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QUINTA-FEIRA

Ari acordou cedo na manhã do aniversário de seu pai. Ele fazia isso todos os anos sem falhar, e todos os anos isso o surpreendia. Vinte anos sem o pai não foram suficientes para livrar-se do hábito.

Estava apenas começando a clarear lá fora. Chiara ainda estava dormindo profundamente ao lado dele; ela estava de costas para ele, mas ele podia ouvir sua respiração suave na quietude de seu quarto. Ele suspeitava que ela estava gostando da decisão de Luke de dormir no quarto da "vovó Núbia" durante a semana, a julgar pela forma como ela estava decididamente ocupando todo o seu lado da cama só porque podia, pelo menos uma vez.

Ele se deitou de costas, olhando para o teto e soltando um suspiro de esvaziar os pulmões. A dor de não ter seu pai havia diminuído com o passar dos anos, mas ainda era pesada, e em manhãs como aquela ele a sentia agudamente; ele se perguntou como seria sua vida se ele nunca o tivesse perdido, se ele o tivesse visto se tornar um homem, se ele ficaria orgulhoso de quem ele havia se tornado.

Chiara murmurou algo ininteligível em seu sono ao lado dele, e ele sorriu suavemente. O pai dele teria a amado. Ele podia facilmente imaginar os dois se unindo para o provocar, trocando histórias embaraçosas e rindo. O sentimento de arrependimento que ele sentiu por nunca ver o olhar de aprovação no rosto dele quando ele disse a ela que havia a encontrado, a mulher com quem ele iria passar a vida, foi além da medida.

— Feliz aniversário, pai. — Ele sussurrou para o teto. Ari sempre olhava para o céu para falar com ele - não por qualquer motivo religioso, mas simplesmente porque sabia que era onde ele estaria. Ninguém foi capaz de alicerçá-lo na vida; não haveria como mantê-lo longe dos céus na morte.

— Você disse alguma coisa?

Chiara estava olhando por cima do ombro para ele, uma mão esfregando os olhos, turva de sono. Ari rolou de lado para se aconchegar em suas costas, respirando o calor sonolento dela enquanto ela relaxava ainda mais em seus braços.

— Apenas pensando em voz alta, amor.

Ela cantarolou em resposta. 

— É aniversário do seu pai hoje, né?

Ele assentiu, sabendo que ela podia sentir o movimento, e beijou sua nuca suavemente. 

— Você está bem? — Ela perguntou baixinho, colocando sua mão sobre a dele onde estava contra sua barriga. Ele respirou fundo, pensando em sua resposta, e sentiu o cheiro do seu xampu. Um sorriso puxou seus lábios, e ele sabia a resposta.

— Estou bem.

...............................

Por mais tentador que fosse ficar na cama e cochilar por mais algumas horas, as incessantes patas de Luke na porta do quarto acabaram forçando os a se levantarem e irem para a cozinha. Enquanto Chiara estava alimentando o cachorro, Ari encheu a chaleira na pia, seus olhos focados através da janela na árvore na extremidade do jardim dos fundos, e a figura ajoelhada na frente dela.

Do outro lado do corredor ● CHIARA + ARIOnde histórias criam vida. Descubra agora