Está em um local agradável, mais tranquila que a correria de São Paulo.

— Eu pensei que você amava a agitação da cidade? — Ele questionou. — Você sempre disse que é por isso que você deixou o Maranhão.

— Oh, eu tenho, e é... — Ela la disse, seu tom tão propositalmente casual que ele franziu a testa. Eva Borges definitivamente estava tramando algo. — Como eu estava dizendo, está em uma área legal. Há um bom hospital nas proximidades. Seria perfeito para um jovem casal.

Os olhos de Ari se arregalaram e ele se endireitou. 

— Eva, o que você está dizendo? — Ele perguntou lentamente.

— Ah, nada, nada. Só... não consigo administrar um restaurante aqui e outro fora da cidade. E, — Ela sorriu maliciosamente. — Vera pode ter deixado escapar para mim que um certo alguém comprou um anel de noivado dela três meses atrás.

Ele soltou uma risada ofegante e passou a mão pelo cabelo. 

— Claro que ela fez. Você está realmente me pedindo para gerenciar seu novo restaurante?

— Eu sou.

— Por que eu?

— Porque eu confio em você, Ari. — Ela disse com naturalidade. — Você é um trabalhador duro, e você merece esta chance. E claramente alguém precisa te dar o empurrão para colocar um anel no dedo da sua pobre garota.

Do outro lado do corredor ● CHIARA + ARIOnde histórias criam vida. Descubra agora